Rio de Janeiro, 15 jan (Xinhua) -- Uma equipe de cientistas brasileiros anunciou um método inovador para identificar plantas de milho mais resistentes à seca e aos efeitos das mudanças climáticas, informou nesta segunda-feira a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).

O método utiliza drones equipados com câmeras RGB de baixo custo e software livre, o que permite reduzir significativamente os custos e o tempo necessários para seleção de culturas em cenários de mudanças climáticas, afirmou a Fapesp em nota.

A pesquisa foi desenvolvida por uma equipe de cientistas do Centro de Pesquisa em Genômica Aplicada às Mudanças Climáticas (GCCRC) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), em colaboração com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).

A inovação permitirá o planejamento agrícola e garantirá a segurança alimentar em tempos de seca ou crise hídrica.

"O método permitiu avaliar a tolerância das plantas à seca em uma área relativamente pequena, usando tecnologia acessível que otimiza tempo e reduz custos", disse Hélcio Duarte Pereira, pesquisador do GCCRC e primeiro autor do estudo publicado na revista Plant Phenomena Journal.

Durante o período seco de 2023, os pesquisadores testaram o método em uma área experimental no município de Campinas, no sudeste do Brasil.

Segundo o comunicado, foram avaliadas 21 variedades de milho, das quais 18 foram geneticamente modificadas para melhorar sua tolerância à seca.

Imagens capturadas por drones possibilitaram medir parâmetros relacionados ao estresse hídrico de forma mais rápida e precisa em comparação aos métodos convencionais, que normalmente exigem equipamentos caros e processos manuais.

Para Juliana Yassitepe, pesquisadora da Embrapa e coordenadora do estudo, os índices avaliados podem servir de base para ferramentas que mensuram automaticamente o estresse hídrico em diferentes culturas agrícolas ou florestais.

O Brasil é o terceiro maior produtor mundial de milho, depois dos Estados Unidos e da China.