
Manifestantes segurando faixas e cartazes são fotografados em Haia, Holanda, em 22 de junho de 2025. (Xinhua/Peng Ziyang)
Multidões de manifestantes foram às ruas em Haia na véspera da cúpula da OTAN.
Haia, 23 jun (Xinhua) -- Milhares de manifestantes antiguerra expressaram sua indignação com a expansão militar e o aumento dos gastos com defesa da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) antes da próxima cúpula da aliança em Haia, Holanda.
Organizados por mais de 20 grupos da sociedade civil de mais de 20 países, os manifestantes se reuniram na tarde de domingo no Parque Koekamp, perto da Estação Central de Haia, para um protesto em larga escala.
No centro da manifestação estava um símbolo marcante: um "Cavalo de Troia" de papel preto, apelidado de "Cavalo da OTAN". A estrutura estava repleta de armas falsas, como minas terrestres, mísseis e armas de fogo. Estampadas em letras vermelho-sangue por toda a sua estrutura, estavam as palavras "Genocídio", "Morte" e "Destruição", uma declaração visual sombria da mensagem dos manifestantes.
"A OTAN diz que trará paz e segurança", disse a manifestante Eevee Garcia. "Mas, na verdade, esconde que trará mais armas, mais guerra e mais devastação ao mundo."

Manifestantes segurando cartazes são fotografados em Haia, Holanda, em 22 de junho de 2025. (Xinhua/Zhao Dingzhe)
Ela enfatizou o propósito mais amplo do protesto, dizendo: "É muito importante estarmos aqui hoje para realmente destacar que os EUA estão usando a OTAN como uma ferramenta para promover sua agressão em diferentes partes do mundo, e queremos nos unir ao povo que luta contra o imperialismo."
A manifestação ocorreu em resposta direta à cúpula da OTAN, agendada para 24 e 25 de junho em Haia, onde os líderes dos 32 estados-membros da aliança devem discutir, entre outros itens, uma proposta controversa para aumentar os gastos com defesa nacional para 5% do Produto Interno Bruto (PIB).
Niels Jongerius, membro da equipe do Instituto Transnacional e um dos organizadores do evento, destacou a ampla participação internacional. "Para nós, como movimento pela paz holandês, e acredito que para ativistas pela paz em outros lugares, é óbvio que sempre criticamos o que nossos governos fazem quando se trata de belicismo", disse ele.
Ele criticou a vasta presença militar da OTAN, argumentando: "A OTAN já é o bloco mais militarizado do mundo. Muito mais da metade dos gastos militares mundiais são feitos pela OTAN e seus Estados-membros."
"Queremos moradia, não tanques. Precisamos de professores, não de bombas... eles podem encontrar dinheiro para armar o mundo, mas nunca conseguem encontrar dinheiro para construir moradias para as pessoas ou pagar o suficiente aos professores e enfermeiros da nossa sociedade", acrescentou Jongerius.

Manifestante segurando um cartaz é fotografada em Haia, Holanda, em 22 de junho de 2025. (Xinhua/Zhao Dingzhe)
Theo Roncken, psicólogo holandês, ecoou a crítica, apontando a indústria de armamentos como a verdadeira beneficiária das políticas da OTAN. "É a indústria de armamentos que está promovendo as guerras. Portanto, a OTAN hoje promove a indústria de armamentos", disse ele.
Roncken, que trabalha na área da saúde, alertou que o aumento dos orçamentos militares inevitavelmente significaria cortes mais profundos nos serviços públicos. "Não temos dinheiro suficiente para oferecer um bom atendimento. E acho que se o preço das armas aumentar... as despesas com atendimento diminuirão."
Ele também descreveu a meta proposta de gastos militares de 5% do PIB como "um desastre", questionando: "De onde virá esse dinheiro? Da educação, da saúde, de todas as coisas sociais de que realmente precisamos. Não precisamos de armas."
A indignação com os recentes acontecimentos geopolíticos acrescentou urgência ao protesto. Cartazes com os dizeres "Parem a Guerra contra o Irã", "Não ao Terror da OTAN" e "Tirem as Mãos do Irã" foram amplamente vistos, em resposta ao ataque americano a três instalações nucleares iranianas naquele mesmo dia.

Manifestantes segurando faixas e cartazes são fotografados em Haia, Holanda, em 22 de junho de 2025. (Xinhua/Zhao Dingzhe)
"Acho que, com razão, as pessoas estão indignadas com o ataque americano ao Irã, então querem mostrar seu apoio à paz e contra a guerra e a agressão imperialista", disse Jongerius.
Hossein Niknam, um iraniano de 74 anos que vive na Europa há quatro décadas, criticou os Estados Unidos por pressionarem seus aliados a aumentar os gastos com defesa, buscando financiar a OTAN com o dinheiro dos contribuintes europeus.
"Os EUA sempre querem que outros países paguem", disse ele. "Eles se mantêm em segurança atrás das linhas de frente, como nas guerras do Afeganistão e do Iraque, e quando todos os outros estão exaustos, eles saem e declaram vitória."
Niknam condenou o histórico da OTAN no Oriente Médio, acusando-a de semear o caos e a destruição, citando baixas civis e deslocamentos em massa causados por anos de intervenção.
"A OTAN nunca buscou a paz", acrescentou Niknam. "Eles buscam o domínio."

Manifestantes segurando cartazes são fotografados em Haia, Holanda, 22 de junho de 2025. (Xinhua/Zhao Dingzhe)





