Chefe da ONU divulga números sombrios sobre civis em conflitos armados
Nações Unidas, 22 mai (Xinhua) -- O secretário-geral da ONU, António Guterres, disse na terça-feira que mais de 128 milhões de pessoas no mundo precisam de ajuda humanitária imediata e que esse número é impulsionado principalmente por conflitos.
Em uma declaração ao Conselho de Segurança convocado para a proteção de civis em conflitos armados, Guterres compartilhou números alarmantes sobre o assunto.
"No ano passado, as Nações Unidas registraram a morte e ferimentos de mais de 26.000 civis em apenas seis países afetados pelo conflito: Afeganistão, República Centro-Africana, República Democrática do Congo, Iraque, Somália e Iêmen", afirmou. "Dez mil deles estavam no Afeganistão."
O chefe da ONU observou que civis em zonas de conflito também estão sujeitos a terríveis violações dos direitos humanos, incluindo estupro e outras violências sexuais.
Ele tomou a República Democrática do Congo, por exemplo, dizendo que a ONU documentou mais de 800 casos de violência sexual relacionada a conflitos no ano passado - um aumento de 56% em 2016.
Em relação aos refugiados e deslocados internos, Guterres disse que os conflitos continuam forçando milhões de pessoas a fugir de suas casas por um futuro incerto, revelando que no final de 2016, 65,6 milhões de pessoas foram expulsas pela guerra, violência e perseguição.
O chefe da ONU continuou apontando que o bombardeio de cidades e vilarejos matou e feriu dezenas de milhares de civis a cada ano.
Quanto à Síria, segundo ele, acredita-se que os ataques mataram e feriram um número significativo de civis em Aleppo, Dayr al-Zawr, Homs, Idlib, Raqqah e Rif Dimashq, destruindo infraestrutura essencial, escolas e hospitais.
Sobre a destruição da infraestrutura, Guterres detalhou os ataques contra instalações médicas, além de agentes humanitários e de saúde. "Em 2017, a Organização Mundial da Saúde registrou 322 ataques, resultando em 242 mortes entre pessoal médico e pacientes".
Guterres também lamentou o impedimento da acessibilidade dos suprimentos médicos e dos serviços de saúde, citando saques de comboios, ameaças e burocracia das partes envolvidas no conflito.
Sobre o impacto dos conflitos na segurança alimentar global, o chefe da ONU observou que dez das 13 maiores crises alimentares de 2017 foram motivadas por conflitos.
Ele citou o Iêmen, por exemplo, dizendo que "quase 3 milhões de mulheres e crianças estão gravemente desnutridas e mais de 8 milhões de pessoas não sabem de onde virá sua próxima refeição".
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