Europa acolhe possível cessar-fogo na Ucrânia, enquanto se prepara para futuras garantias de segurança-Xinhua

Europa acolhe possível cessar-fogo na Ucrânia, enquanto se prepara para futuras garantias de segurança

2025-03-13 10:58:27丨portuguese.xinhuanet.com

Bandeiras da União Europeia (UE) e da Ucrânia são vistas na sede da UE em Bruxelas, Bélgica, 24 de fevereiro de 2025. A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, anunciou na segunda-feira que a União Europeia fornecerá à Ucrânia 3,5 bilhões de euros (US$ 3,67 bilhões) em nova ajuda financeira a partir do próximo mês, informou a agência de notícias Interfax-Ucrânia. (Xinhua/Zhao Dingzhe)

Por Xing Jianqiao

"Agora, cabe aos Estados Unidos convencer a Rússia a fazer o mesmo. Se a Rússia concordar, o cessar-fogo entrará em vigor imediatamente", publicou o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky na rede social X.

Paris, 11 mar (Xinhua) -- A Ucrânia concordou nesta terça-feira com uma proposta dos EUA para um "cessar-fogo imediato e provisório de 30 dias" após conversas com uma delegação dos EUA em Jeddah, na Arábia Saudita, de acordo com uma declaração conjunta.

As conversas, notadamente realizadas sem a participação da Europa, resultaram na declaração de que a Ucrânia receberia assistência de segurança renovada dos EUA e que os Estados Unidos obtiveram aprovação preliminar para acesso aos recursos minerais da Ucrânia.

Apesar de terem sido deixados de fora das negociações, os líderes europeus saudaram o progresso feito entre os Estados Unidos e a Ucrânia e, ao mesmo tempo, deram continuidade aos esforços para fortalecer as capacidades de defesa do continente.

Delegações dos EUA e da Ucrânia se reúnem em Jeddah, na Arábia Saudita, em 11 de março de 2025. Uma reunião de alto risco entre as delegações dos EUA e da Ucrânia começou na Arábia Saudita nesta terça-feira. (Xinhua/Wang Dongzhen)

 

"A BOLA ESTÁ COM A RÚSSIA"

Após a declaração conjunta, os líderes europeus demonstraram seu apoio ao cessar-fogo proposto, esperando uma resposta positiva da Rússia.

O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky descreveu a reunião como "boa e construtiva" na rede social X. "Agora, cabe aos Estados Unidos convencer a Rússia a fazer o mesmo. Se a Rússia concordar, o cessar-fogo entrará em vigor imediatamente", afirmou.

O presidente francês Emmanuel Macron e o primeiro-ministro britânico Keir Starmer saudaram a proposta de cessar-fogo.

No X, Macron expressou seu apoio às discussões, enfatizando que "a bola está agora claramente na quadra da Rússia". Ele reafirmou o compromisso da França com uma "paz sólida e duradoura, apoiada por robustas garantias de segurança para a Ucrânia".

Da mesma forma, Starmer descreveu a aceitação do cessar-fogo pela Ucrânia como um passo positivo, acrescentando: "Como as delegações americana e ucraniana disseram, a bola agora está na quadra da Rússia".

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, também elogiou as negociações entre os EUA e a Ucrânia como um possível passo em direção a "uma paz abrangente, justa e duradoura para a Ucrânia". Ela reiterou que a UE estava preparada para desempenhar um papel ativo nas próximas negociações de paz.

O primeiro-ministro britânico Keir Starmer (2º d), o presidente francês Emmanuel Macron (2º e) e o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky (1º d) participam de uma cúpula de defesa em Londres, Reino Unido, em 2 de março de 2025. (Simon Dawson/10 Downing Street/Divulgação via Xinhua)

 

EUROPA PREPARA GARANTIAS DE SEGURANÇA DE LONGO PRAZO

Enquanto os esforços diplomáticos continuam, a Europa também está se preparando para garantias de segurança de longo prazo para a Ucrânia.

Na terça-feira, a França organizou uma reunião com cerca de 30 chefes militares de suas nações parceiras para elaborar um plano de garantias de segurança confiáveis no caso de um acordo de paz com a Rússia.

De acordo com o diário francês Le Monde, Macron pediu aos líderes militares que "passem do conceito ao plano" para garantir uma paz estável e duradoura na Ucrânia. A reportagem disse que os participantes concordaram que as garantias de segurança devem estar alinhadas com as capacidades da OTAN e fornecer "apoio confiável e de longo prazo para o exército ucraniano". No entanto, os Estados Unidos, o membro mais poderoso da OTAN, não esteve presente nas discussões.

Além da segurança da Ucrânia, a Europa também está trabalhando para melhorar suas próprias capacidades de defesa em meio a preocupações sobre a confiabilidade do apoio dos EUA. Na quarta-feira, os ministros da defesa da França, Reino Unido, Alemanha, Itália e Polônia se reunirão em Paris para discutir o rearmamento europeu e a ajuda militar para a Ucrânia.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen (d), conversa com o presidente do Conselho Europeu, António Costa, antes da cúpula especial da União Europeia (UE) em Bruxelas, Bélgica, em 6 de março de 2025. (Xinhua/Peng Ziyang)

Na semana passada, os líderes europeus aprovaram o plano ReArm Europe, apresentado por von der Leyen, marcando um passo importante em direção a uma maior autonomia de defesa da UE. O plano inclui uma iniciativa de 800 bilhões de euros (US$ 873 bilhões ) para aumentar os gastos militares em todo o bloco, com um programa de empréstimo de 150 bilhões de euros (US$ 164 bilhões) para ajudar as nações da UE a investir em ativos militares essenciais.

 

DEBATENDO FUTURO DA DEFESA NA EUROPA

Enquanto os líderes europeus pressionam por capacidades militares mais fortes, os analistas permanecem divididos quanto à viabilidade desses planos.

O analista geopolítico croata Vlatko Cvrtila disse ao jornal diário búlgaro Dnevnik que, embora a Europa esteja dando passos em direção à independência militar, ainda restam grandes desafios.

"A Europa acordou, isso é evidente, mas ainda está vagando", disse ele. "De onde virão esses bilhões? E será que temos um setor de defesa europeu capaz de atender às nossas necessidades?" Ele alertou que o desenvolvimento completo do setor de defesa da Europa pode levar uma década.

Armand Gosu, professor da Universidade de Bucareste, reconheceu os obstáculos ao rearmamento da Europa em uma entrevista ao site de notícias romeno Contributors.ro.

Foto tirada em 4 de abril de 2024 mostra uma cerimônia de colocação de coroa de flores na sede da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) em Bruxelas, Bélgica. A OTAN comemorou o 75º aniversário da assinatura do Tratado do Atlântico Norte. (Xinhua/Zhao Dingzhe)

Relembrando a história da OTAN, ele observou que toda vez que a ideia de "um exército europeu" - muitas vezes defendida pela França e pela Alemanha - veio à tona, "os americanos lançaram campanhas de dissuasão, manipulando e manobrando entre os países europeus para enterrar qualquer projeto desse tipo".

Entretanto, Gosu enfatizou que a Europa "pode e deve fazer alguma coisa". Em vez de formar um exército europeu, ele sugeriu que um grupo central de nações europeias - Reino Unido, França, Alemanha, Espanha, Itália e Polônia - poderia desenvolver uma estrutura de defesa mais integrada capaz de responder a ameaças futuras.

Destacando o enfraquecimento da influência dos Estados Unidos, Gosu argumentou que o escudo americano não funciona mais. "A Europa terá que aprender a viver sem os Estados Unidos, embora isso seja difícil."

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