Economia chinesa deverá continuar se estabilizando em 2017, diz especialista

2017-02-24 19:51:27丨portuguese.xinhuanet.com

Shenzhen, 24 fev (Xinhua) -- A economia chinesa deverá continuar se estabilizando em 2017, uma vez que vários fatores estão convergindo nesta direção, disse um economista na quinta-feira.

A demanda doméstica deverá aumentar em 2017, uma vez que ainda existe muito espaço para o crescimento do investimento em infraestrutura e o investimento na manufatura também deverá crescer, disse Li Wei, chefe do Centro de Pesquisa de Desenvolvimento do Conselho de Estado.

O crescimento das exportações do país deverá ser positivo neste ano, disse o economista durante a conferência de trabalho de consulta política nacional do Centro, realizada na cidade de Shenzhen, no sul do país.

O crescimento econômico da China se manteve estável em 2016, com o aumento da produção de energia e aço bruto, juntamente com o aumento nas vendas automobilísticas, destacou.

O Índice de Preços ao Produtor (IPP), que mede o custo dos bens na porta das fábricas, permanece positivo desde setembro do ano passado, quando encerrou um ciclo de queda de quatro anos consecutivos, parcialmente graças a campanha governamental bem sucedida para cortar o excesso de capacidade de produção industrial.

As principais companhias industriais da China registraram um aumento de 8,5% nos lucros em 2016, revertendo o declínio de 2,3% registrado em 2015. Durante o mesmo período, o país gerou 13,14 milhões de novos postos de trabalho para os residentes urbanos, superando o objetivo de 10 milhões.

"Todos esses sinais mostraram que o desequilíbrio entre a oferta e a demanda está dominuindo e que a qualidade do crescimento econômico está melhorando", disse Li.

Além disso, as principais agências internacionais previram uma melhora na economia mundial neste ano.

Entretanto, Li também alertou sobre as incertezas nos mercados internacionais e sugeriu que passos concretos devem ser dados para se prevenir contra os riscos financeiros.

Em janeiro, o Banco Mundial manteve sua previsão do crescimento econômico da China para 2017 em 6,5%, dizendo que a economia vai continuar seu crescimento sustentável com a mudança de foco da indústria para o setor de serviços, apesar das crescentes preocupações sobre o mercado de imóveis.

Segundo dados oficiais, o consumo foi responsável por 64,6% do crescimento do PIB da China em 2016, enquanto o setor de serviços respondeu por 51,6%. As vendas no verejo, um importante indicador do consumo, vem há anos crescendo a uma taxa anual de dois dígitos.

Atualmente, a renda per capita da China fica em US$ 8,1 mil, de acordo com um relatório do Banco Mundial, que disse esperar que o valor ultrapasse os US$ 12,5 mil, marca necessária para se chegar ao patamar de alta renda, em 2027, e sair da armadilha da renda média.

O aumento dos preços no país foi freado em 2016. O Índice de Preços ao Consumidor (IPC), um importante indicador da inflação, subiu apenas 2% em comparação com o ano anterior, muito menor do que o limite oficial de 3%.

O governo central anunciará no seu relatório de trabalho durante a próxima sessão parlamentar em março o objetivo anual do IPC para 2017, que deve permanecer por volta de 3%.

A inflação suave aos consumidores, junto com o declínio do IPP de um ano inteiro, ofereceram mais espaço de manobra para a política monetária do país.

Com a melhora dos fundamentos econômicos, o banco central chinês começou a orientar uma taxa mais alta no mercado através de operações no mercado aberto no início de fevereiro, aumentando a taxa de empréstimo em 10 pontos básicos para os bancos, ação que foi interpretada como um movimento para uma política monetária mais neutra.

Dados como inflação, IPC e IPP são indicadores importantes para as autoridades chinesas examinarem a saúde da economia do país, juntamente com o PIB.

A economia chinesa cresceu 6,7% ano a ano em 2016, a taxa mais baixa em quase três décadas, mas dentro do objetivo estabelecido pelo governo.

A taxa média de crescimento econômico do país foi de 10% entre 1979 e 2010, com uma transformação gradual no modelo de crescimento orientado pela exportação para uma economia impulsionada pelo consumo interno.

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