O presidente chinês, Xi Jinping, profere um importante discurso intitulado "Assumir Juntos as Responsabilidades do Nosso Tempo e Promover Juntos o Desenvolvimento da Ásia-Pacífico" na 31ª Reunião de Líderes Econômicos da APEC no Centro de Convenção de Lima, em Lima, Peru, em 16 de novembro de 2024. (Xinhua/Xie Huanchi)
A China está pronta para ser a anfitriã novamente com uma missão importante: unir as economias da Ásia-Pacífico para defender a cooperação econômica e comercial aberta e, ao mesmo tempo, rejeitar táticas comerciais protecionistas e de confronto.
Lima, 17 nov (Xinhua) -- O presidente chinês, Xi Jinping, anunciou no sábado que a China será a anfitriã da cúpula da Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (APEC, na sigla em inglês) de 2026 e está pronta para trabalhar com todas as partes para aprofundar a cooperação Ásia-Pacífico.
Ele fez as observações ao discursar na 31ª Reunião de Líderes Econômicos da APEC, realizada na capital peruana. Sob o lema deste ano, "Empoderar, Incluir, Crescer", os membros da APEC concordaram em trabalhar em prol de uma comunidade da Ásia-Pacífico aberta, dinâmica, resiliente e pacífica em um momento de crescentes desafios e incertezas.
O fato de a China sediar a cúpula da APEC de 2026 ressalta sua defesa da abertura e da cooperação, servindo como um passo tangível para fortalecer a solidariedade na Ásia-Pacífico e promover uma comunidade da Ásia-Pacífico com um futuro compartilhado.
Espera-se que ela desempenhe um papel positivo e fundamental na construção de um consenso mais amplo e produza resultados mais tangíveis para a conectividade regional e um crescimento mais equilibrado, sustentável e inclusivo da Ásia-Pacífico e além.
Funcionários se reúnem perto de um banner no local da cúpula do G20 no Rio de Janeiro, Brasil, em 16 de novembro de 2024. (Xinhua/Wang Tiancong)
VÍNCULO ESTREITO COM APEC
Essa será a terceira vez que a China sediará a APEC. Quando a China sediou a cúpula da APEC pela primeira vez, em 2001, estava pronta para ingressar na Organização Mundial do Comércio, sinalizando sua disposição de entrar plenamente na arena econômica global.
Quando a China sediou a APEC novamente em 2014, o país havia se tornado uma potência econômica, impulsionando o crescimento global por meio de uma integração mais profunda na economia mundial.
Agora, a China está pronta para ser a anfitriã novamente com uma missão importante: unir as economias da região Ásia-Pacífico para defender a cooperação econômica e comercial aberta e, ao mesmo tempo, rejeitar táticas comerciais protecionistas e de confronto.
Para promover a cooperação Ásia-Pacífico, a China tomou a iniciativa de assumir a responsabilidade, oferecendo-se para sediar a APEC em 2026, o que foi bem recebido pelos membros da APEC e recebeu seu endosso na Reunião de Líderes Econômicos da APEC deste ano, disse um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China no sábado.
"Esperamos trabalhar com todas as partes para aprofundar a cooperação Ásia-Pacífico em benefício dos povos da região", disse Xi durante seu discurso.
A experiência anterior da China como anfitriã da APEC demonstra sua capacidade de criar consenso, disse Carlos Vásquez, presidente do conselho de altos funcionários da APEC em 2024.
"A China desempenhou um papel muito importante junto com outras economias muito importantes (...) para obter consenso novamente desde o início da APEC 2024 aqui no Peru", disse Vásquez.
Mehmood Ul Hassan Khan, diretor executivo do Centro de Estudos Internacionais e do Sul da Ásia, com sede em Islamabad, disse que é previsível que a China compartilhe ainda mais as conquistas de suas políticas de abertura, modernização, digitalização e desenvolvimento industrial qualitativo. Ele expressou a esperança de que os formuladores de políticas chineses compartilhem novas propostas, planos e iniciativas adequadas para aprimorar a integração econômica regional e global e promover a cooperação internacional.
O presidente chinês, Xi Jinping, profere um importante discurso intitulado "Assumir Juntos as Responsabilidades do Nosso Tempo e Promover Juntos o Desenvolvimento da Ásia-Pacífico" na 31ª Reunião de Líderes Econômicos da APEC no Centro de Convenção de Lima, em Lima, Peru, em 16 de novembro de 2024. (Xinhua/Xie Huanchi)
APELO PARA MELHOR DESENVOLVIMENTO DA ÁSIA-PACÍFICO
Durante seu discurso, Xi pediu às economias da APEC que "ajam com solidariedade e cooperação para enfrentar os desafios, cumpram integralmente a Visão de Putrajaya 2040, construam uma comunidade da Ásia-Pacífico com um futuro compartilhado e iniciem uma nova era no desenvolvimento da Ásia-Pacífico".
A Visão de Putrajaya 2040, adotada pelos líderes da APEC em 2020, prevê "uma comunidade da Ásia-Pacífico aberta, dinâmica, resiliente e pacífica até 2040, para a prosperidade de todos os nossos povos e das gerações futuras".
Essa visão de prosperidade compartilhada e estabilidade duradoura enfrenta desafios crescentes. As tensões geopolíticas, juntamente com as perturbações econômicas alimentadas pelo unilateralismo, protecionismo e tentativas de "dissociação" e "redução de riscos", colocaram uma pressão sem precedentes sobre a estabilidade e o crescimento da região.
"Devemos permanecer comprometidos com o multilateralismo e uma economia aberta, defender firmemente o sistema de comércio multilateral com a Organização Mundial do Comércio no seu núcleo, reativar totalmente o papel da APEC como uma incubadora de regras econômicas e comerciais globais e promover a integração econômica regional e a conectividade", disse Xi.
Ele também enfatizou a necessidade de fazer da inovação verde um catalisador para a Ásia-Pacífico e pediu aos membros da APEC que aumentem o apoio às economias em desenvolvimento e aos grupos desfavorecidos e trabalhem juntos para aumentar o bolo e distribuí-lo de forma equitativa para permitir que mais economias e pessoas se beneficiem do desenvolvimento.
Neo Letswalo, pesquisador do Departamento de Política e Relações Internacionais da Universidade de Johanesburgo, na África do Sul, disse que os membros da APEC devem promover mais esforços de integração regional, começando com o estabelecimento de compromissos conjuntos para aumentar o livre comércio, a descarbonização e os investimentos, pois "uma forte interdependência econômica evita conflitos e tensões".
Na opinião de Khan, "as sugestões de Xi facilitam um sistema de comércio positivo, produtivo e participativo, produzindo situações de ganho mútuo para todos os países da Ásia-Pacífico".
O presidente chinês, Xi Jinping, e outros líderes e representantes das economias membros da APEC posam para uma foto de grupo em Lima, Peru, em 16 de novembro de 2024. (Xinhua/Huang Jingwen)
COMPROMISSO COM FUTURO COMPARTILHADO
Nas últimas três décadas, os membros da APEC se uniram para estreitar a cooperação e aprofundar a integração regional, tornando a Ásia-Pacífico a potência econômica mais dinâmica e promissora do mundo, bem como uma força motriz fundamental para o crescimento global e a redução da pobreza.
Hoje, o mundo parece diferente. Ele é dominado por um crescimento anêmico e confrontado com desafios como o unilateralismo e o protecionismo. A China, que fez grandes avanços no crescimento econômico e no desenvolvimento social desde sua reforma e abertura há mais de 40 anos, ofereceu e continuará a oferecer soluções para esses problemas.
A abertura é uma marca registrada da modernização chinesa, e a China continua comprometida em abrir mais suas portas para o mundo.
A China continua a implementar a Parceria Econômica Regional Abrangente com altos padrões e também está trabalhando ativamente para participar do Acordo Abrangente e Progressivo para a Parceria Transpacífica e do Acordo de Parceria de Economia Digital, disse Xi.
"A China dá as boas-vindas a todas as partes para continuarem a andar no 'trem expresso' de seu desenvolvimento e crescerem em conjunto com a economia chinesa para que possamos contribuir para a modernização de todos os países com desenvolvimento pacífico, cooperação mutuamente benéfica e prosperidade comum", acrescentou.
Em entrevistas à Xinhua, especialistas e autoridades da região Ásia-Pacífico observaram que o notável sucesso da China por meio da abertura de alta qualidade proporcionou a ela uma profunda compreensão da importância de um sistema econômico global aberto e da necessidade crítica de avançar na cooperação multilateral e vantajosa para todos.
Como um dos principais países da região Ásia-Pacífico, a China "aderiu consistentemente a um caminho de desenvolvimento que se alinha ao espírito de abertura, inclusão e benefício mútuo da APEC", disse Woo Su-keun, diretor do Instituto de Estudos do Leste Asiático da Coreia.
"É mais importante que os países demonstrem uma liderança forte por meio de ações concretas do que de palavras", disse Woo.
Para Ong Chong Yi, diretor executivo do think tank malaio Caucus da Iniciativa Cinturão e Rota para a Ásia-Pacífico, a China abriu seu mercado para oferecer oportunidades de desenvolvimento aos países da região, impulsionando o crescimento econômico inclusivo na Ásia-Pacífico.
"Ao mesmo tempo, a China apoia ativamente o desenvolvimento de infraestrutura nos países em desenvolvimento, melhorando a conectividade e a inclusão econômica e social em toda a região. Os esforços criam mais oportunidades para o progresso e a prosperidade compartilhados", disse ele.