Escultura "O Bem derrota o Mal" não pode ser testemunha de uma corrida armamentista nuclear

2019-08-07 15:04:30丨portuguese.xinhuanet.com

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Foto tirada no dia 5 de agosto de 2019 mostra a escultura "O Bem derrota o Mal" na sede da Organização das Nações Unidas (ONU) em Nova York. A escultura foi um presente da União Soviética em 1990, por ocasião do 45º aniversário da Organização das Nações Unidas. Como um símbolo vívido do desarmamento, a escultura pretendia dizer ao mundo que, após uma longa guerra fria, as duas maiores potências chegaram a um consenso e decidiram deixar a paz prevalecer sobre a guerra. (Xinhua/Li Muzi)

Por Ma Jianguo e Lin Yuan

Nações Unidas, 5 ago (Xinhua) - No pátio da sede da ONU há uma escultura grande e imponente intitulada "O Bem derrota o Mal", um presente dado pela União Soviética em 1990, por ocasião do 45º aniversário da Organização das Nações Unidas (ONU).

A escultura retrata um alegórico São Jorge, matando um dragão de duas cabeças, que foi feito a partir de fragmentos de reais mísseis soviéticos e americanos destruídos sob os termos do Tratado de Forças Nucleares de Alcance Intermediário (INF) de 1987.

Como um símbolo vívido do desarmamento, a escultura pretendia dizer ao mundo que, após uma longa guerra fria, as duas maiores potências chegaram a um consenso e decidiram deixar a paz prevalecer sobre a guerra.

Infelizmente, no dia 2 de agosto de 2019, menos de 29 anos após a estátua ter sido enviada à sede da ONU, os Estados Unidos retiraram-se formalmente do Tratado INF, e a estátua parecia ter se tornado impotente e irônica.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, divulgou um comunicado expressando seu "profundo pesar" pelo término do tratado INF, e advertiu que "o mundo perderá um inestimável freio à guerra nuclear".

Em vez de pisar no freio, Washington parece ter pisado no acelerador. Horas após o término do tratado, o Pentágono anunciou que desenvolveria inteiramente mísseis convencionais de alcance intermediário baseados em terra, anteriormente restritos pelo tratado.

Além disso, relatos dizem que os militares dos EUA devem testar novos mísseis de cruzeiro lançados por dispositivos móveis nas próximas semanas e mísseis balísticos de médio alcance em novembro, supostamente para confrontar a Rússia na Europa.

A China lamenta profundamente e se opõe fortemente à retirada dos EUA do Tratado INF, disse a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Hua Chunying. "Sair do INF é outro movimento negativo dos EUA, ignorando seu próprio compromisso internacional e recorrendo ao unilateralismo".

Se os Estados Unidos retomarem suas pesquisas e desdobramentos dos mísseis de alcance intermediário após sua retirada do tratado, isso afetará gravemente o equilíbrio estratégico global e a estabilidade, agravará as tensões e a desconfiança, interromperá o desarmamento nuclear e os processos de controle multilateral de armas e ameaçará a paz e segurança na região, ela acrescentou.

Muitos não podem evitar a preocupação que o mundo possa ver um "mal derrota o bem", um inverso da mensagem transmitida pela escultura de "O Bem derrota o Mal".

A escultura, que serviu como símbolo da paz na ONU por quase três décadas, não deve ser transformada em testemunha de monstros desvinculados com mísseis nucleares.

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