Rio de Janeiro, 15 nov (Xinhua) -- O governo brasileiro pregou o fortalecimento das vozes das periferias no cenário global na abertura do Fórum Mundial de Favelas, nesta quinta-feira no Rio de Janeiro, evento que faz parte do G20 Social, iniciativa que antecede a cúpula do G20 e reúne cerca de 300 atividades.
A ministra dos Direitos Humanos e Cidadania, Macaé Evaristo, destacou o valor da participação popular na construção de políticas públicas.
"Ao trazer esta agenda para o G20, o governo Lula está respondendo ao movimento popular brasileiro, que há anos exige uma nova forma de fazer política, com inclusão e respeito", disse, ressaltando que ao lidar com periferias e favelas é essencial abordar a 'dignidade urbana', bem como integrar as políticas ambientais e sociais. "Somos os primeiros afetados pelas crises e pelas decisões tomadas em áreas que muitas vezes não contam com a nossa presença", afirmou.
Macaé Evaristo concluiu enfatizando que os direitos humanos vão além das questões convencionais. "Temos que olhar para as mulheres empreendedoras da periferia e reconhecer que o direito ao desenvolvimento e ao empreendedorismo também são direitos humanos. Para construir uma sociedade mais justa, é essencial garantir que as necessidades das comunidades e dos trabalhadores sejam respeitadas e promovidas".
Durante o evento, foi apresentado aos participantes o documento "Comunicado das Favelas do G20", que será levado aos líderes do G20 nos próximos dias. A declaração aborda questões fundamentais para as comunidades periféricas, tais como infraestruturas, discriminação e estigma, sustentabilidade, desenvolvimento humano, emergência climática, violência policial e urbanização.
O programa social do G20 reúne os principais painéis e 271 atividades organizadas pela sociedade civil. Representantes das populações dos países do G20 debaterão propostas que constarão do documento final que será entregue ao presidente, com sugestões para influenciar as decisões do bloco sobre questões-chave para a inclusão e a equidade global.
Além de participar do Fórum Mundial de Favelas, Macaé Evaristo esteve no seminário "A erradicação da fome e a reforma da governança global: diálogos e convergências necessárias" e participa do painel de alto nível sobre os direitos de crianças e adolescentes e nas atividades promovidas pelo Movimento Nacional da População de Rua. Fim