Bolsonaro firma medida que libera US$ 360 milhões para produzir 100 milhões de doses de vacina contra a COVID-19
Rio de Janeiro, 6 ago (Xinhua) -- O presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, assinou nesta quinta-feira a medida provisória que autoriza a liberação de 1,9 bilhão de reais (US$ 360 milhões) para a produção de 100 milhões de doses da vacina contra o novo coronavírus (COVID-19) desenvolvida pela Universidade de Oxford.
Em uma cerimônia no Palácio Presidencial do Planalto em companhia do ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, e da presidente da estatal Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Nísia Trinidade de Lima, Bolsonaro firmou o documento, que deve ser analisado pelo Congresso em um prazo de 120 dias antes de ser liberado.
A vacina da Universidade de Oxford está na terceira e última fase de testes em vários países, entre eles o Brasil, onde está sendo administrada a cinco mil profissionais da saúde que se ofereceram como voluntários.
Se os ensaios clínicos, cujos resultados serão conhecidos em setembro, forem positivos, espera-se que as primeiras doses comecem a chegar em dezembro e que em 2021 seja realizada uma campanha nacional de vacinação contra a COVID-19.
O Brasil assumiu os possíveis riscos tecnológicos relativos ao desenvolvimento da vacina, por considerar que é necessário devido "à urgência em buscar uma solução efetiva para a manutenção da saúde pública e para a retomada das atividades econômicas".
Segundo disse Bolsonaro na cerimônia, a vacina pode "ser uma realidade em dezembro ou janeiro" e pouco depois, "o problema estará superado".
"O mais importante é que com essa vacina venha a tecnologia para nós. Temos como dizer que fizemos o possível e o impossível para salvar vidas, apesar daqueles que teimam em dizer o contrário", acrescentou o presidente.
Segundo o Ministério de Saúde, 1,3 bilhão de reais (US$ 245 milhões) serão para a AstraZeneca, segunda maior farmacêutica do Reino Unido e que atua junto com a Universidade de Oxford na pesquisa da vacina que está sendo testada no Brasil.
Outros 522 milhões de reais (US$ 98,5 milhões) serão usados para produzir a vacina nos laboratórios da Fiocruz e 95,6 milhões de reais (US$ 18 milhões) para possibilitar que a Fiocruz absorva a tecnologia.
O Brasil é o segundo país do mundo mais afetado pela COVID-19, superado apenas pelos Estados Unidos, tanto em mortes como em infectados. Segundo o último boletim divulgado pelo governo, o vírus já causou 98.493 mortes e 2.912.212 casos positivos.
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