Hangzhou, 8 mar (Xinhua) -- A introdução de máquinas agrícolas chinesas à África trouxe grandes oportunidades para o continente, disse um especialista egípcio à Xinhua em uma exposição de máquinas agrícolas.
Mais de 100 autoridades governamentais, representantes do setor e revendedores de máquinas agrícolas de mais de 20 países africanos, incluindo Egito, Quênia, Marrocos e Nigéria, participaram da exposição, realizada nesta quinta-feira de forma online e offline na cidade de Jinhua, na Província de Zhejiang, leste da China.
"Maquinários agrícolas inteligentes apresentavam um grande desafio para nós no Egito", disse Mostafa Gouda, professor do Centro Nacional de Pesquisa do Egito e da Universidade de Zhejiang. "Mas agora, com os equipamentos da China, encontramos soluções. É um divisor de águas."
Marrocos enfrenta desafios semelhantes em termos de máquinas agrícolas. "A agricultura é crucial para nossa economia, mas também é um setor que luta contra custos altos, especialmente para as pequenas e médias empresas", disse Meriem Homaid, CEO da Morocco SIEMA Agricultural Exhibition, acrescentando que muitos agricultores contendem com equipamentos desatualizados e acesso limitado à tecnologia moderna.
No entanto, Homaid vê uma oportunidade promissora, que está enraizada no setor de máquinas agrícolas da China.
"O maquinário chinês oferece alto desempenho a preços competitivos", observou ela. "Isso representa uma oportunidade única para os agricultores marroquinos adotarem a modernização sem gastar muito."
Homaid também destacou sua adaptabilidade aos diversos terrenos do Marrocos e suas características ecológicas, como sistemas de energia solar e soluções de economia de água, que se alinham às metas de sustentabilidade do país.
Alguns países africanos estão aumentando o nível de modernização agrícola, não apenas para aliviar ou até mesmo resolver o problema do suprimento de alimentos local, mas também para impulsionar o emprego e a geração de renda, além de melhorar a qualidade e a escala do comércio China-África e promover os intercâmbios econômicos e comerciais bilaterais, disse Cao Erbao, professor da Universidade de Hunan, durante a Cúpula de Beijing de 2024 do Fórum de Cooperação China-África.
Nesse processo, as empresas chinesas de maquinário agrícola aproveitaram a oportunidade para fornecer equipamentos, como tratores, semeadoras e colheitadeiras, e serviços auxiliares, contribuindo para a modernização agrícola da África, ressaltou Cao.
Por falta de tecnologia avançada de plantio, os agricultores de Xai-Xai, capital da Província de Gaza, em Moçambique, só conseguiram colher quase 100 quilos de grãos por mu (0,0667 hectare) no passado, informou Hu Zhigao, responsável de um projeto de cooperação agrícola China-África em Xai-Xai.
Agora, sob a orientação de especialistas chineses, eles podem operar máquinas agrícolas de forma independente e dominar métodos científicos de plantio, e o rendimento subiu para mais de 550 quilos por mu, acrescentou Hu.
A tecnologia moderna e mecanizada da China mudou o modelo agrícola tradicional em Gaza de Moçambique e trouxe benefícios para a população local, afirmou Margarida Chongo, governadora da província, esperando que as empresas chinesas continuem a oferecer ajuda para beneficiar mais agricultores moçambicanos.
Na opinião de Gouda, a Iniciativa Cinturão e Rota (ICR) é um fator fundamental da modernização agrícola na África. Ele observou que o acesso a maquinário avançado tem sido um obstáculo em toda a África, o que a ICR pretende resolver por meio de promover a cooperação e o investimento.
Gouda enfatizou que a cooperação agrícola da China com a África é "única", apontando as estufas e os sistemas inteligentes da China, que ganharam grande popularidade na África por sua eficácia e acessibilidade.
"Essa parceria com a China não é apenas uma oportunidade para o Egito, é uma oportunidade para a África", ressaltou ele. "Com o maquinário certo, a tecnologia certa e a colaboração certa, podemos remodelar o futuro da agricultura. E esse futuro é brilhante."