Brasília, 6 nov (Xinhua) -- O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil elevou nesta quarta-feira, por unanimidade, a taxa básica de juros Selic de 10,75 para 11,25% ao ano, no segundo aumento consecutivo.
Com o acréscimo de meio ponto percentual, o Banco Central passa a adotar uma dose maior para combater a inflação. A decisão de quarta-feira representa a maior alta da taxa básica de juros desde maio de 2022.
"O ambiente externo continua desafiador, principalmente devido à situação econômica incerta nos Estados Unidos, o que levanta mais dúvidas sobre o ritmo da desaceleração, da desinflação e, consequentemente, da postura do Fed (Banco Central norte-americano)", frisou o Copom em nota ao anunciar a decisão.
Em julho do ano passado, a Selic chegou a 13,75% ao ano e o Banco Central iniciou então um ciclo de cortes na taxa básica.
Em junho passado, o Copom parou de fazer cortes e decidiu manter a taxa estável em 10,5% ao ano, mas em setembro, anunciou a primeira alta da Selic durante o mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, iniciado em janeiro de 2023.
O Copom costuma se reunir a cada 45 dias para definir a taxa Selic. A última reunião de 2024 será nos dias 10 e 11 de dezembro.
O segundo aumento consecutivo da taxa Selic ocorre após a aprovação do economista Gabriel Galípolo, atual diretor de Política Monetária da instituição, para presidir o Banco Central a partir de 2025.
Segundo o Boletim Focus divulgado nas segundas-feiras pelo Banco Central após consultar cerca de 100 instituições financeiras, a elevação de 0,5 ponto percentual em novembro já era esperada pelos analistas, que projetam que a Selic fechará 2024 em 11,75% ao ano.