Hefei, 1º jul (Xinhua) -- A China lançará oficialmente a Associação Internacional de Exploração do Espaço Profundo (IDSEA, em inglês) na próxima segunda-feira, com o objetivo específico de capacitar outros países em desenvolvimento no desenvolvimento de tecnologias do espaço profundo.
Localizada em Hefei, Província de Anhui, a associação será a primeira organização acadêmica internacional do país no domínio aeroespacial, aproveitando o crescente interesse global nas missões lunares e marcianas da China.
A IDSEA se concentrará no estudo do espaço profundo, que inclui explorações da Lua, outros planetas e asteroides, e promoverá a cooperação internacional, de acordo com o Laboratório de Exploração do Espaço Profundo, com sede em Hefei, um dos cinco iniciadores da associação.
Wang Zhongmin, diretor do centro de cooperação internacional do laboratório, disse que a IDSEA pretende se tornar uma plataforma acadêmica inclusiva que beneficiará especialmente os países em desenvolvimento.
"Esperamos atrair o maior número possível de países em desenvolvimento e, ao iniciar programas pequenos, mas impactantes, como o projeto de CubeSat e o treinamento de cientistas, esperamos permitir que essas nações tenham acesso a tecnologias espaciais de ponta que antes pareciam estar muito além de seu alcance", disse ele.
A exploração do espaço profundo tem sido limitada a alguns países devido às altas exigências de capital, tecnologias e talentos. "A grande maioria dos países vê um monopólio tecnológico. As tecnologias do espaço profundo devem sair do pequeno círculo para beneficiar toda a humanidade", disse Wang.
Apesar de ser uma novata na exploração do espaço sideral, a China emergiu rapidamente como uma participante proeminente neste campo, ao mesmo tempo que demonstrou seu compromisso com a cooperação com outros países.
Em abril, a China anunciou que sete instituições de seis países -- França, Alemanha, Japão, Paquistão, Reino Unido e Estados Unidos -- foram autorizadas a emprestar amostras lunares coletadas pela missão Chang'e-5 da China para pesquisa científica.
A China também convidou parceiros globais para participar de suas missões a Marte. O país planeja lançar a missão Tianwen-3, voltada para coletar e trazer de volta amostras de Marte, por volta de 2028, com seu principal objetivo científico sendo a busca por sinais de vida no planeta vermelho. A recuperação de amostras de Marte, a primeira desse tipo na história da humanidade, é considerada a missão de exploração espacial mais desafiadora tecnicamente desde o programa Apollo.