Unidade continua fora do alcance dos líderes europeus nas reuniões em Budapeste-Xinhua

Unidade continua fora do alcance dos líderes europeus nas reuniões em Budapeste

2024-11-14 11:29:39丨portuguese.xinhuanet.com

Primeiro-ministro húngaro, Viktor Orban (centro), presidente do Conselho Europeu, Charles Michel (direita) e presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, participam de coletiva de imprensa após reunião informal do Conselho Europeu em Budapeste, Hungria, no dia 8 de novembro de 2024. (Foto por Attila Volgyi/Xinhua)

Divisões profundamente enraizadas em questões como ajuda à Ucrânia e lutas políticas em grandes nações da UE, como França e Alemanha, limitaram os resultados potenciais das reuniões europeias.

Por Ding Yinghua, Chen Hao e Zhang Zhaoqing

Budapeste, 11 nov (Xinhua) -- Duas reuniões europeias foram convocadas em Budapeste, uma sobre um novo acordo de competitividade europeia e a outra para abordar questões urgentes de segurança europeia.

Analistas apontam que esses eventos forneceram uma plataforma para os líderes europeus se alinharem em desafios críticos em meio à perspectiva econômica incerta. Mas divisões profundamente enraizadas em questões como ajuda à Ucrânia e lutas políticas em grandes nações da UE, como França e Alemanha, limitaram os resultados potenciais das reuniões.

OBSTÁCULOS PARA O ACORDO DE COMPETITIVIDADE

Um novo acordo de competitividade europeia foi um dos focos na reunião informal de chefes de estado ou governo. De acordo com o Conselho Europeu, os líderes endossaram a “Declaração de Budapeste”, enfatizando a urgência de reforçar a competitividade da Europa por meio de um novo acordo.

A participação da UE no PIB global caiu pela metade nas últimas duas décadas, uma tendência preocupante que os líderes buscavam abordar discutindo os impulsionadores competitivos introduzidos em uma cúpula da UE em abril, disse o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, antes da reunião.

Presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, fala em coletiva de imprensa após reunião informal do Conselho Europeu em Budapeste, Hungria, no dia 8 de novembro de 2024. (Foto por Attila Volgyi/Xinhua)

Relatos da mídia sugerem que as discussões sobre o acordo de competitividade se basearam em um relatório estratégico de Mario Draghi, ex-primeiro-ministro italiano e ex-presidente do Banco Central Europeu, que defende um investimento anual adicional de 750 bilhões de euros (804 bilhões de dólares americanos) a 800 bilhões de euros (857 bilhões de dólares) para neutralizar o declínio competitivo da Europa.

Draghi propõe emitir uma nova dívida conjunta para preencher essa lacuna financeira substancial.

Ludovic Subran, economista-chefe da Allianz, comentou que, embora a Declaração de Budapeste tenha sido endossada, “a Europa não está pronta para isso”.

Analistas observam que, com a perspectiva econômica incerta da Europa e contínuas divergências internas, chegar a um consenso sobre a dívida conjunta continua difícil.

A França apoiou a proposta de Draghi, mas a Alemanha e a Holanda a rejeitaram quase imediatamente após a divulgação do relatório. Embora autoridades da UE acreditassem que o relatório de Draghi forneceria uma base sólida para futuras iniciativas da UE, a Declaração de Budapeste continua vaga sobre como lidar com o déficit de financiamento.

“Esse consenso não veio e, por isso, sofremos menor crescimento econômico e agora estagnação”, disse Draghi a repórteres na reunião.

DIVISÕES SOBRE AJUDA À UCRÂNIA

A questão do apoio à Ucrânia continua sendo uma preocupação central para os líderes europeus. A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, foi à mídia social X na quinta-feira, pedindo à Europa que assuma maior responsabilidade em segurança, defesa e ajuda à Ucrânia.

Desde a escalada da crise na Ucrânia em fevereiro de 2022, a UE e seus estados-membros forneceram à Ucrânia 118 bilhões de euros (126 bilhões de dólares) em ajuda, de acordo com o vice-presidente executivo da Comissão Europeia, Valdis Dombrovskis.

No entanto, os países da UE continuam profundamente divididos sobre a ajuda futura. A Hungria se opõe a mais assistência, com o primeiro-ministro Viktor Orban afirmando que a Europa não pode arcar sozinha com o fardo financeiro de ajudar a Ucrânia.

Primeiro-ministro húngaro, Viktor Orban, fala em entrevista coletiva após reunião informal do Conselho Europeu em Budapeste, Hungria, no dia 8 de novembro de 2024. (Foto por Attila Volgyi/Xinhua)

O primeiro-ministro eslovaco Robert Fico também questionou o apoio financeiro à Ucrânia, destacando a necessidade de priorizar recursos para questões urgentes da Europa, como imigração ilegal.

Matthew Burrows, diretor do Centro de Previsão Estratégica no Centro Stimson, observou que as nações europeias estão cada vez mais divididas política e economicamente. A incerteza iminente sobre a política dos EUA para a Ucrânia sob uma futura administração aumentou a fadiga da Europa.

“MOTOR FRANCO-ALEMÃO” PREOCUPADO

França e Alemanha, frequentemente consideradas as “máquinas gêmeas” da UE, ambas encontraram problemas políticos significativos este ano, com influência decrescente devido ao apoio decrescente aos seus partidos governantes.

Analistas sugerem que isso enfraqueceu a coesão da UE, com desacordos cada vez mais difíceis de superar e redução nas ações coletivas.

Nas eleições legislativas da França em junho e julho, a coalizão centrista do presidente Emmanuel Macron perdeu a maioria. O novo parlamento foi dividido entre as alianças de esquerda, centristas e os partidos de extrema direita.

Isso criou um raro período de mais de 50 dias sem um governo funcional na França. Somente em 5 de setembro Macron nomeou o veterano conservador Michel Barnier como novo primeiro-ministro, restaurando a funcionalidade do governo.

Recém-nomeado primeiro-ministro, Michel Barnier (frente, à direita) participa de cerimônia de entrega no Hotel Matignon em Paris, França, no dia 5 de setembro de 2024. (Foto por Henri Szwarc/Xinhua)

Enquanto isso, o governo de coalizão da Alemanha enfrentou uma crise política após o anúncio do chanceler alemão Olaf Scholz sobre a demissão do ministro das Finanças, Christian Lindner. Isso levou o Partido Democrático Livre (PDL) a sair da coalizão do governo, deixando os sociais-democratas, os verdes e o PDL de Scholz em desordem.

O Carnegie Endowment for International Peace, um think tank de Washington, observou que o colapso da coalizão na Alemanha e os desafios persistentes para o governo francês prejudicaram os esforços da UE para consolidar sua posição em questões-chave.

A Alemanha, frequentemente considerada o principal motor econômico da Europa, enfrentou uma crise econômica nos últimos anos, com o declínio da produção industrial afetando o cenário econômico da UE.

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