Washington agita retórica anti-China para transferir responsabilidade pela crise da COVID-19

2020-05-03 17:15:40丨portuguese.xinhuanet.com

Washington, 3 mai (Xinhua) -- Com os casos e mortes pela COVID-19 aumentando diariamente, o governo dos EUA intensificou as tentativas de agitar as chamas da retórica anti-China para desviar a atenção de sua responsabilidade direta pela crise.

O número de mortes pela COVID-19 no país chegou a 66.369 até a noite de sábado, com o total de infecções ficando em 1.132.539, de acordo com o Centro de Ciência e Engenharia de Sistemas (CSSE, em inglês) da Universidade Johns Hopkins.

Em vez de fazer todo o possível para salvar o maior número de americanos, o governo do presidente Donald Trump e seus apoiadores no Congresso estão trabalhando furiosamente para enquadrar Beijing como o culpado original e usar a China como bode expiatório para seus próprios erros.

"Não defenda Trump, além da Proibição de Viagens da China - ataque a China", aconselhou um memorando detalhado, enviado pelo Comitê Nacional Republicano do Senado às campanhas do partido republicano americano, instando os candidatos republicanos a abordar a pandemia COVID-19 atacando agressivamente a China.

O documento de estratégia de 57 páginas, obtido recentemente pelo Politico, inclui recomendações sobre tudo, desde como vincular os candidatos democratas ao governo chinês até como lidar com as acusações de racismo.

O memorando de 17 de abril está focado em três linhas principais de ataque - a China causou o vírus "encobrindo-o", os democratas são "suaves com a China", e os republicanos "pressionarão por sanções contra a China por seu papel na disseminação desta pandemia", resumiu o Politico.

Citando funcionários atuais e antigos dos EUA, o The New York Times informou em 30 de abril que, altos funcionários da administração Trump pressionaram as agências de inteligência a procurar evidências para apoiar uma teoria de que um laboratório em Wuhan fosse a origem do surto quando o presidente intensificou uma campanha pública para culpar a China pela pandemia.

Mas muitos cientistas argumentam que a evidência inclina-se firmemente em direção a uma transmissão natural - uma interação ainda desconhecida no final do outono que permitiu que o vírus fosse transmitido de um morcego ou outro animal para um humano.

Não há "nenhum respaldo científico" para as duas alegações lançadas recentemente por alguns políticos e meios de comunicação dos EUA, de que a COVID-19 poderia ser feita por humanos e ter escapado de um laboratório, disse uma reportagem do Buzzfeed, citando entrevistas com vários cientistas em 22 de abril.

Vincent Racaniello, professor de microbiologia e imunologia da Universidade de Columbia, disse ao BuzzFeed que ele não se sentia confortável ao qualificar como uma teoria a ideia de que o laboratório era a fonte do surto. "Uma teoria é baseada em resultados", disse ele. "Eu acho que é impulsionado pela política, francamente."

Jeremy Konyndyk, membro sênior de política do Centro para o Desenvolvimento Global, disse que atualmente não há evidências de que o coronavírus tenha se originado em um laboratório - seja como uma criação deliberada, seja como uma liberação acidental.

Em 21 de abril, a porta-voz da Organização Mundial da Saúde (OMS), Fadela Chaib, disse em uma coletiva que "todas as evidências disponíveis sugerem que o vírus tem origem animal e não é manipulado ou construído em um laboratório ou em outro lugar".

A comunidade de inteligência dos EUA "concorda com o amplo consenso científico de que o vírus da COVID-19 não foi feito pelo homem ou geneticamente modificado", disse o Escritório do Diretor de Inteligência Nacional (ODNI) em um comunicado em 30 de abril.

Jeffrey Sachs, professor e diretor do Centro de Desenvolvimento Sustentável da Universidade de Columbia, disse em um recente artigo de opinião que a Casa Branca "continuará a fulminar contra a OMS e a China e quaisquer outros alvos para distrair a atenção".

"No entanto, o registro é claro: a China tem a epidemia sob controle, enquanto os EUA não. A China implementou um lockdown nacional rigoroso, enquanto os EUA não. A China implantou seus principais tecnólogos e empresas para fazer o trabalho. Na verdade, Trump elogiou repetidamente a China em fevereiro, apenas se voltando contra a China quando a situação ficou difícil nos EUA", escreveu Sachs.

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