Fatos sobre os últimos ataques dos EUA aos Houthis do Iêmen-Xinhua

Fatos sobre os últimos ataques dos EUA aos Houthis do Iêmen

2025-03-18 09:59:08丨portuguese.xinhuanet.com

Foto tirada com celular mostra fumaça após ataque aéreo em Sanaa, Iêmen, no dia 15 de março de 2025. (Foto por Mohammed Mohammed/Xinhua)

Abdul-Ghani Al-Zubaidi, observador político e militar iemenita, disse que sem uma estratégia política clara, a campanha pode arrastar Washington para um conflito prolongado e incerto.

Áden, Iêmen, 16 mar (Xinhua) -- As forças dos EUA lançaram uma operação aérea e marítima em larga escala contra as forças Houthis no Iêmen na noite de sábado e na manhã de domingo, visando sistemas de radar, defesas aéreas e instalações de mísseis.

A operação, que causou pelo menos 31 fatalidades, foi descrita pela mídia dos EUA como a ação militar mais significativa desde o início do segundo mandato do presidente dos EUA, Donald Trump.

Trump prometeu mais tarde nas redes sociais implantar "força letal esmagadora" contra o grupo alinhado ao Irã, culpando-o por ataques repetidos aos ativos dos EUA e aliados no Mar Vermelho.

POR QUE OS EUA ATACARAM?

Os Estados Unidos disseram que sua operação visa proteger rotas de navegação essenciais no Mar Vermelho, que enfrentaram ameaças persistentes de ataques Houthi no ano passado.

Uma calmaria nos ataques Houthi seguiu um cessar-fogo em janeiro entre Israel e Hamas. No entanto, como as negociações para um cessar-fogo de segunda fase em Gaza estagnaram e a ajuda humanitária permaneceu bloqueada, os Houthis anunciaram na terça-feira que retomariam os ataques a navios "ligados a Israel" no Mar Vermelho, no Mar Arábico, no Golfo de Áden e no Estreito de Bab al-Mandab.

O porta-voz militar Houthi, Yahya Sarea, disse que a ofensiva renovada tinha como objetivo apoiar os palestinos e pressionar Israel a reabrir as passagens de fronteira para obter ajuda.

O líder Houthi, Abdulmalik al-Houthi, havia dado a Israel um ultimato de quatro dias para permitir o acesso humanitário, alertando sobre novos ataques navais se as demandas não fossem atendidas.

No sábado, o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, discutiu as operações de dissuasão militar contra os Houthis com o ministro das Relações Exteriores da Rússia Sergei Lavrov. "Ataques Houthi contínuos contra navios militares e comerciais dos EUA no Mar Vermelho não serão tolerados", disse Rubio.

Homens armados leais ao grupo Houthi participam de manifestação tribal armada apoiando a retomada dos ataques contra navios israelenses, em Sanaa, Iêmen, no dia 11 de março de 2025. (Foto por Mohammed Mohammed/Xinhua)

Lavrov pediu "uma cessação imediata do uso da força" e destacou a importância do diálogo político para evitar mais derramamento de sangue, disse o Ministério das Relações Exteriores da Rússia.

Após os recentes ataques contra o Iêmen, os Houthis acusaram os Estados Unidos e o Reino Unido de agressão contra áreas residenciais na capital iemenita, Sanaa. A BBC, citando fontes britânicas, relatou que o Reino Unido não participou dos ataques dos EUA no sábado contra alvos Houthi, mas forneceu suporte de reabastecimento de rotina.

A ação dos EUA também é vista como parte de esforços mais amplos para conter a influência iraniana, marcando uma forte escalada dos ataques aéreos anteriormente limitados sob a administração do presidente Joe Biden.

Um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores iraniano chamou o ataque de uma agressão à Carta das Nações Unidas (ONU). Ele pediu que o Conselho de Segurança da ONU reaja aos acontecimentos e que haja uma ação coletiva da comunidade internacional, bem como dos países islâmicos, para lidar com o "genocídio em andamento" na região.

WASHINGTON ALCANÇARÁ SEUS OBJETIVOS?

Especialistas militares observam que, apesar da superioridade aérea dos EUA, os Houthis aprimoraram táticas assimétricas, usando drones e mísseis de baixo custo, ao mesmo tempo em que contavam com forte apoio tribal local.

Desde novembro de 2023, o grupo tem como alvo dezenas de navios mercantes no Mar Vermelho e no Golfo de Áden com mísseis, drones e ataques de pequenos barcos, afundando dois navios, apreendendo um terceiro e matando quatro tripulantes.

Ataques anteriores dos EUA, lançados pelo governo Biden, não impediram as ofensivas Houthi.

Abdul-Ghani Al-Zubaidi, observador político e militar iemenita, disse que, sem estratégia política clara, a campanha pode arrastar Washington para um conflito prolongado e incerto.

Moradores limpam cacos de vidro em rua após ataques aéreos noturnos dos EUA em Sanaa, Iêmen, no dia 16 de março de 2025. (Foto por Mohammed Mohammed/Xinhua)

Desde a tomada de Sanaa em 2014, o movimento Houthi consolidou o controle sobre cerca de um terço do território do país, incluindo o porto estratégico de Hodeidah, e a maioria de sua população. As forças do grupo, estimadas em mais de 350.000 combatentes, estão equipadas com tanques, artilharia, caças e drones avançados.

Após os ataques recentes, os líderes Houthi condenaram os ataques como "crimes de guerra" e prometeram retaliação. O alto funcionário Houthi Nasruddin Amer prometeu apoio contínuo a Gaza e desafio à pressão dos EUA.

Observadores alertam que o envolvimento militar prolongado dos EUA pode aumentar as tensões regionais, arriscando o envolvimento do Irã ou de outros atores em um conflito mais amplo.

Fale conosco. Envie dúvidas, críticas ou sugestões para a nossa equipe através dos contatos abaixo:

Telefone: 0086-10-8805-0795

Email: portuguese@xinhuanet.com

无标题文档
Links