Rio de Janeiro confia no turismo para liderar a retomada econômica após a epidemia da COVID-19

2020-05-03 11:18:04丨portuguese.xinhuanet.com

Rio de Janeiro, 2 mai (Xinhua) -- Segundo estado brasileiro mais afetado pela pandemia causada pelo novo coronavírus (COVID-19), o Rio de Janeiro começa a esboçar um plano de recuperação para o turismo, uma das principais fontes de recursos do estado e que representa cerca de 5% do Produto Interno Bruto (PIB) da região.

Com cerca de mil mortes até agora, Rio de Janeiro, o estado mais turístico do país tem sido muito afetado pelo isolamento social decretado pelo governo regional que, entre outras coisas, reduziu a três voos diários as operações no aeroporto internacional Tom Jobim e inclusive levou ao inédito fechamento do Hotel Copacabana Palace, o mais emblemático da cidade do Rio de Janeiro, pela primeira vez em 97 anos.

Segundo explicou o secretário regional de turismo Otávio Leite, ao jornal O Globo, o governo do estado iniciará uma grande campanha para atrair turistas assim que acabe a pandemia da COVID-19.

"Faremos um trabalho com os escritórios de turismo de todo o estado e com toda a rede hoteleira.

Montaremos essa estratégia juntos. Criaremos pacotes a preços competitivos. A ideia é que o brasileiro use o carro para viajar. Esta é a primeira iniciativa para retomar um setor tão importante para a economia", disse Leite.

Antes da COVID-19, o turismo gerava um impacto de cerca de 27 bilhões de reais (US$ 5 bilhões) na economia do estado do Rio de Janeiro.

Um dos maiores empresários do setor turístico do Rio de Janeiro é Roberto Medina, o criador do famoso festival de música Rock in Rio, para quem é necessário investir em propaganda do estado para atrair turistas e ter um projeto que conceda descontos às pessoas de fora do estado, para aumentar os ingressos de hotéis e restaurantes.

"É necessário fazer algo para que a economia comece a girar. O turismo é uma indústria indutora. Se fizermos algo de forma conjunta, o Rio de Janeiro renascerá. O turista necessita chegar aqui e ter uma agenda forte. Outra iniciativa é aumentar os eventos que já são populares, como o carnaval", disse Medina ao jornal carioca.

Uma das pessoas que tem sofrido o impacto da queda do turismo no Rio de Janeiro é a guia turística Giselle Rocha, que perdeu seu emprego em uma empresa do setor após ficar sem demanda.

"Com a COVID-19, os turistas desapareceram e rescindiram o contrato de todos os guias da empresa. A única opção que nos resta agora é esperar que tudo isso termine e que o Rio renasça novamente para ser a capital turística do país, gerando emprego e riqueza", explicou Rocha a Xinhua.

Segundo ela, "todos os projetos que estavam sendo preparados antes da chegada do vírus têm que ser retomados quando terminar a epidemia. O setor ficou muito abalado, fecharam hotéis, cortaram voos e veremos quantos restaurantes e teatros sobreviverão à crise. O poder público tem que atuar rapidamente para recuperar o turismo, um dos ativos do Rio de Janeiro", acrescentou Rocha.

Por sua vez, o presidente do Sistema Integrado de Parques e Atrações Turísticas, Murillo Paschoal, defendeu uma aposta no turismo nacional, levando em conta que a maioria dos estudos indicam que, uma vez superada a pandemia, as pessoas optarão por viajar para lugares próximos, evitando inicialmente destinos internacionais.

"Tudo indica que apenas em 2021 as pessoas voltarão a realizar viagens mais longas. Os otimistas apostam no Ano Novo para um início da retomada. Os menos otimistas falam a partir de abril e maio do ano que vem. Não sabemos como ficarão as férias, os feriados, porque não sabemos nem quando voltaremos à normalidade", afirmou.

Este ano, os dois principais eventos que o Rio de Janeiro devia receber eram o Congresso Mundial de Arquitetura e a final da Copa Libertadores de futebol. O maior evento de arquitetura do mundo foi adiado para 2021, enquanto que a final do torneio continental, prevista para novembro, ainda não tem data definitiva nem se sabe se acontecerá. Fim

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