Wuhan, 21 abr (Xinhua) -- A China fez progressos significativos no desenvolvimento e imunização de vacinas, marcados por um portfólio crescente de vacinas produzidas internamente e resultados notáveis de saúde pública.

   Essas conquistas foram destacadas na Conferência Nacional de Vacinas e Saúde 2025, realizada no fim de semana em Wuhan, capital da Província de Hubei, no centro da China, e com a participação de quase 3 mil funcionários da saúde pública e profissionais médicos.

   Nos últimos anos, a China alcançou avanços notáveis na tecnologia de vacinas. Os marcos incluem o desenvolvimento bem-sucedido de vacinas domésticas contra HPV e Ebola, bem como avanços em vacinas pneumocócicas conjugadas contra 13 tipos de bactérias e vacinas contra herpes-zóster.

   Várias vacinas chinesas receberam pré-qualificação da Organização Mundial da Saúde, permitindo sua distribuição em países parceiros da Iniciativa Cinturão e Rota.

   Esses avanços ressaltam uma mudança mais ampla na indústria de vacinas da China - de se concentrar principalmente nas necessidades internas para contribuir cada vez mais para a cadeia global de suprimentos de vacinas, de acordo com Wang Yunfu, chefe da comissão de saúde da Província de Hubei.

   O cenário global da biotecnologia também ajudou a acelerar essa transformação, como apontaram os participantes. Nos últimos anos, avanços em tecnologias como plataformas de mRNA, vetores virais e sistemas de entrega de nanopartículas abriram oportunidades sem precedentes para pesquisa e desenvolvimento de vacinas, melhorando significativamente a eficiência e a resposta imunológica.

   Juntamente com a inovação científica, a China colocou forte ênfase na segurança e na supervisão regulatória. Em 2019, tornou-se o primeiro país a implementar uma lei abrangente de administração de vacinas, seguida por padrões de imunização atualizados introduzidos em 2023.

   Um sistema de rastreabilidade nacional foi criado, garantindo que cada dose possa ser rastreada desde a produção até a administração, aumentando a transparência e a confiança do público.

   Os programas nacionais de imunização da China produziram fortes resultados de saúde pública.

   O país alcançou o status de livre da poliomielite em 2000, eliminou o tétano neonatal em 2012 e não relatou casos de difteria transmitida localmente desde 2007. A prevalência do antígeno de superfície da hepatite B entre crianças menores de cinco anos diminuiu de quase 10% em 1992 para apenas 0,3% em 2020.

   A cobertura de vacinação de rotina permaneceu acima de 90% em todo o país, apoiada por uma extensa infraestrutura de saúde que garante que cada vila tenha pelo menos uma unidade de vacinação.

   Os esforços para expandir o acesso e melhorar a prestação de serviços continuam sendo uma prioridade central. "A saúde pública deve ser protegida por meio de serviços de vacinas mais acessíveis e de maior qualidade", disse Li Bin, presidente da Associação Chinesa de Medicina Preventiva, acrescentando que esse objetivo se refletiu no tema da conferência.

   Por exemplo, em Hubei, meninas de 14 anos agora são elegíveis para vacinação gratuita contra o HPV, e a imunização para recém-nascidos está sendo integrada ao processo de registro de nascimento para garantir uma cobertura precoce e oportuna.

   Olhando para o futuro, a China está se preparando para refinar ainda mais sua estratégia e serviços de imunização.

   As autoridades de saúde estão considerando ajustes dinâmicos no programa nacional de imunização para priorizar vacinas com alto custo-efetividade ou associadas a doenças caras. Em algumas regiões, os pilotos podem permitir o uso de contas de seguro de saúde pessoal para cobrir vacinas não obrigatórias, reduzindo as despesas diretas para o público.

   As ferramentas digitais também desempenharão um papel cada vez maior na modernização dos serviços de imunização. Os registros eletrônicos de vacinação estão sendo compartilhados entre as províncias, enquanto a inteligência artificial (IA) está auxiliando no agendamento de consultas. As plataformas de big data estão melhorando o gerenciamento e a logística do estoque de vacinas.

   Yin Zundong, chefe do Centro do Programa de Imunização do Centro Chinês de Controle e Prevenção de Doenças, enfatizou o papel das tecnologias avançadas de dados.

   "Com a ajuda de big data e IA, a vigilância de doenças e os sistemas de alerta precoce podem se tornar mais precisos e eficientes", disse Yin. "No futuro, as ferramentas baseadas em dados permitirão avaliações precisas da eficácia da proteção da vacina."