Beijing, 9 jul (Xinhua) -- As montadoras chinesas estão aumentando sua capacidade de produção no exterior, sinalizando uma mudança em sua estratégia de expansão global baseada em exportações.

A BYD lançou seu primeiro veículo de passageiros fabricado no Brasil em sua fábrica no estado da Bahia, no início de julho, marcando um novo marco em sua expansão global.

"Desde o início da construção até o primeiro carro sair da linha de produção, levamos apenas 15 meses. Esta conquista anuncia um novo capítulo para a BYD e para o transporte sustentável na América Latina", disse Stella Li, vice-presidente executiva da BYD.

Com um investimento total de R$ 5,5 bilhões (US$ 1 bilhão), a base de produção da BYD no Brasil fabrica modelos elétricos puros e híbridos plug-in, com uma capacidade planejada de 150 mil veículos por ano.

A fábrica, localizada na cidade costeira de Camaçari, se beneficia de uma cadeia de suprimentos de automóveis bem estabelecida e de uma infraestrutura de logística portuária madura. Espera-se que ela crie 20 mil oportunidades de emprego na região.

Jerônimo Rodrigues, governador do estado da Bahia, elogiou a conclusão da fábrica da BYD, dizendo que o Brasil está pronto para abraçar um futuro mais verde e inovador, que impulsionará a economia, o emprego e a transformação tecnológica locais.

Desde que a BYD introduziu seus veículos de nova energia (NEVs, sigla em inglês) para passageiros no mercado brasileiro em 2021, a empresa já vendeu 130 mil unidades no país.

No primeiro trimestre de 2025, as vendas da BYD no Brasil superaram 20 mil unidades, o que a colocou no primeiro lugar em vendas locais de NEVs. Em maio, ela saltou para o quarto lugar no ranking de vendas no varejo de marcas automotivas brasileiras, garantindo uma participação de mercado de 9,7%.

Com presença em mercados de mais de 110 países e regiões em todo o mundo, as vendas no exterior da empresa ultrapassaram 470 mil veículos de janeiro a junho deste ano, aumentando 132% em termos anuais.

A BYD não é a única montadora chinesa explorando a produção no exterior. Em meados de maio, a primeira fábrica de veículos de nova energia no exterior da CHANGAN Automobile começou a operar na Tailândia.

Segundo a CHANGAN, a fábrica produzirá modelos de três principais marcas - Changan, Deepal e Avatr, planejando ainda, nos próximos anos, aumentar a atual capacidade de produção anual de 100 mil unidades para 200 mil.

A empresa já ofereceu vários modelos de veículos de nova energia no mercado tailandês, incluindo o Deepal S07, E07 e o Avatr 11, e deve introduzir 12 modelos adicionais de NEVs nos próximos três anos.

Além do Sudeste Asiático, a CHANGAN também planeja uma fábrica na Europa para apoiar suas vendas futuras no continente e já está avaliando possíveis locais para a planta, disse um executivo à Reuters recentemente.

"Estamos comprometidos em operar na Europa, fabricando na Europa para a Europa", afirmou Nic Thomas, chefe europeu de comercialização, vendas e serviços da CHANGAN, durante um test drive de seu SUV elétrico Deepal S07 em um evento no Reino Unido.

Analistas observaram que montadoras construírem instalações no exterior para os compradores locais de automóveis, como a Volkswagen e a Toyota fizeram nas últimas décadas, considerando o custo, a velocidade de chegada dos carros ao mercado e as diferentes regulamentações locais, tem sido uma prática comum.

Isso pode reduzir os números de exportação, mas acelerar os esforços das montadoras chinesas para se tornarem globais de forma real, acrescentaram.