Mandioca finca fortes raízes na cooperação agrícola e comercial entre China e África-Xinhua

Mandioca finca fortes raízes na cooperação agrícola e comercial entre China e África

2025-06-16 16:06:16丨portuguese.xinhuanet.com

Changsha, 16 jun (Xinhua) -- Pequenos grãos, levemente amarelados, cuidadosamente embalados e prontos para preparo na cozinha, chamaram a atenção de visitantes na 4ª Exposição Econômica e Comercial China-África (CAETE, em inglês), recém-concluída em Changsha, capital da Província de Hunan, no centro da China.

Não era arroz comum, mas grãos derivados da mandioca, uma raiz tradicional cultivada em muitos países africanos, agora transformada em uma nova alternativa alimentar.

"A mandioca tem alto teor de água e é de difícil conservação, por isso realizamos um processamento adicional para transformá-la em um tipo de arroz, que tem um tempo de armazenamento muito maior", explicou Liu Changxun, presidente de uma empresa de alimentos de Hunan, acrescentando que a ideia do arroz de mandioca nasceu da busca dos chineses por alimentos saudáveis e acessíveis.

Após conhecer os produtos feitos com mandioca, como o arroz e o bolo, Nancy, uma expositora nigeriana e dona de uma fazenda de mandioca, reconheceu que essas inovações são uma ótima forma de agregar valor à produção local e uma boa oportunidade de negócio. Ela disse que sua propriedade tem boa produtividade, mas frequentemente enfrenta dificuldades para encontrar canais de venda consistentes.

Resistente à seca e adaptável a solos pobres, a mandioca é amplamente cultivada nas vastas terras africanas, alimentando gerações de famílias no continente. Contudo, o setor enfrenta desafios antigos relacionados à falta de tecnologia de processamento e à dificuldade de conservação.

Para superar essas dificuldades, parceiros chineses desenvolveram soluções práticas, como máquinas de separação de parte líquida e fibra, que simplificam o processamento e ampliam as oportunidades econômicas para os produtores.

"A mandioca possui certo grau de toxicidade e precisa passar por processamento adequado antes de ser consumida. Com a nossa máquina, é possível extrair o amido da raiz de forma eficiente, enquanto o resíduo restante pode ser aproveitado na alimentação animal", disse Guo Panhuang, gerente de mercado da Shuangfeng Xiangdong Machinery Manufacturing Co., Ltd, especializada na produção de máquinas agrícolas compactas para uso doméstico.

Guo destacou que alguns países, como a Nigéria, já adquiriram essas máquinas e as distribuíram gratuitamente aos agricultores locais. Com o auxílio de um único equipamento, uma família pode aumentar sua renda anual em cerca de 10 a 20 mil yuans (US$ 1392 a 2784).

Além da mecanização, o trabalho de pesquisadores chineses também trouxe avanços concretos. Na Academia Chinesa de Ciências Agrícolas Tropicais, especialistas dedicaram anos ao melhoramento genético da mandioca, visando atender tanto à demanda por produtividade quanto à necessidade de variedades mais seguras para consumo.

Graças às variedades desenvolvidas na China, os pesquisadores conduziram experimentos que não apenas dobraram a produtividade média em 22 mil hectares de terras cultivadas, mas também selecionaram tipos mais resistentes a doenças, adaptados ao clima e às condições locais. Em comparação com as variedades tradicionais cultivadas em várias regiões africanas, o aumento de produção pode chegar a impressionantes 400%.

A partir desses avanços, Zhu Haitao, diretor de operações da Câmara de Comércio de Empresários de Hunan em Moçambique, afirmou que o objetivo agora é expandir o cultivo dessas variedades melhoradas em países como Moçambique.

"Queremos não apenas introduzir essas mudas de alta qualidade, mas também compartilhar técnicas agrícolas, ajudando os agricultores locais a aumentar a produtividade e combater a fome", explicou. Além disso, iniciativas paralelas estão em andamento para ampliar a aceitação do produto no mercado interno chinês, com foco no desenvolvimento de alimentos de baixo teor glicêmico voltados a quem precisa controlar os níveis de açúcar no sangue.

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