De estádios a fábricas: intercâmbios no futebol fortalecem laços China-Brasil-Xinhua

De estádios a fábricas: intercâmbios no futebol fortalecem laços China-Brasil

2025-05-16 14:29:46丨portuguese.xinhuanet.com

Guiyang, 16 mai (Xinhua) -- Nos últimos anos, com a presença de estrelas de futebol como Kaká, de clubes de futebol e de delegações acadêmicas vindo do Brasil, a Superliga da Aldeia da China, um campeonato de futebol comunitário na Província de Guizhou, no sudoeste do país, assim como a indústria relacionada a este esporte, se transformam em uma ponte que aproxima os dois países, apesar da distância geográfica.

Durante o feriado do Dia do Trabalhador, um clube de futebol do Brasil veio para a aldeia e disputou um amistoso com o time "Pato Sansui", um clube local batizada em homenagem ao icônico pato da região.

Mais de 50 mil espectadores lotaram as arquibancadas para acompanhar o duelo. Durante o intervalo, performances dos grupos étnicos Miao e Dong da região, com danças em trajes tradicionais e cantos milenares, eletrizaram as arquibancadas.

Achraf Benrabii, jogador do clube brasileiro, ficou impressionado com a atmosfera animada da competição e a paixão dos entusiastas de futebol daquela aldeia.

Ele afirmou que ali o futebol pulsava como no Brasil, e que as pessoas não só jogavam com técnica, mas viviam cada momento em campo com uma paixão contagiante. Benrabii comparou ainda a experiência aos campos brasileiros, pois a Superliga o havia feito sentir em casa, quando os torcedores cantavam e vibravam a cada drible.

Esse evento esportivo popular também atraiu a atenção de muitas estrelas do futebol de renome internacional. Em maio de 2024, Kaká visitou a Superliga da Aldeia. Ele treinou as jogadoras de futebol feminino do distrito de Rongjiang e participou de um jogo de amizade com entusiastas chineses do futebol.

"No Brasil, nós crescemos jogando futebol, na praia, com os amigos, em casa. Portanto, o futebol faz parte da nossa cultura. E o que eu vi hoje aqui, é exatamente o mesmo, ao ver essas meninas jogando futebol e tentando perseguir seus sonhos. Eu adoro esse esporte. Para mim, é uma grande experiência vir à China e ser um embaixador para inspirar essas crianças, a geração jovem a jogar futebol, a perseguir seus sonhos", disse Kaká.

O intercâmbio no futebol entre a China e o Brasil é uma "via de mão dupla". Em novembro de 2024, um grupo de futebol juvenil do distrito de Rongjiang foi convidado a ir ao Rio de Janeiro para participar de um torneio de intercâmbio de futebol juvenil entre a China e o Brasil.

Ali, todos os membros da equipe foram convidados a assistir a uma partida do Campeonato Brasileiro de Futebol Feminino Série A1 e entraram em campo como gandulas do Clube do Flamengo.

"Eu realmente quero convidar jogadores brasileiros a visitarem Guizhou e jogarem futebol conosco", disse Pan Cuicui, de 13 anos, membro do grupo.

Dados mostram que, até abril deste ano, a Superliga da Aldeia já atraiu mais de 1,2 mil jogadores de 52 países, incluindo Brasil e Argentina, para o distrito de Rongjiang.

No final do março deste ano, uma delegação de acadêmicos e personalidades sociais do Brasil fez uma viagem especial para visitar a Superliga da Aldeia.

Conforme a revista brasileira Fórum, o futebol raiz de Rongjiang mostra que o esporte pode ser muito mais do que apenas um jogo: pode ser um motor de transformação social, um símbolo cultural e até um modelo econômico sustentável.

A ligação entre Guizhou e o futebol brasileiro vai além do esporte próprio. No distrito autônomo de etnias Gelao e Miao de Wuchuan, em Guizhou, a indústria relacionada ao futebol está florescendo lá.

Tian Taiqiang, um morador de 53 anos do distrito de Wuchuan, dedicou sua juventude à indústria de processamento de bolas de futebol em Yiwu, Província de Zhejiang. Corte de materiais, impressão, costura e inspeção de qualidade... com quase 20 anos de experiência, ele domina todos os processos de fabricação de bolas.

Em 2017, incentivado pelas políticas governamentais de atração de investimentos e aproveitando sua expertise técnica e gerencial, ele retornou à sua terra natal para abrir uma empresa especializada em artigos esportivos.

Em 2024, a empresa com 300 empregados exportou cerca de 6 milhões de bolas de futebol, das quais dois terços foram para o Brasil, com um valor de produção superior a 30 milhões de yuans (US$ 4,16 milhões).

Atualmente, o distrito de Wuchuan possui cinco fabricantes de bolas esportivas, produzindo principalmente futebol, vôlei e basquete. As bolas de futebol representam 90% da produção total, com uma produção anual de mais de 10 milhões de unidades, quase metade exportada para o Brasil, gerando um valor agregado anual que ultrapassa 90 milhões de yuans.

Da interação entre estrelas do futebol aos intercâmbios populares, das competições em campo às parcerias industriais, a amizade sino-brasileira continua a brilhar com o futebol. 

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