(Multimídia) Ampliação: Xi se reúne com Biden em Lima -Xinhua

(Multimídia) Ampliação: Xi se reúne com Biden em Lima

2024-11-17 19:01:15丨portuguese.xinhuanet.com
O presidente chinês, Xi Jinping, se reúne com o presidente dos EUA, Joe Biden, em Lima, Peru, em 16 de novembro de 2024. (Xinhua/Li Xueren)

   Lima, 16 nov (Xinhua) -- O presidente chinês, Xi Jinping, reuniu-se, no sábado, com o presidente dos EUA, Joe Biden, à margem da 31ª Reunião de Líderes Econômicos da APEC em Lima, Peru.

   Xi disse a Biden que nos últimos quatro anos, as relações entre a China e os EUA passaram por altos e baixos, mas os dois lados também registraram diálogo e cooperação, acrescentando que o relacionamento permaneceu estável no geral.

   Sob a condução dos dois presidentes, as duas equipes elaboraram, por meio de consultas, uma série de princípios guias para as relações China-EUA, e os dois presidentes trouxeram, juntos, o diálogo e a cooperação China-EUA de volta aos trilhos, disse Xi.

   Mais de 20 mecanismos de comunicação foram reiniciados ou estabelecidos, com conquistas positivas em áreas como diplomacia, segurança, economia, comércio, assuntos fiscais, finanças, assuntos militares, combate às drogas, aplicação da lei, agricultura, mudanças climáticas e intercâmbio entre os povos, disse ele.

   O presidente Xi ressaltou que vale revisar as experiências dos últimos quatro anos e tirar inspirações delas. Ele listou os seguintes pontos:

   Primeiro, é importante ter uma percepção estratégica correta. A "armadilha de Tucídides" não é uma inevitabilidade histórica. Uma nova Guerra Fria não deve ser travada e não pode ser vencida. Conter a China não é sábio, nem é aceitável e é fadado ao fracasso.

   Segundo, é importante que palavras e ações sejam consistentes. Uma pessoa não pode se estabelecer sem credibilidade. A China sempre cumpriu suas palavras. Se o lado dos EUA sempre diz uma coisa e faz outra, isso prejudica sua própria imagem e mina a confiança entre a China e os Estados Unidos.

   Terceiro, é importante tratar-se mutuamente como iguais. Sendo dois países importantes, nem a China, nem os Estados Unidos devem buscar remodelar o outro de acordo com sua própria vontade, nem suprimir o outro a partir da chamada "posição de força" ou privar o outro do legítimo direito ao desenvolvimento para manter a própria posição de liderança.

   Quarto, é importante não desafiar linhas vermelhas e princípios fundamentais. Contradições e diferenças entre dois grandes países como China e Estados Unidos são inevitáveis. Mas nenhuma das partes deve prejudicar os interesses vitais da outra, muito menos buscar conflito ou confrontação. O princípio de Uma Só China e os três comunicados conjuntos China-EUA são a base política das relações entre os dois países. Eles têm que ser observados. A questão de Taiwan, a democracia e os direitos humanos, o caminho e o sistema da China, bem como o direito ao desenvolvimento da China são quatro linhas vermelhas para a China, e não podem ser desafiadas. Estas são as balaustradas e grades mais importantes para as relações China-EUA.

   Quinto, é importante conduzir mais diálogos e cooperação. Nas circunstâncias atuais, os interesses comuns entre a China e os Estados Unidos estão se expandindo, em vez de diminuir. Sua cooperação é crucial não apenas para economia, comércio, agricultura, combate às drogas, aplicação da lei e saúde pública, mas também para enfrentar desafios globais como mudanças climáticas e inteligência artificial (IA), além de abordar questões internacionais candentes. As duas partes devem expandir a lista e conduzir uma maior cooperação, para alcançar resultados ganha-ganha.

   Sexto, é importante responder às expectativas dos povos. As relações China-EUA devem sempre promover o bem-estar dos dois povos e aproximá-los. Para facilitar o intercâmbio de pessoas e culturas, as duas partes precisam construir pontes, nivelar caminhos, e remover distrações e obstáculos, abstendo-se de movimentos que possam ter um efeito inibidor.

   Sétimo, é importante assumir as responsabilidades de grandes países. A China e os Estados Unidos devem sempre ter em mente o futuro da humanidade e suas responsabilidades pela paz mundial, fornecer bens públicos para o mundo e agir de maneira conducente à unidade global, incluindo levar a cabo interações construtivas, abster-se de atrito mútuo e não coagir outros países a tomar partido.

   Observando que a trajetória das relações entre a China e os EUA provou a validade dessas experiências e inspirações nos últimos 45 anos de laços diplomáticos, Xi disse que quando os dois países se tratam como parceiros e buscam terreno comum enquanto deixam de lado as diferenças, suas relações avançam consideravelmente.

   Porém, se os dois se considerarem rivais ou adversários, procurarem competição viciosa e buscarem prejudicar um ao outro, o seu relacionamento será perturbado ou vai até regredir.

   Observando que a humanidade enfrenta desafios sem precedentes neste mundo turbulento que sofre conflitos frequentes, Xi disse que a competição entre grandes países não deve ser a lógica subjacente dos tempos; somente a solidariedade e a cooperação podem ajudar a humanidade a superar as dificuldades atuais.

   Ele disse que nem a dissociação nem a interrupção da cadeia de suprimentos são a solução; o desenvolvimento comum só pode ser alcançado por meio da cooperação mutuamente benéfica.

   Ele também disse que "quintal pequeno, muros altos" não é o que um grande país deve fazer; somente a abertura e o compartilhamento podem promover o bem-estar da humanidade.

   Um relacionamento China-EUA estável é crítico não apenas para os interesses dos dois povos, mas também para o futuro e o destino de toda a humanidade. Os dois países devem continuar explorando o caminho certo para que os dois grandes países se deem bem um com o outro e realizem a coexistência pacífica de longo prazo neste planeta, injetando mais certeza e energia positiva no mundo.

   Xi destacou que a meta da China de ter um relacionamento estável, saudável e sustentável China-EUA permanece inalterada. Seu compromisso com o respeito mútuo, a coexistência pacífica e a cooperação ganha-ganha como princípios para tratar as relações China-EUA permanece inalterado. Sua posição de salvaguardar firmemente a soberania, a segurança e os interesses de desenvolvimento da China permanece inalterada. Seu desejo de levar adiante a amizade tradicional entre os povos chinês e estadunidense permanece inalterado.

   A China está pronta para engajar-se em diálogo, expandir a cooperação e gerenciar as diferenças com os Estados Unidos para sustentar o ímpeto para a estabilidade das relações China-EUA, a qual foi dificilmente conquistada.

   Xi também declarou as posições da China sobre questões como Taiwan, laços econômicos e comerciais, ciência e tecnologia, segurança cibernética, Mar do Sul da China, crise na Ucrânia e Península Coreana.

   Ele destacou que paz e estabilidade através do Estreito de Taiwan e as atividades separatistas da "independência de Taiwan" são irreconciliáveis como água e fogo. Se o lado dos EUA se preocupa com a manutenção da paz através do Estreito de Taiwan, é crucial que veja claramente a verdadeira natureza de Lai Ching-te e das autoridades do Partido Progressista Democrata (PPD) na busca pela "independência de Taiwan", trate a questão de Taiwan com extrema prudência, oponha-se inequivocamente à "independência de Taiwan" e apoie a reunificação pacífica da China.

   O direito do povo chinês ao desenvolvimento não deve ser privado ou ignorado. Embora todos os países precisem proteger sua segurança nacional, eles não devem exagerar no conceito de segurança nacional, muito menos usá-lo como pretexto para ações maliciosas para conter e restringir outros países.

   Não há evidências que sustentem a alegação irracional dos chamados "ciberataques oriundos da China", disse Xi, enfatizando que a própria China é alvo de ciberataques internacionais e se opõe e combate consistentemente todas as formas de ataques cibernéticos.

   A China defende firmemente seu território, soberania e direitos e interesses marítimos no Mar do Sul da China. O diálogo e a consulta entre os Estados envolvidos são sempre a melhor forma de gerir as diferenças no Mar do Sul da China. Os Estados Unidos não devem se envolver em disputas bilaterais sobre as ilhas e recifes relevantes de Nansha Qundao, nem devem ajudar ou incentivar o impulso de fazer provocações, acrescentou ele.

   Xi enfatizou que a posição e as ações da China sobre a questão da Ucrânia sempre foram imparciais e equilibradas. A China tem conduzido diplomacia de vaivém e mediação para promover negociações para paz, faz todo o esforço pela paz e busca a desescalada.

   A China não permite que conflitos e tumultos ocorram na Península Coreana, disse Xi, mencionando que o país não ficará de braços cruzados quando seus interesses de segurança estratégica e interesses vitais estiverem ameaçados.

   Por sua parte, o presidente Biden afirmou que o relacionamento entre os EUA e a China é o mais importante do mundo, não apenas para os dois povos, mas também para o futuro do mundo. Ambos os governos têm a responsabilidade para com seus povos e o mundo de garantir que a competição não se transforme em conflito.

   Nos últimos quatro anos, as duas partes trabalharam juntas para reconstruir ou estabelecer canais de comunicação. As duas equipes diplomáticas e de segurança frequentemente tiveram comunicações estratégicas e diálogos francos e profundos, o que ajudou as duas partes a entenderem melhor uma à outra, disse ele.

   Especialmente desde sua reunião com Xi em São Francisco há um ano, as duas partes obtiveram progressos tangíveis nas relações militares, combate ao narcotráfico, aplicação da lei, IA, mudanças climáticas e intercâmbios interpessoais, disse Biden.

   As duas partes apoiam uma à outra as candidaturas respectivas à sediação das reuniões da APEC e do G20 em 2026, demonstrando o que podemos fazer pelos dois povos quando trabalhamos juntos, disse ele.

   Os Estados Unidos não buscam uma nova Guerra Fria, não buscam mudar o sistema da China, não buscam revitalizar suas alianças contra a China, não apoiam a "independência de Taiwan", não têm intenção de entrar em conflito com a China e não veem sua política em relação a Taiwan como uma maneira de competir com a China, disse Biden, observando que o lado americano permanecerá comprometido com a política de Uma Só China.

   Os Estados Unidos estão preparados para melhorar a comunicação e o diálogo com a China durante o período de transição para ter uma melhor percepção um do outro e gerenciar de forma responsável as diferenças, disse Biden.

   Os dois presidentes reiteraram os sete pontos de entendimento comum sobre os princípios guias para as relações China-EUA, isto é, tratar-se mutuamente com respeito, encontrar uma maneira de viver lado a lado pacificamente, manter canais de comunicação abertos, prevenir conflitos, defender a Carta das Nações Unidas, cooperar nas áreas de interesse comum e gerenciar de forma responsável os aspectos competitivos do relacionamento.

   As duas partes expressaram a disposição de defender esses princípios, continuar a estabilizar as relações entre a China e os EUA e garantir uma transição tranquila do relacionamento.

   Os dois chefes de Estado falaram positivamente sobre o papel importante da comunicação estratégica entre a China e os EUA, o contato regular entre as equipes diplomáticas e de segurança, e os mecanismos de diálogo em relações militares, laços econômicos e comerciais e questões financeiras. Concordaram em manter o ímpeto da comunicação e fortalecer a coordenação das políticas macroeconômicas.

   Os dois presidentes analisaram o importante progresso no diálogo e na cooperação sobre combate ao narcotráfico, mudanças climáticas, IA e intercâmbios interpessoais desde a reunião de São Francisco.

   Os dois presidentes acreditaram que as duas partes tiveram um diálogo franco e construtivo sobre a IA. As duas partes copatrocinaram as resoluções uma da outra na Assembleia Geral da ONU sobre IA. Afirmaram a necessidade de aprimorar a cooperação internacional e promover a IA para o bem e para todos. Os dois presidentes enfatizaram a disposição de manter o controle humano sobre a decisão de usar armas nucleares.

   Os dois chefes de Estado concordaram que a reunião foi franca, profunda e construtiva, e expressaram sua disposição de manter contato.

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