BRICS fortalece impulso e estabilidade na cooperação com o Sul Global-Xinhua

BRICS fortalece impulso e estabilidade na cooperação com o Sul Global

2025-07-07 10:49:50丨portuguese.xinhuanet.com

Foto tirada em 3 de julho de 2025 mostra logotipo da Cúpula do BRICS em frente ao Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, Brasil. A 17ª edição da Cúpula do BRICS será realizada de 6 a 7 de julho. (Foto por Cláudia Martini/Xinhua)

* Nos últimos anos, o BRICS virou uma importante força no incentivo à cooperação entre as nações do Sul Global. Essa colaboração não só impulsiona seu progresso econômico e social, como oferece abordagens alternativas para a governança global e novos modelos de modernização.

* A próxima Cúpula do BRICS deverá focar em várias questões importantes que a humanidade enfrenta atualmente, desde governança internacional e assuntos econômicos até mudanças climáticas e saúde global, assim como os desafios criados pela inteligência artificial (IA).

Rio de Janeiro, 5 jul (Xinhua) -- A 17ª edição da Cúpula do BRICS será realizada no Rio de Janeiro, Brasil, nos dias 6 e 7 de julho, marcando um novo capítulo no qual o BRICS energiza e promove o crescimento sólido e constante da cooperação entre os países do Sul Global.

Como presidente rotativo do bloco, o Brasil sedia a cúpula sob o lema "Fortalecendo a Cooperação do Sul Global para uma Governança Mais Inclusiva e Sustentável".

Nos últimos anos, o BRICS virou uma importante força no incentivo à cooperação entre as nações do Sul Global. Essa colaboração não só impulsiona seu progresso econômico e social, como também oferece abordagens alternativas para a governança global e novos modelos de modernização.

Foto aérea de drone tirada em 17 de junho de 2022 mostra prédio da sede do Novo Banco de Desenvolvimento em Shanghai, no leste da China. (Xinhua/Fang Zhe)

REFORMULAÇÃO DA ORDEM ECONÔMICA GLOBAL

Cinco países do BRICS, sendo Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, criaram o Novo Banco de Desenvolvimento (NDB, na sigla em inglês) em 2014. Com sede em Shanghai, o NDB iniciou oficialmente suas operações em 2015 para cumprir a missão de mobilizar recursos para projetos de infraestrutura e desenvolvimento sustentável nos países-membros do BRICS, assim como em outras economias de mercados emergentes e países em desenvolvimento.

Com o NDB, o BRICS promoveu o desenvolvimento internacional ao reunir economias dinâmicas e comprometidas com a transformação do Sul Global.

O banco oferece "financiamento em condições mais favoráveis ​​para projetos de infraestrutura, energia e transporte", disse Sebastian Schulz, sociólogo e pesquisador da Universidade Nacional de La Plata, na Argentina, observando que o BRICS também oferece um Acordo de Reserva de Contingência, que poderia ajudar a "estabilizar economias no contexto de crises cambiais".

"O BRICS atua como um dos principais espaços para empreendimentos conjuntos no Sul Global, incentivando discussões em busca de uma governança global mais equitativa, reformas na arquitetura financeira internacional e uma forma mais justa de multipolaridade", afirmou ele.

Patricio Giusto, diretor do Observatório Sino-Argentino, observou que o BRICS oferece ao mundo, em particular ao Sul Global, "programas de financiamento que estão sendo desenvolvidos por meio do NDB e outros programas específicos".

O BRICS, com seus fóruns multilaterais, oferece uma estrutura favorável à cooperação econômica entre os países do Sul Global "com interesses e preocupações cada vez mais convergentes", disse Giusto à Xinhua.

"De uma agenda inicial focada principalmente na cooperação financeira no período pós-crise de 2008 e 2009, o bloco cresceu em relevância geopolítica e econômica, agora com uma agenda cada vez mais diversa e alcance global", disse Giusto, acrescentando que o BRICS "atualmente está em ascensão, com cada vez mais membros e oportunidades em comércio e investimento".

Refletindo a crescente influência do bloco, a Colômbia comemorou sua entrada no NDB em junho, que "vai além da esfera financeira e amplia nossos horizontes", como descreveu a ministra das Relações Exteriores colombiana, Laura Sarabia.

Na última década, o NDB aprovou mais de 120 projetos, totalizando 40 bilhões de dólares americanos, fornecendo suporte financeiro aos países-membros em uma ampla gama de áreas, incluindo infraestrutura, energia limpa, proteção ambiental e infraestrutura digital.

FORÇA ESTABILIZADORA EM MEIO À INCERTEZA GLOBAL

Com a adesão de mais países ao BRICS, a representatividade e a influência do mecanismo têm crescido constantemente, criando uma força estabilizadora em um mundo em transformação e turbulento.

O BRICS representa uma parceria estratégica de nações que, juntas, constituem uma parte significativa da população e da economia mundial. A expansão do grupo tem aumentado continuamente sua influência no cenário internacional, o tornando mais representativo e com maior capacidade de promover diversas agendas globais.

Em entrevista à Xinhua, o presidente boliviano Luis Arce elogiou o BRICS por fornecer uma nova plataforma para que os países do Sul Global participem da governança global, defendam seus direitos de desenvolvimento e ampliem sua voz nos assuntos internacionais.

"O mecanismo de cooperação do BRICS nos oferece um novo modelo de desenvolvimento e uma nova visão de multilateralismo genuíno. Oferece uma visão completamente diferente, onde todos podemos nos sentir parte de um esforço coletivo e podemos cooperar para o desenvolvimento comum", disse Arce, destacando o "marco importante" para a Bolívia, que se tornou um país parceiro do BRICS em janeiro.

Yu Yunquan, vice-presidente do Grupo de Comunicações Internacionais da China, afirmou que, com a expansão da cooperação, o BRICS deve promover ativamente uma multipolarização global equitativa e ordenada, além de uma globalização econômica inclusiva e mutuamente benéfica.

"A cooperação entre os países do BRICS não é só uma resposta ao atual cenário econômico e político, mas também uma oportunidade para criar um futuro mais equitativo e sustentável", disse Ivone Silva, presidente do Instituto Lula do Brasil.

Boris Guseletov, pesquisador sênior do Instituto de Estudos Europeus da Academia Russa de Ciências, afirmou que o desenvolvimento integrado da governança global é essencial para enfrentar os novos desafios da cooperação internacional.

"O mundo entrou em uma nova fase de grandes mudanças turbulentas, e a ordem internacional está passando por uma reorganização significativa. Após sua expansão, o mecanismo do BRICS unirá esforços para promover o desenvolvimento comum, defender o multilateralismo e contribuir ainda mais para a construção de um sistema de governança global mais equitativo", afirmou ele.

Foto tirada em 23 de abril de 2025 mostra vista interna de Gedung Merdeka, sede da histórica Conferência Asiático-Africana em Bandung, Indonésia. (Xinhua/Xu Qin)

IMPULSO À PRINCIPAL INOVAÇÃO TECNOLÓGICA

Espera-se que a próxima Cúpula do BRICS foque em várias questões importantes que a humanidade enfrenta atualmente, desde governança internacional e assuntos econômicos até mudanças climáticas e saúde global, assim como os desafios criados pela inteligência artificial (IA).

O bloco busca transformar a inovação tecnológica em uma força motriz para o desenvolvimento dos países do Sul Global e sua presença no cenário global.

Uma declaração ministerial foi emitida na semana passada sobre a cooperação do BRICS em ciência, tecnologia e inovação em Brasília, Brasil, destacando a importância de expandir o acesso e o domínio de tecnologias e inovações para os países do Sul Global.

Os países do BRICS podem pavimentar o caminho para a soberania digital no Sul Global, desenvolvendo suas próprias tecnologias e reduzindo a dependência de gigantes tecnológicos tradicionais, afirmou Luca Belli, professor de Direito da Fundação Getúlio Vargas.

"Tecnologias digitais nacionais podem romper a dependência e levar à autonomia e à autodeterminação", disse Belli, destacando que os países do BRICS têm oferecido alternativas viáveis ​​ao modelo digital centrado em grandes corporações americanas.

"A China deixou de ser um país tecnologicamente subdesenvolvido para virar líder em inteligência artificial em poucas décadas. A Índia está construindo poderosas infraestruturas digitais públicas. O Brasil é pioneiro na promoção do software livre como forma de soberania digital desde 2003", afirmou ele.

Inovação é o processo de traduzir descobertas científicas em produtos e serviços tangíveis, o que pode ser acelerado pela troca de todos os tipos de ferramentas disponíveis entre os países, afirmou a ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação do Brasil, Luciana Santos.

"Compartilhamos nossas experiências sobre como estamos investindo no crescimento da inovação, tendo em mente que, quando se trata do crescimento econômico e da estabilidade do nosso país, tudo está enraizado na inovação", disse o vice-ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação da África do Sul, Nomalungelo Gina.

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