Rio de Janeiro, 15 dez (Xinhua) -- O general da reserva Walter Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil e da Defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (2019-2022) e seu companheiro de chapa nas eleições de 2022, foi preso no sábado pela Polícia Federal, acusado de fazer parte de um plano golpista para impedir a posse do atual presidente, Luiz Inácio Lula da Silva.
Segundo a Polícia Federal, a operação foi realizada por ordem do Supremo Tribunal Federal, em virtude da investigação de uma trama por meio da qual o Governo Bolsonaro pretendia ignorar a eleição vencida por Lula em 2022.
Braga Netto foi detido em sua casa, em Copacabana, no Rio de Janeiro, e após uma audiência de custódia conduzida por um juiz auxiliar do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, responsável por diversas investigações envolvendo o ex-presidente Bolsonaro, foi transferido para o Comando Militar Leste do Exército, na mesma cidade, onde cumpre prisão preventiva.
No último dia 21 de novembro, a Polícia Federal recomendou ao procurador-geral e ao Supremo Tribunal Federal que indiciassem Bolsonaro, Braga Netto e outras 35 pessoas, por tentativa de golpe de Estado.
A Polícia Federal apontou que Braga Netto teve participação concreta nos atos relacionados à tentativa de golpe de Estado e da abolição do Estado Democrático de Direito, inclusive na tentativa de obstrução da investigação.
A Polícia Federal apurou ainda que em uma das reuniões para tratar do plano golpista, realizada no dia 12 de novembro de 2022, na casa de Braga Netto, foi discutida como impedir a posse e matar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice, Geraldo Alckmin, e o ministro Alexandre de Moraes.
Além disso, ao pedir a prisão preventiva, a Polícia Federal argumentou, entre outras coisas, que o ex-ministro de Bolsonaro atuou para atrapalhar as investigações, inclusive agindo para obter informações sobre a delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.
Segundo a Polícia Federal, Braga Netto foi o organizador da tentativa de autogolpe de Bolsonaro, distribuiu dinheiro para financiar operações e coordenou ações com militares das Forças Especiais para colocá-los em ação e que a sua liberdade representaria um risco à ordem pública devido à possibilidade de voltar a cometer ações ilícitas.
