Opinião: Por que a bússola de competitividade da UE oferece oportunidades para a China e a Europa-Xinhua

Opinião: Por que a bússola de competitividade da UE oferece oportunidades para a China e a Europa

2025-02-10 10:29:26丨portuguese.xinhuanet.com

Pessoas visitam estande da BYD na Automechanika em Frankfurt, Alemanha, no dia 11 de setembro de 2024. (Xinhua/Zhang Fan)

"Quando as duas principais economias unem forças para enfrentar os desafios globais, podemos impulsionar mudanças transformadoras e inspirar um modelo de cooperação que beneficia não só nossas próprias sociedades, como o mundo inteiro".

Por Luigi Gambardella

Em 29 de janeiro, a Comissão Europeia revelou seu ambicioso programa para abordar o declínio da competitividade da UE em relação a outras grandes economias, como os Estados Unidos e a China.

Intitulado "Bússola de Competitividade para a UE", o programa descreve a estratégia abrangente da Comissão para aumentar a competitividade econômica da UE no mandato legislativo de 2024-2029. Ele enfatiza principalmente a inovação, a transição verde e a autonomia estratégica. As iniciativas listadas no programa serão mais detalhadas conforme suas respectivas datas de implementação se aproximarem, com especificações adicionais esperadas no próximo programa de trabalho da Comissão para 2025.

A implementação do programa nos próximos cinco anos trará oportunidades significativas para empresas chinesas. Por exemplo, as medidas defendidas para remover as barreiras comerciais restantes dentro do mercado único, visando facilitar o comércio transfronteiriço intra-UE e reduzir os custos de energia, poderiam potencialmente beneficiar empresas chinesas que operam na Europa e empresas da UE com investimento chinês.

Nesse contexto, a Comissão Europeia também pretende tornar os processos de definição de padrões mais rápidos. Outra iniciativa anunciada foi a Estratégia de Start-up e Scale-up da UE, que visa melhorar as relações entre universidades e empresas, além de criar melhores perspectivas para que as patentes sejam comercializadas.

INTERESSES COMPARTILHADOS: INOVAÇÃO E TECNOLOGIA

Os esforços da UE para preencher sua lacuna persistente de crescimento de produtividade apresentam terreno fértil para colaboração com a China, líder global em campos de ponta como inteligência artificial (IA), 5G e Internet das Coisas. Iniciativas conjuntas nessas áreas podem permitir que ambos os lados aproveitem seus pontos fortes complementares: a China se destaca na rápida comercialização de novas tecnologias, enquanto a Europa fornece uma abordagem altamente regulamentada e orientada pela ética para a inovação.

A Estratégia de União de Dados proposta pela Europa oferece oportunidades promissoras para parcerias estratégicas com empresas chinesas, sendo que dados de alta qualidade e em larga escala são um ativo essencial no desenvolvimento de IA, uma área em que as empresas chinesas geram vastos e valiosos conjuntos de dados.

Líderes do setor como Tencent e BYD, com experiência na construção de ecossistemas tecnológicos complexos, podem contribuir com seu conhecimento e investimentos. Em troca, a China pode aprender com a experiência da Europa em segurança de dados e regulamentação ética, aumentando a credibilidade global de seus produtos tecnológicos.

TRANSIÇÃO VERDE: PONTE PARA COOPERAÇÃO

A Bússola de Competitividade para a UE prevê a Europa como um centro onde futuras tecnologias verdes, serviços sustentáveis ​​e produtos limpos são concebidos, fabricados e levados ao mercado, posicionando-a como o primeiro continente a atingir a neutralidade climática.

A UE continua comprometida em atingir a neutralidade climática até 2050. Diante do desafio, a colaboração em setores de energia renovável, como energia solar, hidrogênio verde e tecnologias de armazenamento de energia, apresenta uma oportunidade única para a Europa e a China. Como líder global na produção de painéis solares e baterias, a China poderia trabalhar com empresas europeias para acelerar a implantação dessas tecnologias na UE.

Além disso, espera-se que a futura Lei da Economia Circular forneça oportunidades para joint ventures em gestão de resíduos e tecnologias avançadas de reciclagem, áreas nas quais a China já fez investimentos substanciais. Compartilhar as melhores práticas e tecnologias pode impulsionar os esforços globais de sustentabilidade e, ao mesmo tempo, fortalecer os laços bilaterais.

Funcionários trabalham na Usina de Energia da NIO Europa em Biatorbagy, Hungria, no dia 18 de março de 2024. (Xinhua/Zhang Fan)

PARCERIA PARA DESAFIOS GLOBAIS

Desafios globais como mudanças climáticas, instabilidade geopolítica e transformação digital não podem ser abordados isoladamente. Reconhecendo isso, a Bússola de Competitividade para a UE ressalta a importância das parcerias globais que a UE cultivou, destacando seu papel essencial no sucesso do programa.

A China e a UE compartilham uma responsabilidade global para moldar um futuro sustentável. A colaboração em normas internacionais para comércio digital, regulamentação de IA e padrões de sustentabilidade pode posicionar ambas como líderes em uma ordem econômica mais justa e inclusiva.

A Bússola de Competitividade para a UE deve, portanto, ser vista não só como um roteiro para a revitalização econômica da Europa, mas também como um convite para fortalecer parcerias globais. Para as empresas chinesas, ela representa uma oportunidade de expandir a colaboração com universidades europeias, estabelecer joint ventures e buscar investimentos greenfield com base em interesses compartilhados e benefícios mútuos.

Ao alavancar seus respectivos pontos fortes e superar o ceticismo mútuo, as empresas chinesas e europeias podem construir uma ponte para um futuro mais sustentável, inovador e próspero. Conforme o 50º aniversário das relações diplomáticas UE-China se aproxima, o momento é propício para promover uma parceria mais forte e dinâmica para as próximas décadas.

Os formuladores de políticas, as empresas e as instituições acadêmicas devem trabalhar juntos para capitalizar seus pontos fortes compartilhados, garantindo progresso de longo prazo e benefício mútuo. Quando as duas principais economias unem forças para enfrentar os desafios globais, podemos impulsionar mudanças transformadoras e inspirar um modelo de cooperação que beneficia não só nossas próprias sociedades, mas o mundo inteiro.

Nota da edição: Luigi Gambardella é presidente da ChinaEU, uma associação internacional sem fins lucrativos para promover parcerias público-privadas, cooperação empresarial e investimentos conjuntos em processos de digitalização e campos de alta tecnologia por empresas europeias e chinesas.

As opiniões expressas neste artigo são da autoria e não refletem necessariamente as posições da Agência de Notícias Xinhua.

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