Múltiplas crises ofuscam cúpula do G20

2019-06-26 14:49:39丨portuguese.xinhuanet.com

Roma, 25 jun (Xinhua) - A cúpula deste ano das nações industrializadas do Grupo dos 20 (G20) entre os dias 28 e 29 de junho em Osaka, no Japão, ocorrerá em meio a maior discórdia internacional do que qualquer outra recente. Especialistas disseram que haverá espaço para apenas algumas questões-chave no centro do palco.

A cúpula ocorrerá em meio a uma escalada da guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo, crescentes tensões políticas e militares entre os Estados Unidos e o Irã, discórdia dentro da União Europeia sobre Brexit, o surgimento de partidos populistas, migração da África, e o desaceleramento do crescimento econômico.

"Estes são tempos difíceis para o mundo e seria um bom momento para o G20 se tornar mais relevante", disse Ferdinando Nelli Feroci à Xinhua, presidente do Instituto de Assuntos Internacionais da Itália. "Mas não haverá maneira de abordar tudo em uma cúpula tão curta, onde cada líder chegará com uma agenda diferente."

Silvia Menegazzi, cientista política especializada em relações internacionais na Universidade LUISS, em Roma, disse que a guerra comercial entre os Estados Unidos e a China, as duas maiores economias do mundo, provavelmente será a questão central das negociações. Cada país aumentou as tarifas sobre bens do outro país, enviando ondulações para mercados em todo o mundo.

"Vários países estarão procurando maneiras de acalmar as tensões comerciais entre os Estados Unidos e a China", disse Menegazzi em uma entrevista. "É possível que a pressão nos dois países ajude a fazer a diferença".

O primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, anfitrião da cúpula, identificou o livre comércio como uma de suas principais prioridades na cúpula, junto com a economia digital, questões ambientais e a inovação.

As tensões entre os Estados Unidos e o Irã estão esquentando depois que o Irã abateu um drone de vigilância dos EUA voando perto da costa do Irã. Trump disse que cancelou um contra-ataque contra o Irã no último minuto antes de optar por sanções. O Irã não é membro do G20 e não terá representação formal.

Thomas H. Wilson, professor de assuntos internacionais da Universidade de Zurique, na Suíça, disse que os países provavelmente farão o possível para acalmar as tensões.

"Um confronto militar entre os Estados Unidos e o Irã pode ser um problema tão grande quanto a guerra comercial entre Washington e Beijing", disse Wilson à Xinhua. "A guerra poderia começar a envolver outros países com consequências políticas e militares, e o suprimento mundial de energia seria afetado".

Nelli Feroci disse que a Itália poderia ter um papel maior do que o normal na cúpula deste ano, uma vez que o governo italiano sediará o evento novamente em 2012 (a Arábia Saudita sediará o G20 em 2020).

"Acho que a Itália vai procurar reforçar alguns pontos importantes", disse Nelli Feroci. "A Itália e a União Europeia vão querer ter certeza de que haverá progresso para mostrar o que estão fazendo. Não acho que alguém queira que isso seja visto como uma reunião ineficaz."

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