Pessoas afetadas pelo terremoto são fotografadas em uma tenda doada pela China em Mandalay, Mianmar, em 9 de maio de 2025. (Xinhua/Myo Kyaw Soe)

Milhares de famílias em Mandalay, Mianmar, estão lutando para reconstruir suas vidas em meio à ameaça de doenças após o devastador terremoto de magnitude 7,9 que atingiu Mianmar em 28 de março.

Desde 20 de abril, a equipe de saúde pública de 50 membros da China tem trabalhado sem parar na região, montando laboratórios temporários, testando água, distribuindo suprimentos e oferecendo orientação sobre vacinação.

Mandalay, Mianmar, 12 de maio (Xinhua) -- Sentada do lado de fora de uma tenda doada pela China, Nyo Nyo Lwin, de 35 anos, disse que a Equipe de Saúde Pública da China veio e forneceu vacinas, adicionou desinfetantes de água aos potes de água domésticos e verificou se a preparação dos alimentos era segura.

"Sou muito grata a eles", disse Nyo Nyo Lwin. "Meu marido e eu ainda não podemos voltar ao trabalho. O negócio de escultura em pedra em que ele trabalhava foi duramente atingido pelo terremoto."

Sua família agora vive com dois parentes idosos, ambos com mais de 80 anos de idade. "Agora, dependemos apenas de doações, incluindo tendas, colchonetes, mosquiteiros, cobertores, luz solar, água e até comida. Este é o pior terremoto que já senti", disse ela.

Assim como Nyo Nyo Lwin, milhares de famílias em Mandalay, Mianmar, estão lutando para reconstruir suas vidas em meio à ameaça de doenças. Desde 20 de abril, a equipe de saúde pública de 50 membros da China tem trabalhado sem parar na região para evitar surtos após o devastador terremoto de magnitude 7,9 que atingiu Mianmar em 28 de março.

A equipe montou laboratórios temporários, testando água, distribuindo suprimentos e oferecendo orientação sobre vacinação. Eles estão ativos há mais de 20 dias consecutivos e planejam permanecer por mais alguns dias, de acordo com a equipe.

Membros da equipe chinesa de prevenção de infecção em Mianmar visitam um abrigo de alívio do terremoto em Mandalay, Mianmar, em 9 de maio de 2025. (Xinhua/Myo Kyaw Soe)

"Morávamos no quarto andar", disse U Aung Lwin, de 78 anos, outro sobrevivente do terremoto. "Quando o tremor começou, tentei me levantar, mas caí e bati a cabeça na cama. Me machuquei."

"A Sociedade da Cruz Vermelha da China veio e desinfetou nossa área. Os doadores nos deram o que precisávamos aqui", acrescentou sua esposa Daw Aye. "Sou grato aos doadores".

Ko Kyaw Lwin, 55 anos, e três membros de sua família estão abrigados em uma tenda doada pela China. "Nosso apartamento não é seguro agora. Os médicos chineses vieram, trataram a água e nos aconselharam a visitar o centro de saúde para vacinação", disse ele.

"Nunca vimos um terremoto como esse. As doações nos ajudaram quando mais precisávamos delas. Mas estamos preocupados com o que poderemos fazer depois que sairmos do abrigo. Podemos mandar nossos filhos de volta para a escola?"

Dados oficiais mostraram que o terremoto matou cerca de 3.800 pessoas, feriu mais de 5.100 e deixou aproximadamente 100 desaparecidos até 9 de maio.

Membros da equipe chinesa de prevenção de infecção em Mianmar coletam amostras de água em um abrigo de alívio do terremoto em Mandalay, Mianmar, em 9 de maio de 2025. (Xinhua/Myo Kyaw Soe)

Chen Lei, chefe da Equipe de Saúde Pública da China para Mianmar e vice-diretor do departamento de resposta a emergências da Administração Nacional de Controle e Prevenção de Doenças, disse que essa missão faz parte da assistência humanitária de emergência da China para Mianmar. "Nossa equipe é uma manifestação importante da cooperação em saúde entre os dois países", disse Chen.

"Ao participar diretamente do trabalho local de saúde e prevenção de epidemias, transmitimos a Mianmar a experiência e as práticas maduras da China em saúde e prevenção de epidemias pós-desastre, fornecemos soluções técnicas de prevenção de epidemias pós-desastre em tempo hábil e realizamos treinamentos técnicos eficazes, incluindo testes laboratoriais, desinfecção ambiental e prevenção de epidemias pós-desastre, o que ajudou a melhorar a capacidade de Mianmar de responder a emergências de saúde pública e construiu uma linha de defesa sólida para a segurança da saúde pública regional", disse Zhao Shiwen, vice-diretor do Centro de Controle e Prevenção de Doenças de Yunnan.

Zhang Bike, vice-diretor do Instituto de Controle e Prevenção de Doenças Infecciosas do Centro Chinês de Controle e Prevenção de Doenças, disse que a equipe realizou três rodadas de visitas aos principais locais de desastre em Mandalay.

Foto tirada em 10 de maio de 2025 mostra tendas doadas pela China em um abrigo de ajuda humanitária em Mandalay, Mianmar. (Xinhua/Myo Kyaw Soe)

Seus esforços incluíram controle de vetores, desinfecção ambiental, educação em saúde, apoio psicológico e orientação sobre vacinação.

Zhang acrescentou que a equipe trabalhou em estreita colaboração com as instituições de saúde locais para desenvolver 12 documentos técnicos para ajudar na resposta de saúde pós-desastre de Mianmar, treinou 67 profissionais de saúde locais e continua a fornecer suporte, como testes de qualidade da água e assistência psicológica, tanto para as comunidades locais quanto para as empresas chinesas.