Empresas de transporte do Brasil projetam impacto da pandemia pelo menos até agosto

Brasília, 13 abr (Xinhua) -- A maioria das empresas de transporte do Brasil previu que os impactos da pandemia do novo coronavírus se estenderá pelo menos até agosto, segundo uma pesquisa divulgada nesta segunda-feira pela Confederação Nacional do Transporte (CNT).

Mais de 60% das empresas responsáveis pelo transporte de mercadorias no país advertiram que não conseguirão ir adiante além de um período de 30 dias de funcionamento sem apoio financeiro.

Três de cada quatro empresas que fazem transporte rodoviário informaram uma queda de mais de 20% na demanda de seus serviços em março, quando foram tomadas as primeiras medidas de isolamento social.

Para 58% dos transportadores, a redução dos ingressos nos próximos 30 dias será de pelo menos 40%, devido à menor demanda, às dificuldades operacionais causadas pelas restrições de circulação nas cidades e ao descumprimento ou cancelamento dos contratos.

O presidente da CNT, Vander Costa, afirmou que os resultados da pesquisa ajudarão na busca de soluções aos problemas atuais das empresas de transporte.

"Conhecer os problemas causados pela a pandemia nos permite tomar medidas coordenadas e eficazes", destacou.

Outra área que tem sido severamente impactada é a do transporte rodoviário de passageiros, com quase dois terços das companhias estimando uma queda de mais de 80% nos ingressos nos próximos 30 dias.

Para 54,7% do setor, só há condições de operar sem apoio financeiro no máximo por um mês, enquanto 37% dos proprietários de linhas interestaduais e intermunicipais acham que o impacto da pandemia se estenderá de 4 a 8 meses, 20,5%, de 9 a 12 meses e apenas 12,3% acreditam que a situação se resolverá em até três meses.

Os dados fazem parte de uma pesquisa inédita da CNT com 776 empresas de carga e passageiros, de todas as modalidades, realizada entre 1º e 3 de abril.