Beijing, 20 out (Xinhua) -- Rafael Fontana, especialista do departamento de língua portuguesa da Rádio Internacional da China, disse que nos últimos cinco anos a economia chinesa desenvolveu-se muito rapidamente, o que impacta na qualidade de vida da população.
Rafael participou do trabalho de tradução e revisão da versão em português do relatório apresentado por Xi Jinping no 19º Congresso Nacional do Partido Comunista da China (PCC) em nome do 18º Comitê Central do PCC. Segundo Rafael, que vive na China há dois anos, o país tem realizado um crescimento econômico muito acelerado e priorizado o combate à corrupção. "A gente vê bem claramente que a China é um tema recorrente e que o país realmente quer erradicar a corrupção," disse.
Em entrevista aos meios de comunicação, o especialista brasileiro disse que sua impressão geral sobre o relatório é que ele perpassa todos os níveis e camadas de desenvolvimento de uma nação. "Seja na educação, segurança, defesa, saúde ou bem estar social. É um relatório muito completo," explicou.
"Me impressiona muito o fato do povo ser colocado sempre em primeiro lugar. Porque o povo é o dono de uma nação. O Estado existe para servir o povo. Isso fica bastante claro neste relatório," disse o brasileiro.
O 19º Congresso Nacional do PCC recebe muita atenção, tanto da população chinesa, quanto do mundo, disse Rafael, acrescentando que o congresso é muito importante e qa partir daí são definidos os passos que a China vai dar nos próximos 15 ou 30 anos.
"O congresso chama atenção do mundo inteiro, porque ele é o evento mais importante que acontece a cada cinco anos na segunda maior economia do mundo", explicou Rafael. "Então é claro que se o congresso e o relatório mostrarem que a China tem estabilidade e tem um caminho certo para percorrer, isso vai trazer segurança e estabilidade para o restante do mundo", disse.
Ele disse que o relatório mostra que a China não vai fazer nenhuma mudança brusca nos próximos anos e está disposta a se abrir mais. "Isso é muito importante".
"Os países de língua portuguesa são países próximos, países amigos da China e eles têm excelente relação comercial," disse Rafael. "Hoje a China é o maior parceiro comercial do Brasil e o Brasil é o maior parceiro comercial da China na América do Sul. Então, tudo que acontece na China interessa obviamente a América do Sul e aos países de língua portuguesa. Se a China demonstrar com esse relatório e com esse congresso que vai manter seu caminho de estabilidade e de crescimento, isso traz segurança para o mundo todo e claramente para os países de língua portuguesa e América do Sul," destacou.
De acordo com Rafael Fontana, a China ainda enfrenta dois grandes desafios. "Um está relacionado diretamente ao meio ambiente, ou seja, poluição do ar, contaminação da água e dos rios. A China mostra uma consciência de que este é um problema que precisa ser combatido, e o segundo desafio é o da abertura que a China também começou a promover, continua promovendo e deve promover cada vez mais no futuro. A China precisa estar integrada ao mundo. Nenhum país mais pode viver isoladamente," indicou.