Opinião: Reforçando o papel do Sul Global na estrutura do G20-Xinhua

Opinião: Reforçando o papel do Sul Global na estrutura do G20

2024-11-23 12:41:42丨portuguese.xinhuanet.com

O presidente chinês Xi Jinping e outros líderes presentes na 19ª Cúpula do G20 posam para uma foto de grupo para a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza lançada pelo Brasil no Rio de Janeiro, Brasil, em 18 de novembro de 2024. (Xinhua/Li Xueren)

A China estabeleceu projetos de infraestrutura que impulsionam o desenvolvimento comum em muitos países africanos, fortalecendo suas posições de negociação no G20 para garantir o estabelecimento de um mundo com um futuro compartilhado.

Por Rania Aboelkheir

A 19ª Cúpula de Líderes do G20 acabou de ser concluída no Rio de Janeiro, Brasil, sob o lema "Construindo um Mundo Justo e um Planeta Sustentável", com a participação de membros do G20 e convidados de alguns outros países.

O G20 desempenha um papel importante no mundo de hoje, pois representa mais de 80% do PIB global, 75% do comércio internacional e cerca de dois terços da população mundial.

Apesar de seu peso político e econômico, o grupo enfrenta desafios crescentes, incluindo as repercussões da crise ucraniana e o aumento das crises regionais, como os conflitos Israel-Palestina e Israel-Líbano.

Portanto, as questões econômicas globais ocuparam o centro do palco na cúpula, que se concentrou na implementação de medidas para aliviar o impacto das sucessivas crises internacionais sobre os países em desenvolvimento.

A cúpula marca a primeira reunião de líderes do G20 desde que a União Africana (UA) obteve o status de membro pleno na cúpula do ano passado em Nova Delhi, capital da Índia. A adesão foi resultado de anos de persistentes esforços diplomáticos africanos para fortalecer o papel global do continente de acordo com suas capacidades e potencial, a fim de promover um sistema de governança mais justo.

O reconhecimento ressalta a força da África em moldar as características do futuro global, pois o continente representa uma parte ativa do Sul Global, que contribuirá para reformar o sistema econômico global, afastando-o do domínio das instituições econômicas internacionais que surgiram após a Segunda Guerra Mundial.

A adesão da UA concede à África um status poderoso na formulação de acordos comerciais com outros membros do G20 e permite que ela atraia mais investimentos em áreas prioritárias alinhadas com a Agenda 2063 da UA.

Foto tirada em 16 de novembro de 2024 mostra um logotipo do G20 próximo ao local principal da 19ª cúpula do G20 no Rio de Janeiro, Brasil. (Xinhua/Wang Tiancong)

Ela também permite que os países africanos participem mais ativamente da tomada de decisões sobre questões que afetam diretamente a África, incluindo mudanças climáticas, migração, segurança alimentar e energia, bem como questões relacionadas à concessão de mais empréstimos aos países em desenvolvimento por instituições multilaterais e à reforma da estrutura da dívida internacional.

Entretanto, o sucesso do continente em obter a adesão continua sujeito à capacidade dos países africanos de apresentar uma voz unificada dentro do grupo.

Os países do Sul Global geralmente carecem de plataformas genuínas para expressar suas necessidades e direitos de desenvolvimento. Esse desequilíbrio, impulsionado pelo domínio dos países desenvolvidos nas instituições financeiras, impede o progresso de muitos projetos de desenvolvimento.

Para combater isso, a China propôs uma visão relacionada ao desenvolvimento comum e a uma comunidade com um futuro compartilhado para a humanidade, o que incentiva os membros do G20 a reconsiderar suas orientações de acordo com os requisitos de desenvolvimento do Sul Global.

De fato, a China tem apoiado muitos países do Sul Global na busca de soluções justas e equitativas para as crises da dívida que restringem suas capacidades de desenvolvimento.

A China também estabeleceu projetos de infraestrutura que impulsionam o desenvolvimento comum em muitos países africanos, fortalecendo suas posições de negociação no G20 para garantir o estabelecimento de um mundo com um futuro compartilhado.

O G20, com seu status econômico e papel político na defesa da governança econômica global, tem a grande responsabilidade de enfrentar os desafios globais. Portanto, é necessário ouvir as vozes do mundo em geral, inclusive as do Sul Global, que aspiram a um futuro mais seguro, estável, justo e equitativo.

Nota do editor: Rania Aboelkheir é secretária-geral do Fórum Global de Estudos do Futuro, um think tank egípcio.

As opiniões expressas neste artigo são de responsabilidade da autora e não refletem necessariamente as posições da Agência de Notícias Xinhua.

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