Beijing, 9 jul (Xinhua) -- Uma nota divulgada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação do Brasil anunciou a conclusão das negociações para o desenvolvimento conjunto do satélite CBERS-5, com a assinatura do acordo relativo em 5 de julho, no Rio de Janeiro. Este novo satélite representa um avanço significativo no programa China-Brazil Earth Resources Satellite (CBERS), marcando a primeira incursão da parceria em satélites geoestacionários.
O CBERS-5 será uma nova parte do programa de desenvolvimento de satélites dos dois países, iniciado em 1988. Em 1999, o primeiro satélite de recursos terrestres China-Brasil foi lançado com sucesso, dando à China seu primeiro satélite de sensoriamento remoto do tipo transmissão. Foi o primeiro satélite desenvolvido em conjunto pela China e outro país e foi classificado como um dos 10 maiores avanços científicos e tecnológicos do ano na China.
A China e o Brasil desenvolveram em conjunto seis satélites de recursos terrestres, e os satélites CBERS-4 e CBERS-4A estão funcionando bem em órbita.
De acordo com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação do Brasil, o CBERS-5, posicionado sobre o território brasileiro, será um satélite meteorológico e ambiental. Diferente de seus antecessores, que eram satélites de órbita baixa para observação da Terra, o CBERS-5 trará uma capacidade sem precedentes para o Brasil. Com ele, o país alcançará a soberania de dados espaciais nas áreas meteorológica e ambiental, garantindo maior precisão na previsão do tempo e do clima.
Pela primeira vez, a parceria estipula formalmente a transferência de tecnologia e conhecimento como uma ferramenta para o desenvolvimento conjunto. Essa abordagem reforça o compromisso mútuo com o aprendizado e o crescimento tecnológico, segundo a nota. Adicionalmente, os dados do CBERS-5 serão distribuídos gratuitamente para países da América Latina e do Caribe, sublinhando o caráter colaborativo e de compartilhamento de conhecimento do projeto.
O acordo destaca a cooperação Sul-Sul no âmbito científico, especialmente em um contexto de frequentes disputas geopolíticas globais, em que os países buscam alternativas fora das potências tradicionais no campo da inovação.

