Foto de arquivo sem data mostra funcionários na Kampu Nuts Agro Product Co., Ltd., província de Kampong Thom, Camboja. (Kampu Nuts Agro Product Co., Ltd./Divulgação via Xinhua)

Kampong Thom, Camboja, 6 mar (Xinhua) -- Va Sokchea, trabalhadora de 39 anos da Kampu Nuts Agro Product Co. Ltd., de investimento chinês, no centro do Camboja, não trabalhou mais em uma fábrica de roupas na capital Phnom Penh desde que a fábrica de processamento de castanhas de caju foi inaugurada no começo de 2024.

A mãe de quatro filhos disse que a fábrica, que processa castanhas de caju para o mercado chinês, deu a ela um emprego estável e uma renda decente e, mais importante, ela pode passar tempo com seus familiares, pois a fábrica fica a poucos quilômetros de sua casa.

"Meu trabalho aqui é coletar e separar castanhas de caju com base no tamanho delas, além de remover suas cascas externas", disse ela à Xinhua na terça-feira.

Sokchea disse que gosta muito do trabalho porque ela ganha uma renda estável de 300 dólares americanos por mês, que é maior do que o salário mensal de mais de 200 dólares na fábrica de roupas em Phnom Penh.

"Hoje em dia, meu sustento melhorou porque aqui não gasto muito, não gasto com água nem separadamente com comida para os membros da família", disse ela. "Ao contrário de lá (em Phnom Penh), eu gastava muito com taxas de serviços públicos e custos de aluguel, era difícil".

Sokchea mostrou gratidão aos consumidores chineses por comprarem produtos agrícolas cambojanos, especialmente castanhas de caju processadas.

"Sua compra proporcionou grandes benefícios aos agricultores cambojanos e gerou muitos empregos localmente", disse ela.

Foto tirada no dia 4 de março de 2025 mostra cajueiros na província de Kampong Thom, Camboja. (Foto por Van Pov/Xinhua)

So Suos, trabalhador de 38 anos, disse que era agricultor de arroz e achava difícil ganhar a vida, mas seu sustento melhorou há um ano depois de conseguir emprego na fábrica.

"Gosto de trabalhar aqui porque, primeiro, é perto da minha casa, então o deslocamento é rápido. Segundo, o salário é decente", disse ele à Xinhua. "Ganho 300 dólares por mês".

Suos disse que a compra de castanhas de caju cambojanas pela China não só ajudou a melhorar os meios de subsistência dos trabalhadores e agricultores locais, mas também contribuiu para impulsionar a economia.

Foto aérea de drone tirada em 4 de março de 2025 mostra plantação de cajus na província de Kampong Thom, Camboja. (Foto por Van Pov/Xinhua)

Hout Hyhhaikeang, diretor-administrativo da fábrica de processamento de castanhas, disse que a fábrica exporta entre 3.000 toneladas e 4.000 toneladas castanhas de caju processadas por ano e que a fábrica gerou cerca de 200 empregos.

"Atualmente, nosso principal mercado de exportação é a China", disse ele à Xinhua. "Cerca de 95% dos nossos produtos foram vendidos para a China".

Ele disse que as castanhas de caju cambojanas são deliciosas e populares entre os consumidores chineses porque são grandes, doces e cremosas.

Hyhhaikeang disse que a fábrica compra castanhas de caju cruas de fazendeiros e corretores, com a qualidade da mercadoria sendo testada adequadamente por funcionários qualificados.

"Fazemos treinamento de habilidades técnicas na produção e processamento de castanhas de caju para nossa equipe, e também oferecemos uma oportunidade para os fazendeiros gerarem renda com sua produção", disse ele.

O Camboja é o segundo maior produtor mundial de castanhas de caju cruas, com uma produção total de 850.000 toneladas em 2024, de acordo com a Associação de Castanhas de Caju do Camboja (CAC, na sigla em inglês).

Devido à falta de fábricas de processamento, o país do Sudeste Asiático exportou 815.000 toneladas de castanhas de caju cruas no ano passado, 95,8% da produção total, principalmente do vizinho Vietnã, de acordo com a CAC.

A CAC disse que o reino tem cerca de 700.000 hectares de plantações de cajus em cerca de 11 províncias.