Rio de Janeiro, 13 nov (Xinhua) -- Uma carta escrita por mais de 50 mil crianças e adolescentes de cerca de 60 países será entregue aos líderes do G20, expondo preocupações e prioridades sobre questões como mudanças climáticas, uma economia justa, combate à pobreza, a reforma da governança global e a igualdade racial e de gênero, informou nesta terça-feira o grupo "Crianças no G20".
A carta foi desenvolvida com base em uma consulta global realizada pela Save the Children e Plan International, em colaboração com Joining Forces, MMI-LAC e Children in the G20. Os adolescentes brasileiros foram escolhidos para representar os mais de 50 mil signatários da carta durante a Cúpula Social do G20, de 14 a 16 de novembro, no Rio de Janeiro.
"Precisamos ser ouvidos. Queremos que as recomendações que fizemos com milhares de crianças ao redor do mundo sejam colocadas em prática pelos líderes do G20", disse Ynara, 17 anos, do Centro de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente do Rio de Janeiro (CEDECA-RJ), organização parceira da Save the Children.
"Como crianças e adolescentes podemos contribuir muito, trazendo nossa energia e visão única para os debates. Estou ansiosa para sair do G20 com um renovado senso de propósito e motivação para agir", disse Maria Eduarda, 16 anos, participante de um projeto da Plan International Brasil.
Na Cúpula Social, as adolescentes Ynara e Maria Eduarda vão ser moderadoras no "Evento de alto nível: o G20 e os direitos das crianças e adolescentes", no dia 14 de novembro, das 14h às 16h, no Espaço Kobra. Crianças, ministros, representantes dos líderes do G20 e representantes da sociedade civil participarão do painel.
A discussão incluirá recomendações das crianças sobre as prioridades do G20, com base na consulta global e no pacote de políticas Crianças no G20, criado pela iniciativa Crianças no G20 e organizado pelo Instituto Alana.
O movimento defende há décadas a abertura de um espaço formal para as crianças no G20, como grupo de trabalho no Grupo de Participação da Sociedade Civil (C20).
"Estamos criando oportunidades para as crianças influenciarem diretamente as políticas que afetam as suas vidas, garantindo que as suas perspectivas sejam levadas em conta nos mais altos níveis de governança global", explicou Karina Gomes, diretora de Advocacia, Alianças e Comunicação da Save the Children no Brasil.
"Pela primeira vez no G20 abrimos um espaço para crianças e adolescentes participarem ativamente. A carta é resultado de uma consulta que traz suas vozes a este importante fórum de articulação política reafirma a necessidade de integrá-los nas decisões que afetam diretamente seu presente e futuro", declarou Flávio Debique, diretor de Programas e Advocacia da Plan International Brasil.