Peças de porcelana chinesa são exibidas na principal loja oficial de porcelana de Jingdezhen em Istambul, Turquia, em 31 de maio de 2025. (Xinhua/Liu Lei)
Juntos, esses esforços, que abrangem empreendimentos comerciais, intercâmbios de artesãos e cooperação entre museus, ilustram como 2025 fortaleceu os laços históricos e aprimorou o entendimento mútuo entre a China e a Turquia, preparando o terreno para a continuidade do intercâmbio cultural e civilizacional.
Istambul, 28 dez (Xinhua) -- Em 2025, uma série de intercâmbios com tema de porcelana deu novo ímpeto aos laços culturais e econômicos entre a China e a Turquia, reacendendo um diálogo artístico secular. A porcelana, há muito tempo um ofício compartilhado e um artigo de luxo comercializado, serviu novamente como ponte eficaz entre as duas civilizações.
Em um desenvolvimento notável em maio, o renomado centro de porcelana da China, Jingdezhen, inaugurou sua primeira loja-conceito oficial em Istambul, exibindo finos utensílios de mesa e cerâmicas decorativas da cidade de Jiangxi, famosa por produzir porcelana imperial desde a dinastia Song (960-1279).
Desde sua inauguração, a loja tem chamado muita atenção dos clientes turcos, que representam quase 90% dos visitantes, sendo os construtores, designers de interiores e compradores de presentes sofisticados a maior parte da clientela.
A loja principal em Istambul visa não apenas apresentar a porcelana de Jingdezhen aos consumidores turcos, mas também servir como plataforma para um intercâmbio cultural de longo prazo, com planos de convidar um artista chinês a Istambul em 2026 para uma oficina e uma palestra.
Além do comércio, esses intercâmbios aproximam cada vez mais artesãos e instituições culturais chinesas e turcas.
Na histórica cidade de Iznik, no noroeste da Turquia, renomada por sua tradição cerâmica secular, o mestre artesão Adil Can Guven, amplamente reconhecido como um "portador da cultura", continua preservando e revitalizando a antiga arte dos azulejos de Iznik.
Relembrando uma visita a Jingdezhen em 2023, onde observou técnicas de restauração e colaborou com artesãos locais, Guven disse: "As técnicas podem ser diferentes, mas a paixão é igual. Isso me lembrou que a arte cerâmica transcende fronteiras, é uma linguagem universal".
Guven também orientou jovens artesãos de Iznik, compartilhando técnicas inspiradas por sua experiência em Jingdezhen. Preservar o artesanato não só honra o passado, como fortalece a colaboração intercultural, ajudando a garantir o futuro da arte cerâmica, disse ele.
Foto tirada em 14 de fevereiro de 2025 mostra algumas porcelanas chinesas expostas no novo museu da porcelana do Palácio Topkapi, em Istambul, Turquia. (Xinhua/Liu Lei)
Em 2025, o Palácio Topkapi, em Istambul, também empreendeu grandes esforços para inaugurar um novo museu que abriga uma das maiores coleções de porcelana do mundo fora da China, com peças raras das dinastias Yuan e Ming como peças centrais.
Após quatro anos de restauração do histórico complexo Darphane-i Amire, antiga Casa da Moeda do Império Otomano, o museu exibirá mais de 4.500 artefatos de porcelana, incluindo 1.442 peças chinesas valiosas, ressaltando a importância cultural e histórica da porcelana chinesa no Império Otomano.
"O acervo do Palácio Topkapi inclui cerca de 22.000 peças de porcelana, sendo que aproximadamente 12.000 delas são chinesas. Essa coleção não tem paralelo fora da China", disse o diretor Ilhan Kocaman, observando que muitas peças chegaram por meio de intercâmbios diplomáticos e comerciais durante o auge do Império Otomano.
De acordo com Wang Guangyao, diretor do Instituto de Cerâmica do Museu do Palácio de Beijing, os números refletem tanto o impacto histórico da cerâmica chinesa na Turquia quanto a longa tradição de apreciação da porcelana chinesa pela corte e sociedade otomana.
Wang, que visitou Istambul em novembro, disse que a expansão dos intercâmbios em 2025 lançou uma base sólida para uma cooperação mais profunda entre museus chineses e turcos na área da cerâmica. Ele acrescentou que ambos os lados estão analisando planos para exposições conjuntas, intercâmbios de pesquisa e projetos de conservação nos próximos anos.
Juntos, esses esforços, que abrangem empreendimentos comerciais, intercâmbios de artesãos e cooperação entre museus, ilustram como 2025 fortaleceu os laços históricos e aprimorou o entendimento mútuo entre a China e a Turquia, preparando o terreno para a continuidade do intercâmbio cultural e civilizacional.
