Beijing, 15 dez (Xinhua) -- O crescimento das exportações, importações baratas e o acesso a crédito acessível são fatores-chave para o desenvolvimento do Sul Global, de acordo com Otton Solis, um professor da Universidade Instituto Empresarial, na Espanha, em um artigo publicado no jornal China Daily.
A China tem desempenhado um papel fundamental para o Sul Global em todos esses aspectos e se tornou um importante mercado para muitos países em desenvolvimento -- alguns dos quais desfrutam de superávits comerciais com a China.
A China já se tornou o principal destino de exportações do Brasil, Uruguai, Peru e Chile.
Nos últimos 10 anos, as importações da China provenientes dos países do Sul Global cresceram muito mais rapidamente do que as importações dos EUA ou da Europa.
Conforme um relatório da Standard & Poor's, as importações da China provenientes do Sul Global atingiram US$ 1 trilhão em 2024, o que foi seis vezes o valor das importações dos EUA (US$ 165 bilhões) e quase quatro vezes o da Europa Ocidental (US$ 260 bilhões).
Segundo o professor, a China também é um fator-chave para manter os preços baixos em todo o mundo. Sem o ecossistema de fabricação eficiente, em grande escala e de baixo custo do país asiático, os preços globais da maioria dos bens -- especialmente produtos industriais -- seriam muito mais altos.
A influência da China sobre os preços foi especialmente evidente nas tecnologias verdes. Graças aos seus pesados investimentos na produção de energia solar, eólica e baterias, os custos dos equipamentos despencaram. Os preços dos painéis solares caíram 90% na última década, permitindo que países de baixa renda cumprissem seus compromissos com a transição ecológica.
Quanto aos veículos elétricos, os preços da China têm sido muito mais baixos devido à escala e eficiência na produção e à concorrência feroz entre cerca de 130 montadoras -- tudo isso resultou nos preços para baixo, beneficiando os consumidores em todo o mundo.
Enquanto isso, a China também reformulou o financiamento global do desenvolvimento, observou o professor. Ao canalizar suas grandes reservas cambiais e altas poupanças internas para empréstimos internacionais, ela ajudou a reduzir as taxas de juros globais e ampliar o acesso ao crédito para os países em desenvolvimento.
Nas últimas duas décadas, o país emergiu como uma importante origem dos fundos de longo prazo e baixo custo -- uma alternativa aos mercados de capitais privados, onde os países em desenvolvimento têm pouca influência.
Por meio da Iniciativa Cinturão e Rota, do Banco de Desenvolvimento da China e do Banco de Exportação e Importação da China, o país construiu uma infraestrutura financeira fortemente focada em empréstimos diretos para o desenvolvimento. Também liderou a criação do Banco Asiático de Investimento em Infraestrutura, que agora tem mais de 100 países-membros, incluindo muitos da Europa Ocidental.
