Comentário: Um novo capítulo para a "Xiplomacia"

Boao, Hainan, 11 abr (Xinhua) -- O Fórum Boao para a Ásia (FBA) deste ano é o primeiro depois que o compromisso da China de construir uma comunidade de futuro compartilhado para a humanidade foi inscrito no mês passado na Constituição do país.

A visão, junto com a proposta da China de construir "um novo tipo de relações internacionais", representa os esforços do país para buscar a resposta a uma pergunta simples: Que tipo de futuro a humanidade quer?.

Em seu discurso pronunciado nesta terça-feira na cerimônia de abertura da conferência anual do FBA, o presidente chinês, Xi Jinping, explicou em maior detalhe o conceito de comunidade de futuro compartilhado para a humanidade, que se caracteriza por tratar-se mutuamente com respeito e como iguais, promover o diálogo e compartilhar responsabilidades, participar da cooperação para obter resultados de benefício mútuo, defender a abrangência e buscar a harmonia sem uniformidade, assim como tratar a natureza com respeito e estimar o planeta.

Xi pediu que as pessoas de todo o mundo trabalhem conjuntamente por uma comunidade de futuro compartilhado para a humanidade e para tornar a Ásia e o mundo pacíficos, tranquilos, prósperos, abertos e belos.

Este é o primeiro encontro diplomático multilateral que Xi sedia em seu próprio país desde que foi reeleito unanimemente presidente chinês em março.

Além da conferência anual do FBA, outros três eventos globais chave serão organizados pela China este ano, e todos devem ter a participação de Xi.

Em junho, os membros da Organização de Cooperação de Shanghai (OCS) se reunirão na cúpula de Qingdao, a primeira depois da expansão do bloco para incluir a Índia e o Paquistão como membros de pleno direito em 2017.

Em setembro, o Fórum de Cooperação China-África em Beijing proporá possíveis formas de incentivar mais países africanos a envolver-se na Iniciativa do Cinturão e Rota.

Depois, em novembro, será realizada a primeira Exposição Internacional de Importação da China em Shanghai, onde a China mostrará seu potencial de mercado.

Estes eventos demonstrarão que a China dá boas-vindas a todos os países para que participem e compartilhem novas oportunidades que surgem com seu desenvolvimento.

Também mostrarão a "diplomacia de grande país com características chinesas", que consagra a defesa da paz, não ter uma atitude ameaçadora, a defesa dos pequenos e fracos e o compartilhamento das oportunidades de desenvolvimento.

Xi é o principal arquiteto do conceito de diplomacia de grande país e esteve envolvido pessoalmente no planejamento e direção da diplomacia de chefe de Estado.

Nos últimos cinco anos, Xi visitou 57 países e recebeu mais de 110 chefes de Estado estrangeiros.

Através de suas viagens e encontros diplomáticos, Xi ajudou a aprofundar o entendimento do mundo sobre uma China em crescimento, reformou o novo papel do país asiático no cenário mundial e ofereceu novas formas de abordar os problemas mundiais mais urgentes.

Em um momento em que o mundo está experimentando uma nova rodada de grande desenvolvimento, grande mudança e profundo reajuste, Xi disse que a humanidade tem uma importante decisão a ser tomada entre abertura e isolamento, e entre progresso e retrocesso.

Na conferência anual do FBA, o presidente Xi anunciou medidas novas para expandir a reforma e abertura, incluindo ampliar significativamente o acesso ao mercado, criar um ambiente de investimento mais atrativo, fortalecer a proteção dos direitos de propriedade intelectual e tomar a iniciativa para expandir as importações.

As iniciativas enviaram uma forte mensagem de que a porta da abertura da China não será fechada, mas que se abrirá ainda mais, o que mostra sua determinação e sinceridade para compartilhar oportunidades com o resto do mundo e promover o desenvolvimento comum.

O discurso de Xi recebeu um amplo reconhecimento na comunidade internacional. O discurso acrescentou certeza e esperança ao mundo de hoje, e o mundo necessita de uma liderança como a China, disse a diretora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde.