Foto aérea tirada com drone em 26 de abril de 2025 mostra o local de construção de um museu no Geoparque Global da UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) de Ngorongoro Lengai, na Região de Arusha, Tanzânia. (Xinhua/Li Yahui)
Por Hua Hongli
Dar es Salaam, 5 mai (Xinhua) -- Na borda da cratera de Ngorongoro, na Tanzânia, a névoa ainda paira sobre as planícies enquanto manadas de gnus e zebras vagam abaixo. De uma plataforma de observação recém-construída, visitantes de todo o mundo agora apreciam a vista panorâmica, acompanhada de placas em suaíli, inglês e chinês, um sinal sutil, mas poderoso, de transformação.
O Geoparque Global da UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) de Ngorongoro Lengai, que antes estava prestes a perder seu status de UNESCO, está passando por um renascimento com o primeiro projeto de parque geológico com ajuda externa da China.
O projeto foi lançado em junho de 2023, depois que o parque recebeu um aviso de cartão amarelo da UNESCO em 2022. Os problemas se concentravam na infraestrutura precária para visitantes e no conteúdo científico inadequado.
O esforço combina suporte científico e infraestrutura aprimorada para restaurar a posição global do parque e, ao mesmo tempo, impulsionar a conservação, a educação e o turismo. A China respondeu fornecendo assistência técnica, por meio do Centro Regional de Tianjin do Serviço Geológico da China, e infraestrutura física, administrada pelo China Railway 25th Bureau Group.
"Foi uma experiência nova para todos", disse Xu Jiangbo, líder técnico do projeto de infraestrutura física no local. "Tivemos que trabalhar em estreita colaboração com nossos parceiros da Tanzânia para resolver desafios logísticos, lidar com a estação chuvosa e fazer com que cada passo valesse a pena."
Grande parte do trabalho já foi concluída, observou Xu, acrescentando que um museu, concebido como o edifício de referência do geoparque, deverá ser inaugurado em junho deste ano, e exibições digitais, narrativas imersivas e exposições científicas apresentarão aos visitantes a evolução do Vale do Rift da África Oriental, a atividade eruptiva histórica do vulcão Ol Doinyo Lengai e as pegadas de Laetoli.
A ajuda técnica será concluída em novembro, com um levantamento do patrimônio geológico, projeto de exposição do museu e treinamento da equipe local.
Simon Moses, um técnico de alvenaria local de 48 anos, liderou uma equipe de construção no local do museu. "Aprendi muitas técnicas novas. Meu supervisor chinês explica tudo claramente", disse ele.
O orgulho brilhava em seu rosto quando Moses apontou para o museu, que mistura motivos tribais africanos com inspirações de design do Templo do Céu da China e da arquitetura residencial Fujian Tulou. O edifício também incorpora tecnologias ecológicas, como painéis solares.
Mais abaixo na encosta, Elisante Hando, um assistente técnico de 31 anos, estava instalando luzes no museu. "Entrei há oito meses e não sabia que aprenderia tanto", disse ele. "Agora, sei como usar novas ferramentas e técnicas. Sinto-me preparado para o que virá depois desse projeto."
Suas palavras refletiram um benefício maior: a capacitação dos jovens locais. "Esse projeto não se trata apenas de construir coisas; trata-se de construir pessoas", disse Elisante.
Neema Mollel, 52 anos, proprietária de um hotel e ex-guia de turismo, viu um significado mais profundo no projeto. Como membro da comunidade Maasai, ela se mostrou grata pela forma como o projeto está preservando o patrimônio local.
"Nossas tradições estão ligadas a essa terra. Agora, os turistas não apenas verão os animais, mas entenderão nossas histórias", disse ela, acrescentando que, com melhor sinalização, estradas e centros de visitantes, os turistas estão ficando mais tempo, gerando mais negócios para os hotéis e lojas locais.
Kitoi Mbise, um professor de geografia de Arusha, chamou o projeto de um divisor de águas para a educação. "Este parque dá vida à minha sala de aula. Quando ensino sobre vulcões ou turismo sustentável, agora posso apontar para um lugar real onde isso está acontecendo."
Mbise disse que usará o parque para explicar a conservação, mostrar como o turismo pode impulsionar economias e apresentar aos alunos áreas como ciências ambientais e mapeamento digital.
Para Anna Keller, uma turista alemã de 65 anos, as mudanças são perceptíveis. "As instalações são limpas, a sinalização é clara e a cultura é apresentada com respeito. Isso torna a experiência mais rica, não apenas mais conveniente", disse ela enquanto passeava pela área com seu marido.
Sun Kai, vice-diretor do Centro de Cooperação em Geociência da África Austral do Centro Regional de Tianjin do Serviço Geológico da China, expressou sua convicção de que o projeto é mais do que uma simples ajuda.
"É uma contribuição da experiência chinesa para a proteção global do patrimônio geológico. E mostra como pode ser uma cooperação significativa", disse ele.
Com a aproximação da alta temporada de viagens, o Geoparque de Ngorongoro Lengai está mais preparado do que nunca. Seus vulcões espetaculares, pegadas antigas e vida selvagem errante agora dividem os holofotes com novas histórias, histórias de parceria, aprendizado e respeito.
Sun Kai, vice-diretor do Centro de Cooperação em Geociência da África Austral do Centro Regional de Tianjin do Serviço Geológico da China, concede uma entrevista à Xinhua no local de construção de um museu no Geoparque Global da UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) de Ngorongoro Lengai na região de Arusha, Tanzânia, em 26 de abril de 2025. (Xinhua/Li Yahui)
Foto tirada em 26 de abril de 2025 mostra o local de construção de um museu no Geoparque Global da UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) de Ngorongoro Lengai, na região de Arusha, Tanzânia. (Xinhua/Li Yahui)
Esta foto tirada em 26 de abril de 2025 mostra uma placa multilíngue construída pela China no Geoparque Global da UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) de Ngorongoro Lengai, na região de Arusha, Tanzânia. (Xinhua/Li Yahui)
Foto aérea tirada com drone em 26 de abril de 2025 mostra o local de construção de um museu no Geoparque Global da UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) de Ngorongoro Lengai, na região de Arusha, Tanzânia. (Xinhua/Li Yahui)
Operário trabalha no local de construção de um museu no Geoparque Global da UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) de Ngorongoro Lengai, na região de Arusha, Tanzânia, em 26 de abril de 2025. (Xinhua/Li Yahui)
Foto aérea tirada com drone em 26 de abril de 2025 mostra o local de construção de um museu no Geoparque Global da UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) de Ngorongoro Lengai, na região de Arusha, Tanzânia. (Xinhua/Li Yahui)
Simon Moses, um técnico de alvenaria local de 48 anos, que lidera uma equipe de construção no local do museu, concede uma entrevista à Xinhua no local de construção de um museu no Geoparque Global da UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) de Ngorongoro Lengai, na região de Arusha, Tanzânia, em 26 de abril de 2025.(Xinhua/Li Yahui)
Xu Jiangbo, líder técnico do projeto de infraestrutura física no local, concede uma entrevista à Xinhua no local de construção de um museu no Geoparque Global da UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) de Ngorongoro Lengai, na região de Arusha, Tanzânia, em 26 de abril de 2025. (Xinhua/Li Yahui)
Foto tirada em 26 de abril de 2025 mostra uma placa multilíngue construída pela China no Geoparque Global da UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) de Ngorongoro Lengai, na região de Arusha, Tanzânia. (Xinhua/Li Yahui)
Foto aérea tirada com drone em 26 de abril de 2025 mostra o local de construção de um museu no Geoparque Global da UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) de Ngorongoro Lengai, na região de Arusha, Tanzânia. (Xinhua/Li Yahui)
Foto tirada em 26 de abril de 2025 mostra o local de construção de um museu no Geoparque Global da UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) de Ngorongoro Lengai, na região de Arusha, Tanzânia. (Xinhua/Li Yahui)
Foto tirada em 26 de abril de 2025 mostra o local de construção de um museu no Geoparque Global da UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) de Ngorongoro Lengai, na região de Arusha, Tanzânia. (Xinhua/Li Yahui)
Foto tirada em 26 de abril de 2025 mostra a vista do Geoparque Global da UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) de Ngorongoro Lengai, na região de Arusha, na Tanzânia. (Xinhua/Li Yahui)
Foto panorâmica tirada com drone em 26 de abril de 2025 mostra o local de construção de um museu no Geoparque Global da UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura), Ngorongoro Lengai, na região de Arusha, Tanzânia. (Xinhua/Li Yahui)