Brasil tem a maior taxa de reprodução da COVID-19 no mundo, alerta estudo
Rio de Janeiro, 29 abr (Xinhua) -- O Brasil tem o maior número de reprodução da doença do novo coronavírus (COVID-19) do mundo, segundo um estudo realizado pelo Imperial College de Londres que alerta sobre a rápida propagação da epidemia no país sul-americano.
O indicador R0, que serve para saber para quantas pessoas cada infectado transmite a doença, era de 2,81 no Brasil na segunda-feira, o que pressupõe que cada pessoa contagiada transmite o vírus a quase três outras, segundo as estimativas do centro de doenças infecciosas da universidade inglesa (MRC), um dos mais respeitados do mundo em análises de epidemias.
Quanto mais alto for o indicador R0, maior é a velocidade de transmissão, e maior é o risco de colapso no sistema de saúde de um país.
O Brasil é o único país do mundo, junto com os Estados Unidos, com a previsão de registrar mais de 5 mil mortes pela COVID-19 na próxima semana e a tendência é de crescimento no número de contágios, segundo o estudo, assinado por 47 pesquisadores.
Em vários países do mundo, os governos consideraram que as restrições à mobilidade só podem ser relaxadas sem risco para o sistema de saúde se o numero de reprodução for inferior a 1.
Entre os 48 países analisados no estudo (os que esta semana tinham pelo menos 100 mortes pelo vírus e um mínimo de 10 mortes nas duas semanas anteriores), o Brasil é um dos nove em que se calcula que a curva de infecção pela COVID-19 segue em ascensão, o mesmo que no Canadá, Índia, Irlanda, México, Paquistão, Peru, Polônia e Rússia.
Com relação ao número de óbitos projetado para a próxima semana, Brasil e Estados Unidos estão na categoria de "muito alta", superior aos 5 mil registros. Há 10 países na categoria "alta" (de mil a 5 mil mortes previstas) e 14 na de "relativamente alta" (de 100 a mil mortos). Em outros 22 países, o estudo prevê um número "relativamente baixo", com menos de 100 mortos na semana que vem.
Para essa projeção, os pesquisadores se basearam no número divulgado de mortes, considerado mais confiável que o de casos confirmados, já que muitos países não dispõem do numero de testes necessário para diagnósticos em massa.
Segundo o último balanço oficial divulgado pelo seu ministério nesta quarta-feira, a COVID-19 já causou a morte de 5.455 pessoas e há 78.162 casos confirmados. Fim
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