Monica Mutsvangwa, ministra dos Assuntos da Mulher, da Comunidade e do Desenvolvimento de Pequenas e Médias Empresas do Zimbábue, fala com a Xinhua em Harare, Zimbábue, no dia 17 de abril de 2025. (Xinhua/Tafara Mugwara)
Os laços entre o Zimbábue e a China continuam aumentando 45 anos após o estabelecimento das relações diplomáticas, disse Monica Mutsvangwa, ministra dos Assuntos da Mulher, da Comunidade e do Desenvolvimento de Pequenas e Médias Empresas do Zimbábue.
Harare, 22 abr (Xinhua) -- Os laços entre o Zimbábue e a China continuam aumentando 45 anos após o estabelecimento das relações diplomáticas, disse Monica Mutsvangwa, ministra dos Assuntos da Mulher, da Comunidade e do Desenvolvimento de Pequenas e Médias Empresas do Zimbábue.
Em entrevista recente à Xinhua em Harare, capital do país, Mutsvangwa afirmou que a amizade duradoura entre os dois lados trouxe resultados positivos no desenvolvimento social e econômico do Zimbábue.
"O relacionamento da China (com o Zimbábue) não começou na independência, mas muito antes", disse ela. "Portanto, o relacionamento é forte. Na independência, a China foi um dos primeiros países onde o Zimbábue estabeleceu uma embaixada".
Desde o estabelecimento de relações diplomáticas em 1980, disse Mutsvangwa, o relacionamento entre os dois países tem se fortalecido cada vez mais.
"O que estamos promovendo agora é garantir que o cultivo atinja um novo patamar econômico. Temos muitos minerais que a China talvez não tenha. Temos alguns dos melhores solos para o cultivo de tabaco", observou ela, acrescentando que a cooperação em vários setores continua prosperando.
Mutsvangwa, que recentemente liderou uma delegação de 15 pequenas e médias empresas (PMEs) do Zimbábue em uma viagem à China, disse que a visita proporcionou uma plataforma importante para que as PMEs locais obtivessem insights sobre as melhores práticas da China em empoderamento feminino, comércio, investimento e desenvolvimento do empreendedorismo.
Ela disse que a hospitalidade do povo chinês a fez se sentir em casa, relembrando o início dos anos 2000, quando seu marido, Chris Mutsvangwa, foi embaixador do Zimbábue na China.
Durante a viagem deste ano, a delegação teve discussões proveitosas com empreendedores chineses em cidades como Yiwu e Huzhou, na província de Zhejiang, e obteve insights sobre modelos de desenvolvimento de PMEs na China, disse Mutsvangwa à Xinhua.
Além disso, disse ela, as conquistas da China em revitalização rural e desenvolvimento sustentável a impressionaram muito.
"Quando visitamos esta vila, que foi revitalizada, foi incrível ver que o padrão de vida das pessoas daquela região na província de Zhejiang melhorou. Elas têm boas instalações e serviços. A vila se orgulha muito de seu passado e de onde chegaram", disse Mutsvangwa.
Sobre extrair lições valiosas da China na industrialização da economia do Zimbábue, Mutsvangwa disse que a China é fonte de inspiração para o crescimento da indústria nacional, particularmente na transição das indústrias primárias para a agregação de valor aos recursos locais.
"A China é a fábrica de todos os produtos do mundo. Essa é a verdade. Portanto, se estamos produzindo, precisamos aprender mais com eles, por exemplo, como podemos agregar valor aos nossos minerais e como podemos beneficiá-los", disse ela.
Funcionária e visitantes no estande da Embaixada da República do Zimbábue na Feira Internacional de Comércio de Serviços da China (CIFTIS, na sigla em inglês) 2024, no Parque Shougang, em Beijing, capital da China, no dia 14 de setembro de 2024. (Xinhua/Cao Mengyao)
Conforme os laços se fortalecem, disse Mutsvangwa, é necessário aumentar ainda mais a conectividade entre a China e o Zimbábue. "Queremos ir mais longe e garantir que haja acesso entre os dois países em termos de voos. Queremos que nossos povos se conheçam e que também trabalhem juntos".
Mutsvangwa acrescentou que os investimentos de empresas chinesas em setores essenciais, como geração de energia, mineração e siderurgia, beneficiaram as PMEs do Zimbábue por meio da criação de indústrias a jusante.
"Temos visto muitas empresas privadas da China investindo no Zimbábue, e isso está beneficiando nossas PMEs. Há benefícios relacionados", disse ela.
Reconhecendo o papel essencial que a China teve no desenvolvimento da infraestrutura do Zimbábue, Mutsvangwa afirmou que o desenvolvimento de infraestrutura crítica promoveu o bem-estar dos zimbabuenses.
Para mitigar os efeitos das mudanças climáticas, disse ela, as empresas chinesas têm trabalhado com o Zimbábue para construir instalações de irrigação.
"O governo do Zimbábue tem construído infraestrutura em barragens, e temos visto muitas empresas chinesas se unindo em termos de tecnologia de irrigação para garantir que, se construirmos as barragens, seja necessário garantir o transporte de água para os campos", disse Mutsvangwa. "Este país é uma terra muito fértil, mas não estamos tendo chuvas suficientes, ou às vezes as chuvas chegam tarde. São essas questões nas quais estamos trabalhando em conjunto com muitas empresas chinesas e o governo chinês".
O governo do Zimbábue também incentiva as empresas chinesas a investir em energia renovável, dada a abundância de sol no país, disse ela.
Mutsvangwa pediu às empresas chinesas que continuem investindo no Zimbábue, afirmando que a localização central do país, na região da África Austral, proporciona aos investidores chineses fácil acesso ao enorme mercado regional.
"É um bom relacionamento. Vamos fortalecê-lo e continuá-lo para o bem dos dois povos", acrescentou ela.