Entrevista: Especialista brasileiro destaca liderança da China na defesa de globalização na Cúpula do G20
Brasília, 11 jul (Xinhua) -- A participação do presidente chinês, Xi Jinping, na cúpula do G20 na cidade de Hamburgo, na Alemanha, confirmou a liderança da China na defesa da globalização e do multilateralismo, disse à Xinhua o diretor do Center China-Brazil: Research & Business no Brasil, Ronnie Lins.
Durante a cúpula, Xi pediu que as principais economias promovam uma economia mundial aberta e um regime comercial multilateral para um crescimento global que permanece instável apesar dos sinais de recuperação.
Segundo o especialista brasileiro, a posição da China reafirmou sua vocação para trabalhar de forma coordenada com todas as nações.
"A China se posicionou várias vezes como uma potência que trabalha para que os países se unam na resolução das grandes questões internacionais", destacou Lins.
"Agora, com o novo governo norte-americano e a ideia do presidente Trump de colocar os Estados Unidos em primeiro lugar, é fundamental que a China assuma um papel de liderança", indicou ele.
Segundo Lins, ao enfrentar as complexidades que estão sugerindo neste novo mundo, é difícil que os países tenham bons resultados isoladamente.
"Por esta razão, a chave do sucesso será o multilateralismo, como defendido pelo presidente chinês. Todos os países precisam andar juntos mais ou menos para resolver esses problemas", informou.
Outro ponto importante da participação da China na discussão sobre as perspectivas econômicas mundiais é a Iniciativa do Cinturão e Rota, em sua opinião.
"Com essa iniciativa proposta por Xi, a China fortalece o comércio transfronteiriço e os vizinhos terão uma melhor relação, beneficiando ambas as partes. Para que essa relação se estabilize, serão necessários grandes projetos de infraestrutura, uma área em que a China tem muitas experiências, talvez o maior do mundo", enfatizou Lins.
Além disso, para criar uma relação de negócios que todas as partes se beneficiam, "cria-se estrategicamente uma relação muito poderosa que facilita a proteção da própria soberania e da estabilidade regional", segundo ele.
Em relação ao debate na cúpula do G20 sobre a sustentabilidade e o meio ambiente, Lins apontou que o mundo está passando pela quarta revolução industrial, com crescimento exponencial de progressos tecnológicos que criam menos poluição do que as plantas industriais mais antigas, um caminho seguido pela China em particular.
"A China se desenvolve na direção de uma economia mais sustentável, independentemente da mudança da posição dos EUA. Essa atitude é algo específico dos EUA, que tem mais a ver com seu problema de emprego do que com o meio ambiente", disse.
"A linha que a China está seguindo do desenvolvimento auto-sustentável é básica para a população mundial, especialmente os chineses. Por outro lado, a questão de agir conjunta e globalmente sempre será a melhor opção. É necessário respeitar os acordos estabelecidos entre os países", assinalou ele.
O especialista brasileiro também informou que Xi "tem todas as razões para alertar os riscos do protecionismo" aos países em desenvolvimento, como notou em seu discurso durante o encontro do BRICS (Brasil, Rússia, índia, China e África do Sul) realizado em Hamburgo no âmbito do G20.
"Com a abertura econômica, há mais oportunidades para as relações de ganho mútuo entre todos. Atualmente, vemos muitos poderes com protecionismo extremo, levando outros a fazer o mesmo. Portanto, é essencial que os países tenham uma relação comercial e tecnológica mais aberta", segundo Lins.
Quanto ao Brasil, considerou que o BRICS é um bloco muito importante porque será uma "potência no futuro, trata-se de países-continente, muito poderosa em vários níveis".
Lins compartilhou a visão de Xi sobre a necessidade de ação multilateral na luta contra o terrorismo.
De acordo com o especialista brasileiro, nenhum país pode resolver de forma isolada os conflitos no mundo árabe ou a crise dos refugiados, por isso, é essencial ter uma discussão entre as grandes potências para encontrar uma saída.
Ele também salientou a importância de chegar a consensos multilaterais para abordar os desafios e a cibersegurança, que são cada vez mais comuns na vida contemporânea.
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