Shanghai, 7 mai (Xinhua) -- Uma sobrevivente de 96 anos do sistema de "mulheres de conforto" do exército japonês da Segunda Guerra Mundial, faleceu nesta quarta-feira na Província de Hunan, no centro da China, deixando apenas sete sobreviventes registradas restantes na parte continental chinesa.

A sobrevivente, nascida em 1930 no distrito de Huarong, em Hunan, foi sequestrada por soldados japoneses em 1943. Junto com outras meninas levadas de vários locais, ela foi mantida em um reduto militar japonês local, onde sofreram abusos sexuais horríveis, de acordo com o Centro de Pesquisa para Mulheres de Conforto da Universidade Normal de Shanghai.

A experiência traumática deixou profundas cicatrizes físicas e psicológicas, e ela manteve isso em segredo por mais de 70 anos.

Em maio de 2021, com o apoio de sua família, a sobrevivente compartilhou suas angustiantes experiências de guerra com uma equipe de pesquisa baseada em Hunan do Centro de Pesquisa. Por meio de depoimentos orais, investigações locais e exame de anais e registros históricos do distrito local, o centro confirmou sua identidade como sobrevivente do sistema de "mulheres de conforto" do exército japonês.

Pesquisas anteriores mostraram que cerca de 400 mil mulheres na Ásia foram forçadas a ser "mulheres de conforto" -- escravas sexuais do exército japonês durante a Segunda Guerra Mundial -- e quase metade delas eram chinesas.

O centro de pesquisa tem conduzido várias investigações nas províncias de Hunan e Shanxi, coletando informações por meio de visitas ao local, testemunhos de sobreviventes e registros históricos para estabelecer arquivos de pesquisa sobre vítimas do sistema de "mulheres de conforto" do exército japonês.