Premiê chinês pronuncia discurso na cerimônia de abertura da 5ª Conferência Ministerial do Fórum de Macau (II)
O primeiro-ministro chinês Li Keqiang pronuncia um discurso importante na Cerimônia de Abertura da 5ª Conferência Ministerial do Fórum para a Cooperação Econômica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa, em Macau, no sul da China, em 11 de outubro de 2016. (Xinhua/Ju Peng)
Atualmente, a conjuntura política e económica do mundo está a atravessar mudanças profundas. A recuperação económica mundial encontra-se em dificuldades e complicações. O preço de commodities está em ajustamento de profundidade. O comércio e o investimento ainda estão fracos. Os protecionismos em diversas formas intensificam-se. Esses fatores colocam sérios desafios ao desenvolvimento dos países do mundo.
Em setembro deste ano, foi realizada com sucesso, a Cimeira do G20 em Hangzhou, nesta reunião, chegamos consensos amplos sobre o tema de "construir a economia mundial inovadora, revigorada, interconectada e inclusiva", e enfatizamos a importância de construção de uma economia mundial aberta, e opomo-nos ao protecionismo de qualquer forma, com o fim de revitalizar os dois motores que são o comércio internacional e o investimento, garantindo que, no contexto de globalização, o crescimento económico possa trazer mais oportunidades que beneficiem mais pessoas.
A China e os Países de Língua Portuguesa possuem 17% do volume da economia global e 22% da população mundial, tem cada um vantagens próprias em termos de capital, tecnologia, recursos, mercado, entre outros. Os nossos países situam-se nas grandes artérias do transporte marítimo internacional. A iniciativa “Uma Faixa e Uma Rota” coincide altamente com os planos do desenvolvimento de muitos Países de Língua Portuguesa. Perante a nova situação, os interesses comuns dos dois lados estão a aumentar, e as necessidades mútuas também estão a crescer. A China está disposta a fazer esforços conjuntos com os Países de Língua Portuguesa, para consolidar ainda mais os nossos laços económicos e comerciais, a fim de criar, de mãos dadas, um paradigma de cooperação amistosa entre os países com sistemas sociais diferentes, em fases de desenvolvimento diferentes e com culturas diferentes.
Devemos consolidar a confiança política mútua. A confiança mútua é a garantia importante da cooperação pragmática. Atualmente, as nossas relações se encontram na melhor fase da história. A China está disposta a fazer esforços conjuntos com os Países de Língua Portuguesa, com base de respeito mútuo, tratamento igual e ganhos compartilhados para intensificar ainda mais as visitas de alto nível, a apoiar um a outro nas questões de interesses vitais, a tratar as divergências de forma adequada, e a desenvolver uma parceria duradoura,saudável e estável.
Devemos promover a liberalização e facilitação do comércio e investimento. Atualmente, a globalização económica está com algumas reviravoltas, mas a sua tendência é irresistível. A globalização económica é favorável para formar a divisão do trabalho de forma racional, aumentar a eficiência do trabalho, alargar a dimensão do mercado, e trazer mais opções para os consumidores, promovendo o bem-estar do povo, o que corresponde aos interesses de longo prazo dos povos de todos os países. A China gostaria de alargar a abertura mútua dos mercados juntamente com os Países de Língua Portuguesa, expandir a cooperação nas áreas de alfândega, inspeção e quarentena, certificação e autenticação, entre outras. Vamos intensificar a proteção das propriedades intelectuais, criando um bom ambiente para o comércio e investimento. A China não procura o saldo positivo de comércio com os Países de Língua Portuguesa, e está a implementar de forma ativa a política de tarifa zero para 97% dos produtos tributados para alguns Países de Língua Portuguesa. A China encoraja mais importação dos produtos dos países lusófonos, apoia o comércio eletrónico transfronteiriço, explorando ainda mais o potencial do comércio.
Devemos ampliar a cooperação de capacidade produtiva. A maioria dos Países de Língua Portuguesa se encontra em fases cruciais de industrialização, tendo necessidades urgentes de reforçar as suas infraestruturas e melhorar o seu sistema de indústrias. A China possui sistema completo de manufatura industrial, equipamentos de boa relação qualidade-preço e fortes capacidades de construção das obras, com o crescimento rápido do investimento ao exterior. Reforçar a cooperação de capacidade produtiva é um atalho para alcançarmos a complementaridade de vantagens e ganhos compartilhados. Durante este Fórum, as partes participantes vão ainda assinar um memorando sobre a cooperação de capacidade produtiva. A China está disposta a aproveitar de forma plena o Fundo da Rota da Seda, o Fundo de Cooperação para o Desenvolvimento entre a China e os Países de Língua Portuguesa e outras plataformas de financiamento, para implementar, mais rapidamente possível, uma série de projetos de cooperação de grande importância. A cooperação da capacidade produtiva pode ser realizada por duas partes, também pode ser tripartida. A China gostaria de, no princípio de operações do mercado e respeito das intenções das partes envolvidas, efetuar a cooperação tripartida eficiente de diversas formas, com o fim de alcançar ganhos compartilhados. A China e Portugal já realizaram cooperação tripartida exitosa nos Países de Língua Portuguesa. Esperamos que a experiência bem-sucedida dos casos possa ser copiada e dar ainda mais frutos em mais lugares.
Devemos reforçar o intercâmbio cultural e humano. A China está disposta a trabalhar junto com os Países de Língua Portuguesa a aprofundar constantemente a cooperação nas áreas de educação, ciência e tecnologia, cultura, saúde, desporto, jovens, entre outras, para tornar o intercâmbio cultural e humano em novos pontos de destaque nas nossas cooperações. A China vai continuar a apoiar os Países de Língua Portuguesa da Ásia e da África para atualizar e renovar as suas instalações culturais e educacionais, ampliar a cobertura dos Institutos Confúcio, e acelerar a construção de Centro de Cultura Chinesa e outras plataformas de intercâmbio cultural nos países lusófonos. Através de Instituto de Cooperação Sul-Sul e Desenvolvimento, e o Centro de Formação do Fórum de Macau, a parte chinesa gostaria de continuar a reforçar a cooperação na área do desenvolvimento dos recursos humanos. A China e os Países de Língua Portuguesa possuem abundantes recursos turísticos, e a parte chinesa está disposta a conceder o estatuto de destino autorizado (ADS) de grupos de turistas chineses, para mais países participantes do Fórum, e reforçar a cooperação nas áreas de investimento dos projetos turísticos e promoção de turismo.
Devemos exercer e elevar ainda mais o papel de plataforma de Macau. Macau tem a vantangem especial de ser bilingue, com uma posição geográfica privilegiada, infraestruturas completas e um ambiente ideal para o comércio. Macau é uma ponte muito importante que liga a China e os Países de Língua Portuguesa. O Governo Central dará todo o seu apoio a Macau para desempenhar o papel de suporte da iniciativa de “Uma Faixa e Uma Rota” e acelerar a construção da Plataforma de Serviços para a Cooperação Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa, continuar a construir bem o Centro de Convenções e Exposições para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa, o Centro de Serviços Comerciais para as PMEs da China e dos Países da Língua Portuguesa, bem como o Centro de Distribuição dos Produtos dos Países de Língua Portuguesa. O Fórum apoia a realização anual do Fórum Internacional de Investimento e Construção de Infraestrutura e o Diálogo Ministerial da Infraestrutura entre a China e os Países de Língua Portuguesa, entre outros. O Complexo de Plataforma de Cooperação Económica e Comercial, cuja construção já for iniciada, é uma plataforma da China e dos países lusófonos que combina as funções de serviços empresarial e comercial, negociações económica e comercial, exposição de mercadoria, de cultura e de intercâmbio de informações, que vai se tornar em uma nova arquitetura emblemática e um suporte da plataforma de cooperação amistosa entre a China e os Países de Língua Portuguesa. (a ser continuado)