Beijing, 3 mai (Xinhua) -- A produção de grãos da China deverá manter um crescimento estável neste ano e na próxima década, impulsionada pelo aumento do rendimento das colheitas e por políticas agrícolas direcionadas, de acordo com um novo relatório de perspectivas agrícolas divulgado recentemente pelo Ministério da Agricultura e Assuntos Rurais.

O China Agricultural Outlook (2025-2034), publicado pela equipe de especialistas em alerta precoce do mercado no âmbito do ministério, previu que a produção de grãos do país deve atingir 709 milhões de toneladas em 2025, um aumento anual de 0,4%.

Estima-se que a produção média de grãos cresça para 5,9 toneladas por hectare, enquanto a área semeada total permanecerá estável em cerca de 119 milhões de hectares, acrescentou.

O relatório previu um avanço sistêmico na produtividade agrícola nos próximos 10 anos. Até 2034, a produção de grãos deverá subir 7,8%, para 6,3 toneladas por hectare, com o rendimento total batendo 753 milhões de toneladas.

Graças à expansão do cultivo doméstico, a produção de soja deverá crescer 2,5% ano a ano em 2025, para 21,17 milhões de toneladas. Enquanto isso, as importações de soja atingiram um recorde de 105,03 milhões de toneladas no ano passado, um aumento de 6,5% em relação ao ano anterior, conforme o relatório.

O Brasil, os Estados Unidos e a Argentina foram as três principais fontes de soja, com o Brasil respondendo por aproximadamente 71% do total das importações, os EUA por 21% e a Argentina por 4%.

"Ao longo da próxima década, a produção de soja do país deverá crescer a uma taxa média anual de 5,3%, enquanto as importações deverão cair significativamente para 79,03 milhões de toneladas até 2034", disse Xu Shiwei, chefe da equipe de especialistas.

No lançamento do relatório, Jiang Wensheng, vice-ministro da Agricultura e Assuntos Rurais, pediu fortalecimento dos sistemas de monitoramento e alerta precoce, bem como uma melhoria na regulamentação de mercado, diante das crescentes incertezas nos mercados agrícolas global e doméstico.

Segundo Jiang, os riscos das atuais tensões tarifárias e geopolíticas podem prejudicar o comércio global de alimentos e as cadeias de suprimentos. "A volatilidade dos preços agrícolas internacionais também pode transmitir choques significativos aos mercados domésticos da China", acrescentou.

Ele também enfatizou a importância de tecnologias emergentes, incluindo a inteligência artificial e o big data, para melhorar a previsão e a tomada de decisões.

"Precisamos acelerar a aplicação de inteligência artificial e ferramentas digitais na agricultura", afirmou.