Especialistas da Universidade Oceânica de Shanghai oferecem treinamento para agricultores cambojanos sobre o uso de drones para distribuição de ração em arrozais e tanques de aquicultura na Província de Takeo, Camboja, em 31 de maio de 2025. (Foto por Van Pov/Xinhua)

Takeo, Camboja, 2 jun (Xinhua) -- O agricultor cambojano Min Chhon, 57, vivenciou uma melhora significativa na subsistência de sua família após receber treinamento técnico e orientação presencial sobre cultivo de arroz e camarão por especialistas da Universidade Oceânica de Shanghai.

Chhon disse que cultivava apenas arroz em sua terra de quase dois hectares, que produzia cerca de seis toneladas por ano, antes do lançamento dos projetos "Cooperação Tecnológica em Cultivo de Arroz e Piscicultura e Alívio da Pobreza por Meio da Aquicultura nos Países de Lancang-Mekong" e "Projeto Piloto de Pesca Inteligente do Camboja", realizados pela Universidade Oceânica de Shanghai e pelo Centro de Cooperação Econômica Exterior (FECC, em inglês) do Ministério da Agricultura e Assuntos Rurais da China.

"Mas desde o lançamento dos projetos, tenho criado camarões gigantes de água doce nos arrozais, o que rende cerca de uma tonelada de camarões a cada colheita", disse o pai de três filhos à Xinhua no sábado.

"Antes da introdução da técnica de criação de camarões, plantávamos apenas arroz e tínhamos uma renda muito limitada, mas depois que passamos a cultivar arroz e camarões nos arrozais, ficamos muito mais ricos", disse ele. "Os rendimentos do cultivo de arroz e camarão são altamente satisfatórios."

Chhon está entre as dezenas de agricultores na Província de Takeo, no sul, que foram treinados por especialistas chineses da Universidade Oceânica de Shanghai e do FECC, em colaboração com a Administração de Pesca do Ministério da Agricultura, Florestas e Pesca do Camboja.

Por meio dos projetos, os especialistas chineses forneceram aos agricultores cambojanos orientação técnica e novas tecnologias para aumentar a produção de camarões em arrozais e outros ambientes de aquicultura.

Os agricultores também aprenderam a usar drones para distribuir ração em arrozais e tanques de aquicultura de forma eficaz.

"Especialistas chineses nos ajudaram, inclusive no berçário de juvenis, doando ração, juvenis, alguns equipamentos e manuais técnicos, entregando técnicas e outros", disse Chhon. "Esses dois projetos ajudaram a melhorar significativamente o sustento da minha família."

Especialistas da Universidade Oceânica de Shanghai oferecem treinamento para agricultores cambojanos na Província de Takeo, Camboja, em 31 de maio de 2025. (Foto por Van Pov/Xinhua)

Lançados em janeiro de 2024 e com duração até 2027, os projetos fazem parte da cooperação "Corredor de Peixe e Arroz" Camboja-China, estabelecida para acelerar a modernização agrícola, garantir a segurança alimentar e nutricional e aumentar a renda dos agricultores rurais no Camboja..

Além disso, os projetos ajudarão mais agricultores a se livrar da pobreza e promoverão o desenvolvimento sustentável da agricultura e das áreas rurais do Camboja.

No sábado, uma equipe de especialistas da Universidade Oceânica de Shanghai visitou os locais do projeto e forneceu orientação técnica aos agricultores da Aldeia de Chrey Ngor, no Distrito de Bourei Cholsar, na Província de Takeo.

Wu Xugan, professor de aquicultura na Universidade Oceânica de Shanghai, afirmou que o "projeto de rizicarcinocultura" forneceu conhecimento técnico e tecnológico aos agricultores, ajudando-os a aumentar a produção de peixes e camarões, o que não só aumentará sua renda, como também garantirá nutrição e segurança alimentar.

"O projeto de rizicarcinocultura é muito importante porque o arroz e o peixe são os dois principais alimentos para o povo cambojano", disse ele à Xinhua durante a visita a uma fazenda de arroz.

"Quando fazemos a rizicarcinocultura, ela traz vários benefícios tanto para o arroz quanto para o peixe. Por exemplo, alimentamos os camarões, e eles produzem amônia e esterco, que são os fertilizantes para o arroz", acrescentou.

Além disso, ele disse que os camarões comem as pragas que são prejudiciais aos arrozais.

Wu disse que o projeto desenvolveu dois modelos de criação de peixes de arroz, a saber, a co-cultura de camarão de água doce gigante com arroz e a rotação de camarão de água doce gigante com arroz, além da tecnologia de cultivo de juvenis de camarão de grande porte.

Thay Somony, diretor do Departamento de Desenvolvimento da Aquicultura da Administração de Pesca do Ministério da Agricultura, Florestas e Pesca do Camboja, afirmou que, por meio do projeto, especialistas chineses capacitaram agricultores cambojanos em análise de serviços ecossistêmicos, conservação da biodiversidade, estratégias de adaptação climática e digitalização da criação de camarões.

"Ao adotar práticas inovadoras, como a rizicarcinocultura e o viveiro digital de camarões, os agricultores podem aumentar a produtividade e, ao mesmo tempo, minimizar os impactos ambientais, levando à melhoria da segurança alimentar e à resiliência econômica", disse ele à Xinhua em entrevista recente.

"A integração de diversos sistemas agrícolas permite que os agricultores diversifiquem suas fontes de renda, reduzindo sua vulnerabilidade a choques econômicos e melhorando seus meios de subsistência em geral", acrescentou.