Estudante dos Estados Unidos aprende caligrafia chinesa durante uma viagem de estudos em Shijiazhuang, Província de Hebei, no norte da China, em 26 de abril de 2025. (Xinhua/Huang Yuzhang)

Por Huang Yuzhang

Shijiazhuang, 29 abr (Xinhua) -- Em meio às árvores exuberantes e flores coloridas da primavera, testemunhei como a amizade entre estudantes adolescentes da China e dos Estados Unidos floresceu em Shijiazhuang, capital da Província de Hebei, no norte da China.

De sábado a segunda-feira, uma delegação de 67 alunos de escolas de ensino médio dos estados americanos de Iowa e Califórnia, a convite da Escola de Línguas Estrangeiras de Shijiazhuang (SFLS, na sigla em inglês), realizou uma visita de estudos em Shijiazhuang, onde saboreou a cultura chinesa e se conectou com amigos chineses.

No sábado de manhã, encontrei os jovens americanos pela primeira vez no campus da SFLS. Entre todos os visitantes, um aluno alto vestindo roupas vermelhas no estilo chinês com padrões de dragão chamou minha atenção instantaneamente.

Por curiosidade, fui até o rapaz atraente e o cumprimentei. Durante nossa conversa, descobri que seu nome é Gregory Scott. Um estudante de 18 anos do Colégio Davis, na Califórnia, que fez cursos de chinês na escola e se interessa pela cultura chinesa, especialmente por poemas chineses antigos.

Quando perguntado sobre a escolha de seu traje para a viagem, ele sorriu. "É um presente de um de meus amigos chineses online. Usei-o em uma competição de recitação de poemas chineses na minha escola e finalmente fui premiado!"

Ele acrescentou que o poema que escolheu foi "Yue Xia Du Zhuo", ou "Bebendo Sozinho sob a Lua" em inglês, um poema clássico escrito por Li Bai, um dos maiores poetas chineses da Dinastia Tang (618-907 d.C.).

Li Bai expressou sua solidão em seus escritos consagrados, mas Scott nunca se sentiu sozinho durante sua visita à China, pois cada estudante americano, como ele, foi acompanhado por um estudante chinês da SFLS para uma experiência de viagem agradável.

Pan Shuaiyu, um aluno da SFLS que acompanhou Scott durante a viagem de estudos, me disse que eles se tornaram bons amigos. "Somos de origens culturais diferentes, mas compartilhamos muitas semelhanças", disse Pan.

Duplas como Scott e Pan participaram de uma série de atividades, desde jogar pingue-pongue e fazer jiaozi até plantar árvores e aprender caligrafia chinesa e pintura a tinta.

"Eu faço caligrafia em casa em inglês, e é divertido para mim fazê-la com caracteres chineses", Roan Milligan, 18 anos, compartilhou seus sentimentos sobre a caligrafia chinesa. "Acho que a técnica com um pincel é mais difícil do que com uma caneta", acrescentou.

De acordo com Milligan, esta foi sua primeira viagem à China, mas ele já conhecia bem o país. Como estudante de Iowa, ele desenvolveu um sentimento de intimidade com a China, resultado das trocas amigáveis ​​entre Hebei e Iowa nas últimas quatro décadas, desde que os dois lugares assinaram o acordo de irmandade em 1983.

Para Milligan, apesar das intrincadas situações internacionais, a viagem de estudos é um testemunho da vitalidade dos intercâmbios interpessoais entre a China e os EUA. "É um lembrete de que podemos nos fortalecer mutuamente por meio da interação, em vez de cair em tensões inúteis", disse ele.

A ideia de Milligan repercutiu em Lilian Carter, uma estudante de 16 anos da Califórnia que descreveu sua viagem à China como "uma experiência incrível". Tendo crescido na era digital, a garota ainda valoriza a importância da comunicação presencial entre pessoas de diferentes países.

"Sinto que as informações que chegam pelas redes sociais não são tão verdadeiras quanto parecem, pois podem se perder e as histórias podem ser distorcidas. Consegui deixar de lado o que ouvi antes e aprender com a minha própria experiência aqui", disse ela.

Felizmente, mais estudantes como Carter terão a chance de conhecer a China pessoalmente como parte de um programa iniciado pela China e divulgado em novembro de 2023, que planeja convidar 50.000 jovens americanos para a China dentro de cinco anos para intercâmbios culturais e oportunidades de estudo.

Amelia May, professora do ensino médio na Califórnia, elogiou os esforços da China para fortalecer o entendimento mútuo e acreditou que o futuro das relações entre os dois países reside na juventude. "Definitivamente, os jovens podem ajudar a fomentar as relações e trazer maior unidade."

Depois de conversar com May, entrei em um jardim onde os alunos, incluindo Scott, estavam brincando juntos. Naquele momento, Scott não se destacava por sua vestimenta, pois todos estavam vestidos com lindas roupas de estilo chinês preparadas pela SFLS. Ao ver seus rostos radiantes banhados pelo sol da tarde, pensei que May estava 100% certa. 

Estudantes da China e dos Estados Unidos, vestidos com trajes de estilo chinês, posam para uma foto em grupo em Shijiazhuang, Província de Hebei, no norte da China, em 27 de abril de 2025. (Escola de Línguas Estrangeiras de Shijiazhuang/Divulgação via Xinhua)

Estudante dos Estados Unidos aprende a fazer um nó chinês durante uma viagem de estudos em Shijiazhuang, Província de Hebei, no norte da China, em 26 de abril de 2025. (Xinhua/Dong Xiaokun)