Celestin Alexis Nono ensina uma aluna a escrever em chinês em seu caderno em Yaoundé, capital de Camarões, em 11 de abril de 2025. (Xinhua/Kepseu)

Nas ruas movimentadas de Yaoundé, capital de Camarões, há um interesse crescente em aprender a língua chinesa.   

Yaoundé, 20 de abril (Xinhua) -- Nas ruas movimentadas de Yaoundé, capital de Camarões, há um interesse crescente em aprender a língua chinesa.

Em uma sala de aula movimentada no Instituto Internacional de Línguas Nocea, um curso básico de mandarim (língua chinesa padrão) está em andamento.

"Como você está? Qual é o seu nome?", disse um professor em chinês, repetindo e usando a linguagem corporal para facilitar a compreensão dos alunos.

Fascinado pelas culturas asiáticas, Celestin Alexis Nono, fundador do centro de idiomas, começou sua jornada para aprender mandarim em 2007, inscrevendo-se em aulas no Instituto Confúcio da Universidade de Yaoundé II.

Celestin Alexis Nono (atrás) ensina chinês a seus alunos em Yaoundé, capital de Camarões, em 11 de abril de 2025. (Xinhua/Kepseu)

"Tenho um amor pela cultura chinesa desde que era pequeno. Fiz parte da primeira turma do Instituto Confúcio em 2007", disse o homem de 45 anos à Xinhua. Nono se formou no instituto e foi para a China para continuar seus estudos.

A conclusão de um curso de chinês abriu uma série de oportunidades para ele.

Nono poderia ter seguido uma carreira como intérprete ou explorado vários campos além do idioma, mas optou por ensinar chinês aos camaroneses e fundou o Instituto Internacional de Línguas Nocea para esse fim.

"A China é hoje a potência mundial em termos de desenvolvimento, e a cooperação com a China está se tornando cada vez mais importante. Portanto, como camaroneses, devemos nos esforçar para aproveitar melhor os frutos das relações sino-camaronesas. Foi isso que despertou o desejo de ensinar a língua e a cultura chinesas", disse Nono.

"Queremos que nossos alunos sejam capazes de aprender o idioma de acordo com os padrões internacionais. Isso significa que, ao final do treinamento, os alunos serão capazes de falar, ouvir, escrever e ler bem os caracteres chineses", acrescentou.

Quando o centro de idiomas entrou em operação em 2016, Nono ficou impressionado porque atraiu pessoas de todas as esferas da vida, refletindo o número crescente de camaroneses interessados em aprender a língua chinesa.

"Não é mais necessário demonstrar que os camaroneses amam o idioma chinês", disse Nono. "Dominar o idioma está se tornando uma condição necessária para um maior sucesso em um nível socioeconômico e até mesmo estratégico."

Celestin Alexis Nono escreve palavras em chinês no quadro para ensinar seus alunos em Yaoundé, capital de Camarões, em 11 de abril de 2025. (Xinhua/Kepseu)

Ele também fundou a Sino-Africa Cultures, uma organização não governamental que abrange as diversas formas de interação entre a China e a África em nível cultural, incluindo grupos linguísticos, acadêmicos e artísticos, bem como iniciativas culturais não governamentais.

Um programa emblemático da Sino-Africa Cultures é o Programa de Despertar Chinês..

"Nesse programa, que é o modelo educacional da China, temos aulas práticas de chinês e seminários que ajudam os alunos a entender e apreciar melhor as carreiras de seus sonhos. Também temos aulas de kung fu e visitas de campo a empresas chinesas", disse Nono.

Ele afirmou que aprender chinês proporcionou aos seus alunos um caminho profissional tranquilo, visto que mais empresas chinesas que operam em Camarões estão procurando tradutores, enquanto o Instituto Confúcio também precisa de mais professores de mandarim.

Como o mundo comemora o Dia da Língua Chinesa no domingo, Nono expressou a esperança de que sua contribuição fortaleça ainda mais o relacionamento entre a África e a China.

"Precisamos conhecer a cultura, o idioma, para entender melhor a China", acrescentou.