Com a entrada da UA, o G20 amplia a cooperação e as oportunidades de desenvolvimento no Sul Global-Xinhua

Com a entrada da UA, o G20 amplia a cooperação e as oportunidades de desenvolvimento no Sul Global

2023-09-12 11:36:21丨portuguese.xinhuanet.com

* Tendo admitido a União Africana (UA) como membro permanente, o Grupo dos 20 (G20) deu um passo histórico na melhoria da governação global e na revitalização da cooperação econômica internacional.

* O presidente da Comissão da UA, Moussa Faki, saudou a entrada, dizendo que ampliará a defesa e as contribuições do continente para enfrentar os desafios globais.

* Mathapelo Monaisa, membro da delegação sul-africana à cimeira do G20, apreciou o papel da China no apoio à entrada da UA no grupo. "Estou vendo algo realmente ótimo acontecendo."

* Muitos países saudaram a entrada da UA no G20, sublinhando seu apoio de longa data no reforço da voz da África.

Nova Deli, 10 set (Xinhua) -- Tendo admitido a União Africana (UA) como membro permanente, o Grupo dos 20 (G20) deu um passo histórico na melhoria da governação global e na revitalização da cooperação econômica internacional.

A expansão, acordada pelos membros do G20 no sábado, dá aos países em desenvolvimento uma maior voz e mais representação. Mais oportunidades de cooperação e desenvolvimento gravitarão em torno do Sul Global, já que a China e outras grandes economias prometerem apoio firme para que a região brilhe na arena global.

 

TOMANDO O ASSENTO

Entre gritos e aplausos dos líderes globais presentes, o presidente da UA, presidente de Comores, Azali Assoumani, assumiu o seu assento em representação do órgão continental de 55 membros na sessão inaugural da 18ª cúpula do G20, realizada no sábado em Nova Deli.

O presidente da Comissão da UA, Moussa Faki, saudou a entrada, dizendo que ampliará a defesa e as contribuições do continente para enfrentar os desafios globais.

O G20, fundado em 1999 em resposta a várias crises econômicas mundiais, é um fórum importante para discutir questões financeiras e econômicas. Anteriormente, compreendia 19 países mais a União Europeia (UE).

Foto tirada no dia 9 de setembro de 2023 mostra o edifício da sede da União Africana (UA) em Adis Abeba, Etiópia. (Xinhua/Wang Guansen)

A concessão de adesão à UA lhe dará o mesmo status que a UE, em relação à sua anterior designação de "organização internacional convidada".

Especialistas afirmam que a adesão permanente ao G20 assinala a ascensão do continente africano, cuja população jovem de mais de mil milhões deverá duplicar até 2050 e representar um quarto da total mundial.

"Esta medida aumenta realmente a influência do G20 na economia global e sublinha a sua contribuição para o desenvolvimento social humano", disse Wirun Phichaiwongphakdee, diretor do Centro de Investigação Tailândia-China da Iniciativa do Cinturão e Rota.

 

PAVIMENTANDO O CAMINHO

Mathapelo Monaisa, membro da delegação sul-africana à cupula do G20, apreciou o papel da China no apoio à entrada da UA no grupo. "Estou vendo algo realmente ótimo acontecendo", disse Monaisa.

A China foi o primeiro país a expressar explicitamente o seu apoio à adesão da UA ao G20, disse a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Mao Ning, em uma coletiva de imprensa regular na quinta-feira.

No Diálogo de Líderes China-África, realizado em Joanesburgo no mês passado, o presidente chinês, Xi Jinping, sublinhou que a China trabalhará ativamente para apoiar a adesão plena da UA ao bloco.

A China apoia a UA no desempenho de um papel mais significativo na governação global, acrescentou Mao.

Foto tirada no dia 11 de janeiro de 2023 mostra o edifício da sede do Centro Africano para Controle e Prevenção de Doenças (África CDC), construído com apoio da China, em Adis Abeba, Etiópia. (Xinhua/Dong Jianghui)

Joseph Matthews, professor sênior da Universidade Internacional BELTEI, em Phnom Penh, disse que a medida injetará um novo ímpeto nos laços China-África.

"Através deste apoio firme, as relações amistosas e a cooperação entre a China e a África serão mais profundamente enraizadas", disse ele, observando que a China tem sido o maior investidor e doador do continente durante décadas.

"A China é um amigo com quem a África pode contar. Durante a última década, a China forneceu uma grande quantidade de assistência de desenvolvimento à África e ajudou a construir mais de 6.000 km de ferrovias, mais de 6.000 km de rodovias e mais de 80 grandes instalações de energia. no continente", disse Xi em uma reunião à margem da cúpula do BRICS em agosto.

Cavince Adhere, um estudioso de relações internacionais baseado no Quênia, observou que "como país em desenvolvimento, a China apoiou e continua a defender os direitos de outros países em desenvolvimento, especialmente os do Sul Global".

Adhere disse que as iniciativas lançadas e propostas pela China para apoiar programas de desenvolvimento entre as economias emergentes provaram que a China é "um dos principais defensores dos direitos dos Estados fracos".

"A China sempre ofereceu respeito, apreço e apoio à África, e o povo chinês partilhou bem-estar e sofrimento e assistência mútua com o povo africano", disse Matthews.

Sublinhando o papel da China no apoio à entrada da UA no grupo, Matthews disse que "esta medida abrirá o caminho e abrirá as portas a novos investimentos diretos estrangeiros no desenvolvimento econômico e de infra-estruturas no continente".

 

RESPONDENDO A CHAMADA

Muitos países saudaram a entrada da UA no G20, sublinhando seu apoio de longa data no reforço da voz da África.

A decisão "representa um passo valioso para a prevalência de um multilateralismo eficaz nas relações internacionais", afirmou o Ministério das Relações Exteriores turco em um comunicado no sábado.

Um trem é visto durante um teste do sistema de veículo leve sobre trilhos (VLT), que foi construído em conjunto por empresas chinesas e egípcias, no leste do Cairo, Egito, no dia 3 de julho de 2022. (Xinhua/Sui Xiankai)

Keith Bennett, consultor de relações internacionais baseado em Londres, disse que apoiar a inclusão da UA no G20 é "uma questão de justiça e de pragmatismo".

"Reflecte o fato de que os países em desenvolvimento já não estão satisfeitos ou preparados para serem apenas 'decisores de regras' em uma chamada 'ordem internacional baseada em regras', concebida e aplicada por um punhado de potências ocidentais para servir os seus próprios interesses estreitos", disse Bennett.

"Com mudanças no mundo nunca vistas há um século, o G20 só pode manter e aumentar a sua relevância se for verdadeiramente representativo. Isto não é possível sem uma representação africana adequada", acrescentou.

Phichaiwongphakdee disse que a inclusão da UA também constitui um exemplo para os países em desenvolvimento da região Ásia-Pacífico participarem mais ativamente na economia global. "A participação crescente de mais países em desenvolvimento na governação global será uma tendência de desenvolvimento global."

O sociólogo senegalês Mamadou Diouf disse que todos os países em desenvolvimento deveriam unir-se para criar crescimento econômico, desenvolvimento sustentável e economias verdes.

"Nenhum país em desenvolvimento pode sozinho abordar a mudança em direção ao desenvolvimento sustentável e à emergência sem se ligar a outros", disse Diouf.

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