Destaque: Ataques terroristas assolam Europa como um câncer

2017-09-12 13:12:53丨portuguese.xinhuanet.com

por Huang Yong, Zhai Wei e Tian Dongdong

Bruxelas, 11 set (Xinhua) -- Conhecida como o coração da Europa, Bruxelas conquista facilmente o coração dos recém-chegados com seus milhares de hectares de espaços verdes e edifícios de estilo neoclássico.

Mas soldados fortemente armados patrulham parques, estações e centros turísticos, trazendo-os de volta à realidade - esta cidade, que foi atacada duas vezes este ano, está sob constante ameaça do terrorismo.

O que acontece em Bruxelas é apenas um epítome de toda a Europa. Como um fantasma, a ameaça de ataques terroristas está perseguindo incessantemente os europeus. Atormentada pela ameaça, a Europa está rapidamente deixando de ser uma terra de tranquilidade.

TRÊS NOVAS TENDÊNCIAS DE ATAQUES TERRORISTAS NA EUROPA

Apesar das medidas antiterroristas tomadas pelos governos europeus e pela União Europeia (UE), o número e a frequência dos ataques terroristas estão aumentando de forma constante.

Até o final de agosto, todo o continente testemunhou pelo menos 13 ataques terroristas, deixando pelo menos 58 pessoas mortas e mais de 300 feridos na Bélgica, Grã-Bretanha, Finlândia, França, Alemanha, Espanha e Suécia, entre outros.

"Eles (os terroristas) não estão procurando resultados espetaculares com recursos enormes, mas buscam a frequência para tentar desestabilizar seus adversários," disse Frederic Gallois, ex-chefe da unidade antiterrorista de elite da França GIGN, à mídia local após os ataques em Barcelona. "É a regularidade que é o problema".

"No momento, há um ataque terrorista a cada quatro a seis semanas na Europa," acrescentou. Então, de tempo em tempo, “todos dizem para si próprios que ‘algo irá acontecer’".

Ao contrário de ataques organizados de forma sofisticada, como o ataque de 11 de setembro, as atividades terroristas atualmente estão interligadas com ataques de estilo "lobo solitário" e ataques organizados. Além disso, os suspeitos de ataques em Barcelona e na Finlândia eram pessoas comuns que não tinham antecedentes criminais, tornando as investigações policiais após o ataque mais difíceis. E o uso das mídias sociais e de ferramentas de uso diário para cometer os crimes também torna os ataques mais difíceis de serem detectados e impedidos.

Enquanto isso, muitos suspeitos de ataques terroristas na Europa são descendentes de imigrantes nativos. Durante muito tempo, os países europeus fecharam os olhos para o fato de seus cidadãos se inspirarem no extremismo e se juntaram ao "Jihad" no Oriente Médio e outras áreas destruídas pela guerra.

Como grupos terroristas como o Estado Islâmico estão sendo atacados fortemente no Oriente Médio, eles voltaram para a Europa como residentes legais. A Europol estima que são mais de 5.000 casos como esse e o considera como uma séria preocupação.

CÍRCULO VICIOSO DE VIOLÊNCIA CONTRA A VIOLÊNCIA

O ambiente que alimenta o extremismo não só está relacionado com os problemas sociais e econômicas na Europa, mas também alimentado pela situação internacional, disse o filósofo francês Ruwen Ogień à Xinhua em 2015.

Por um lado, o aumento dos ataques terroristas na Europa tem muito a ver com as políticas de intervenção dos países europeus no Oriente Médio. Lutando por recursos e mercados, os países europeus há muito tentaram estabelecer sua própria esfera de influência na região.

No entanto, a concorrência unilateral na região e a política egocêntrica dos países europeus não só perturbaram o desenvolvimento econômico local, mas também impediram a industrialização árabe, resultando em mais pobreza e desigualdade, que alimentam o terrorismo.

Perseguindo padrões duplos, os países ocidentais há muito tempo usam o antiterrorismo como uma ferramenta para implementar sua "política no Oriente Médio". Em vez de eliminar o terrorismo, as potências ocidentais criaram condições para a sobrevivência do terrorismo no Oriente Médio, levando a Europa a enfrentar um círculo vicioso de violência contra a violência, disse Shen Yihuai, especialista em assuntos europeus do Instituto de Relações Internacionais Modernas da China.

Por outro lado, devido à recessão econômica da Europa e ao elevado índice de desemprego nos últimos anos, o problema da integração dos imigrantes na sociedade europeia também piorou.

O economista e escritor britânico Martin Wolf disse que a crise financeira de 2008 afetou gravemente os trabalhadores homens não qualificados e semiqualificados no Ocidente, que eram beneficiários importantes da industrialização.

Wolf, que é editor associado e principal comentarista econômico do jornal londrino Financial Times, acredita que o aumento do papel do setor financeiro, o aumento das importações de bens intensivos em mão-de-obra e a crescente imigração estão por trás da violência pública no Ocidente.

Em terceiro lugar, o paradoxo inerente da democracia ocidental resulta na insuficiente proteção dos interesses dos grupos marginalizados. Os ataques terroristas frequentes não só podem ser atribuídos a conflitos culturais e religiosos entre o Ocidente e o Oriente Médio. O sistema social ocidental montado com os conflitos e contradições internas também devem ser responsabilizados, disse Ogień.

Além disso, a cultura cristã dominante nos países europeus ainda distorce e repele a cultura muçulmana e, consequentemente, intensifica a tendência do conservadorismo na sociedade europeia.

Os países europeus devem refletir sobre as suas políticas internas e externas e fazer ajustes a tempo, que são a chave para a estabilidade a longo prazo no continente, disse Cui Hongjian, diretor do Instituto Chinês de Estudos Internacionais.

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