(Multimídia) Xi enfatiza diálogo em disputas comerciais China-UE em reuniões com Scholz e Macron-Xinhua

(Multimídia) Xi enfatiza diálogo em disputas comerciais China-UE em reuniões com Scholz e Macron

2024-11-20 19:01:15丨portuguese.xinhuanet.com
O presidente chinês Xi Jinping reúne-se com o chanceler alemão Olaf Scholz à margem da Cúpula de Líderes do G20 no Rio de Janeiro, Brasil, em 19 de novembro de 2024. (Xinhua/Shen Hong)

   Rio de Janeiro, 19 nov (Xinhua) -- O presidente chinês, Xi Jinping, pediu na terça-feira ao chanceler alemão, Olaf Scholz, que ajude a resolver a questão das tarifas da União Europeia (UE) sobre veículos elétricos chineses, à margem da Cúpula de Líderes do G20 no Rio de Janeiro, no Brasil.

   As tarifas da UE sobre veículos elétricos chineses estão chamando a atenção em todo o mundo, e a China sempre insiste em resolver as diferenças por meio do diálogo e da consulta, disse Xi.

   Espera-se que a Alemanha continue a desempenhar um papel importante nesse sentido, disse Xi, observando que a China considera a Europa como um polo importante em um mundo multipolar.

   A reunião dos dois líderes ocorreu no segundo dia da cúpula do G20, onde Xi pediu a construção de uma economia mundial caracterizada pela cooperação, estabilidade, abertura, inovação e eco-amigabilidade.

   É importante ter em mente que a humanidade vive em uma comunidade com um futuro compartilhado, Xi disse na cúpula na segunda-feira, acrescentando que os membros do G20 devem ver o desenvolvimento uns dos outros como oportunidades e não como desafios, e ver uns aos outros como parceiros e não rivais.

   Durante uma reunião separada com seu homólogo francês, Emmanuel Macron, na terça-feira, Xi disse que a China e a França, como grandes países, compartilham responsabilidades comuns para liderar a comunidade internacional a se unir nos esforços para enfrentar os desafios globais em um momento em que muitas novas mudanças estão se desenrolando no cenário internacional.

   Macron disse que a França defende a autonomia estratégica e está disposta a dialogar e cooperar com a China no espírito de respeito mútuo, lidar adequadamente com disputas econômicas e comerciais, e manter um desenvolvimento saudável e estável das relações econômicas e comerciais bilaterais.

   Apesar da forte oposição de vários Estados-membros, a Comissão Europeia finalizou sua decisão de impor tarifas sobre veículos elétricos fabricados na China, uma medida protecionista comercial equivocada que prejudica muitos, mas não beneficia ninguém.

   Um artigo da Bloomberg descreveu a decisão como "um passo em falso que se deve esperar que dê lugar a negociações mutuamente benéficas, não lance uma guerra comercial que deixe ambos os lados em pior situação". As gigantes europeias de automóveis, como BMW e Mercedes-Benz, se opõem ao plano tarifário.

   Como os observadores alertaram, essas tarifas enfraquecerão a competitividade da indústria europeia a longo prazo. Hildegard Mueller, presidente da Associação Alemã da Indústria Automotiva, rejeitou a medida da UE como "um retrocesso para o livre comércio global e, portanto, para a prosperidade, segurança no emprego e crescimento na Europa".

   Enquanto isso, a Grã-Bretanha se distanciou da decisão da UE, com o secretário de Comércio britânico, Jonathan Reynolds, descartando quaisquer planos de impor tarifas semelhantes às importações de veículos elétricos chineses.

   Reynolds disse que, como não houve nenhuma reclamação da indústria automotiva britânica à Autoridade de Defesa Comercial, ele não procuraria seguir a UE na busca de tarifas.

   Durante conversas com o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, na segunda-feira, Xi disse que a China e a Grã-Bretanha desfrutam de um vasto espaço para cooperação.

   O Brasil é a segunda parada da viagem de Xi pela América Latina, que o levou ao Peru. Em Lima, ele manteve uma agenda apertada, participando da 31ª Reunião de Líderes Econômicos da APEC, fazendo uma visita de Estado ao Peru e realizando uma série de reuniões bilaterais, incluindo uma com seu homólogo dos EUA, Joe Biden.

   Em Brasília, Xi deve discutir as relações bilaterais com o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, enquanto a China e o Brasil marcam o 50º aniversário dos laços diplomáticos.

   Apesar dos grandes obstáculos da Europa, os principais fabricantes chineses de veículos elétricos vêm ganhando força na América Latina. A Build Your Dreams (BYD), gigante chinesa de veículos elétricos, dobrou suas vendas no exterior nos primeiros nove meses do ano, com desempenho notável no Brasil, compensando, até certo ponto, os retrocessos na Europa.

   Alexandre Baldy, vice-presidente da BYD Brazil, disse à Xinhua que quase 80 mil dos seus carros, veículos acessíveis e de alta-tecnologia para os brasileiros, estão agora nas estradas do país latino-americano.

   Durante sua visita à China em junho, a presidente peruana Dina Boluarte expressou esperança de uma fábrica de montagem da BYD no Peru, já que o país planeja construir uma nova frota de transporte público de veículos elétricos nos próximos três a quatro anos.

   "A China e a América Latina, em certo sentido, são economias complementares. Precisamos de capital, tecnologia, mercados e a China tem isso", disse Carlos Aquino, diretor do Centro de Estudos Asiáticos da Universidade Nacional de San Marcos, no Peru. "Podemos aprender com a experiência da China".

O presidente chinês Xi Jinping reúne-se com o presidente francês Emmanuel Macron, à margem da Cúpula de Líderes do G20 no Rio de Janeiro, Brasil, em 19 de novembro de 2024. (Xinhua/Xie Huanchi)
Pessoas visitam o pavilhão da montadora chinesa Leapmotor no Salão do Automóvel de Paris 2024 durante o dia da mídia em Paris, França, em 14 de outubro de 2024. (Xinhua/Gao Jing)
Funcionários operam uma linha de produção da fábrica de baterias da BYD em Manaus, capital do estado do Amazonas, Brasil, em 12 de março de 2024. (Xinhua/Wang Tiancong)

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