Europa promete defender interesses em meio a novas ameaças tarifárias dos EUA-Xinhua

Europa promete defender interesses em meio a novas ameaças tarifárias dos EUA

2025-02-12 10:07:50丨portuguese.xinhuanet.com

Bandeiras da União Europeia fora do Edifício Berlaymont, sede da Comissão Europeia, em Bruxelas, Bélgica, no dia 29 de janeiro de 2025. (Xinhua/Meng Dingbo)

Os líderes da UE rapidamente condenaram as tarifas propostas, que devem ser anunciadas formalmente mais tarde na segunda ou terça-feira.

Bruxelas, 10 fev (Xinhua) -- A Comissão Europeia rejeitou na segunda-feira a justificativa para novas tarifas dos EUA sobre exportações europeias, prometendo proteger empresas, trabalhadores e consumidores em todo o bloco.

A declaração veio depois que o presidente dos EUA, Donald Trump, ameaçou impor tarifas de 25% sobre todas as importações de aço e alumínio, reacendendo os receios de uma guerra comercial transatlântica.

Os líderes da União Europeia (UE) rapidamente condenaram as tarifas propostas, que devem ser anunciadas formalmente na segunda ou terça-feira. A Comissão disse que não há "justificativa" para as medidas dos EUA, chamando-as de ilegais e economicamente prejudiciais, especialmente devido às cadeias de fornecimento e produção profundamente integradas entre UE e EUA.

Com os líderes europeus sinalizando sua prontidão para retaliar, as preocupações estão crescendo de que a iminente disputa comercial pode prejudicar os laços econômicos e interromper os mercados globais.

TARIFAS PODEM SAIR PELA CULATRA

A Comissão Europeia, o órgão executivo da UE, criticou fortemente as tarifas propostas, alertando que elas acabariam prejudicando as empresas e os consumidores dos EUA.

Monitor com informações do mercado de ações no pregão da Bolsa de Valores de Nova York, em Nova York, Estados Unidos, no dia 3 de fevereiro de 2025. (Foto por Michael Nagle/Xinhua)

"Tarifas são essencialmente impostos", disse em um comunicado, enfatizando que a medida aumentaria os custos para as empresas americanas, impulsionaria a inflação, aumentaria a incerteza econômica e interromperia a integração do mercado global. Dada a forte interdependência entre as indústrias europeias e americanas, a UE alertou que essas medidas seriam contraproducentes, impondo efetivamente impostos também aos cidadãos americanos.

Autoridades europeias temem uma repetição de 2018, quando as tarifas anteriores de aço e alumínio de Trump desencadearam uma rápida retaliação da UE. Na época, Bruxelas impôs contramedidas a produtos americanos, como uísque, motocicletas e suco de laranja.

Com o anúncio formal das novas tarifas dos EUA esperado para mais tarde na segunda-feira, os líderes europeus estão se preparando para outra escalada nas tensões comerciais.

UE ANALISA RETALIAÇÃO

A França foi uma das primeiras a responder à ameaça tarifária de Trump, com o ministro das Relações Exteriores, Jean-Noel Barrot, alertando na segunda-feira que a UE retaliaria se as tarifas propostas entrassem em vigor.

"Não há hesitação quando se trata de defender nossos interesses", disse Barrot à televisão francesa TF1, lembrando como a UE respondeu a tarifas semelhantes em 2018 e prometendo adotar a mesma abordagem se necessário.

Chanceler alemão, Olaf Scholz, dá entrevista antes da cúpula do Conselho Europeu em Bruxelas, Bélgica, no dia 19 de dezembro de 2024. (Xinhua/Zhao Dingzhe)

A Alemanha, a maior economia da Europa, também está se preparando para a ação. Um porta-voz do Ministério Federal Alemão para Assuntos Econômicos e Ação Climática declarou que, embora a UE e a Alemanha estejam trabalhando para evitar as tarifas, elas estão prontas para implementar contramedidas, se necessário.

Durante um debate televisionado no domingo antes das próximas eleições, o chanceler alemão Olaf Scholz alertou que a UE poderia "agir dentro de uma hora" se Trump prosseguir com as tarifas sobre produtos europeus.

Líderes da indústria também estão pressionando por uma resposta firme. Gunnar Groebler, presidente da Associação Alemã do Aço, pediu que a UE reaja de "maneira unida, estratégica e rápida" para combater a ameaça tarifária. "Os EUA são o maior comprador de aço europeu, importando cerca de 1 milhão de toneladas de aços, principalmente especiais, somente da Alemanha a cada ano", observou ele.

CENÁRIO DE PERDA MÚTUA

O presidente francês Emmanuel Macron alertou que as tarifas sobre produtos da UE não seriam do interesse dos Estados Unidos.

"Se Washington impuser tarifas em vários setores, isso aumentará o custo dos produtos e alimentará a inflação nos Estados Unidos", disse Macron, apontando que as economias europeias desempenham um papel essencial no financiamento da economia dos EUA.

Veículo JAECOO é visto no Salão do Automóvel de Bruxelas 2025 em Bruxelas, Bélgica, no dia 10 de janeiro de 2025. (Xinhua/Zhao Dingzhe)

Especialistas econômicos compartilham as preocupações de Macron. Paul Johnson, diretor do Instituto de Estudos Fiscais de Londres, alertou que as tarifas planejadas por Trump podem elevar as taxas de juros em todo o mundo, tendo efeitos cascata na política monetária global.

"Isso criará inflação adicional, no mínimo, nos Estados Unidos, e isso terá efeitos colaterais globalmente, particularmente nas taxas de juros", explicou Johnson.

Ferdinand Dudenhoeffer, especialista automotivo alemão, argumentou que Trump está alavancando o poder econômico para desviar empregos e prosperidade de outros países por meio de suas políticas tarifárias. "Ele não diferencia amigos ou inimigos. Até mesmo os fabricantes de automóveis dos EUA, GM e Ford, sofreriam consideravelmente com tarifas sobre carros do Canadá e do México", disse ele.

Dudenhoeffer observou que as importações líquidas de veículos dos EUA totalizaram 5,6 milhões de unidades em 2024. "Trump pode perguntar quantos empregos poderiam ser criados se todos esses veículos fossem produzidos internamente", disse ele.

Apesar do alarme crescente, alguns analistas sustentam que o impacto das tarifas de Trump pode ser limitado. Christian Helmenstein, economista-chefe da Federação das Indústrias Austríacas, descreveu o plano de Trump como uma "alfinetada hostil", mas não um golpe severo.

Foto tirada no dia 4 de outubro de 2024 mostra prédio da Comissão Europeia em Bruxelas, Bélgica. (Xinhua/Zhao Dingzhe)

Ele disse ao jornal austríaco Kurier que os EUA importam cerca de um quarto de suas necessidades de aço, com grande parte vindo do Canadá, do Brasil, do México e da Coreia do Sul, em vez da Europa.

Mas Harald Oberhofer, economista do Instituto Austríaco de Pesquisa Econômica, descreveu os planos tarifários de Trump como "um jogo de alto risco economicamente".

Ele destacou que os Estados Unidos foram o maior mercado de crescimento de exportação da Áustria no ano passado em meio a exportações gerais fracas e uma guerra comercial poderia enfraquecer ainda mais a já frágil economia da Áustria, que deve crescer apenas 0,6% este ano.

À medida que Trump se aproxima de oficializar o anúncio de tarifa, os líderes europeus estão deixando sua posição clara: se os EUA impuserem novas barreiras comerciais, a UE estará pronta para defender seus interesses econômicos com contramedidas.

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