Rio de Janeiro, 16 abr (Xinhua) -- As exportações brasileiras de minerais estratégicos para a China tiveram um forte aumento no primeiro trimestre de 2025, com destaque para cobre, manganês, ferroníquel e terras raras, de acordo com um relatório divulgado nesta quarta-feira pelo Conselho Empresarial Brasil-China (CEBC).
O cobre foi o principal destaque: suas exportações atingiram o recorde de 331 milhões de dólares, o que representa um aumento de 180% em relação ao mesmo período de 2024. A China se consolidou como principal destino do mineral, absorvendo 35% do total exportado pelo Brasil.
Aumentos importantes também foram registrados nas exportações de outros minerais usados em tecnologias limpas: manganês (310%), ferroníquel (253%), cobre refinado e ligas de cobre (56%), produtos de nióbio (35%) e ferronióbio (13%).
As exportações de compostos de terras raras, como escândio e ítrio, atingiram 419 toneladas, um volume sete vezes maior que o total exportado em todo o ano de 2024.
No setor industrial, as exportações brasileiras de válvulas e torneiras cresceram quase 13 vezes, com um valor total de US$ 35 milhões. Ainda mais impressionante foi o aumento nas vendas de aparelhos mecânicos, que aumentaram quase 100 vezes, chegando a US$ 23 milhões.
Em relação às importações, a aquisição de uma plataforma de petróleo chinesa em fevereiro alterou temporariamente o padrão de compras brasileiras daquele país, colocando esse item no topo do ranking de importações.
O volume de importações de painéis solares da China também atingiu um recorde no primeiro trimestre, crescendo 13%. Da mesma forma, as importações de fertilizantes de fósforo e nitrogênio aumentaram em 625%, totalizando 265.000 toneladas -- o maior volume para um primeiro trimestre desde o início do registro histórico.
Apesar do crescimento em setores-chave, as exportações totais do Brasil para a China totalizaram US$ 19,8 bilhões no primeiro trimestre, uma queda de 13,4% em comparação ao mesmo período do ano passado. Esta é a primeira vez desde 2015 que se registra uma diminuição neste período.
Em contrapartida, as importações brasileiras de produtos chineses atingiram o valor recorde de US$ 19 bilhões, o que representa um aumento de 35% em relação ao primeiro trimestre de 2024.
Após um déficit comercial de US$ 3,2 bilhões com a China nos dois primeiros meses do ano, o Brasil reverteu o saldo e fechou o primeiro trimestre com um superávit de 700 milhões de dólares na balança comercial bilateral.

